sábado, agosto 22, 2015

OS QUATRO AMORES DO VOCACIONADO


 Respondendo ao chamado, nos comprometemos a nada mais que viver o amor que experimentamos e levá-lo aos outros.

Como viver esse amor? Podemos vivê-lo da várias formas, de acordo com a vocação específica de cada um: na doação de um ao outro e na constituição de uma família, no caso da vocação ao matrimônio; na escuta da voz de Deus, na contemplação, na vivência dos diversos carismas, no caso da vida consagrada, no amor desinteressado, no caso do sacerdote. O sacerdote não é alguém que não ama, pelo contrário, é alguém que ama sem possuir.

O vocacionado ao sacerdócio é chamado a viver esse amor de forma desinteressada, mas intensa. Primeiro a Deus, depois aos demais. Este amor se dá de quatro maneiras:
O amor a JESUS CRISTO: Jesus é aquele que dá sentido, unidade e orientação para a vida do vocacionado. Pautar nossas atitudes nas atitudes de Nosso Senhor é um excelente programa de santificação. Lembremos que nossa vocação primeira e universal é à santidade. Ser santo nada mais é do que ser como Jesus. 

O sacerdote, através da Ordenação sacerdotal, quando celebra os sacramentos, age na pessoa de Cristo, de modo que deve dizer: “Já não sou eu que vivo. É Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). No mundo de hoje se faz ainda mais necessário manifestar o nosso amor por Jesus através de atitudes e exemplos. Se necessário, que tenhamos a coragem de dar a vida por Aquele que morreu por nós numa Cruz.
Amor à SAGRADA ESCRITURA: São Jerônimo nos ensina que “ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”. A palavra de Deus é o guia seguro daqueles que caminham na trilha da vida com destino ao Céu. Nela encontramos o consolo nas dificuldades, a esperança nas adversidades, o louvor nos momentos de alegria, a repreensão e a misericórdia no momento do erro, o abraço misericordioso do Pai quando voltamos à sua casa (cf. Lc 15, 11-32). “Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” (Sl 119, 105).

 O vocacionado é aquele que tem a Palavra de Deus sempre em sua companhia. Dedicar um tempo diário à leitura e à meditação da Sagrada Escritura é uma excelente forma de escuta da voz do Senhor que chama.
Amor à IGREJA: a Igreja é o Corpo Místico de Cristo, que é sua cabeça. Não se pode amar o Corpo sem a cabeça, nem amar a Cabeça e esquecer o Corpo. A Igreja é una, santa, católica e apostólica. Nela encontramos a plenitude dos meios para a nossa salvação. Amar a Igreja e sua hierarquia; amar e rezar pelo Papa, pelos bispos e por todo o Povo de Deus, é sem dúvida, uma manifestação de amor por Jesus Cristo. Aqueles que são chamados ao sacerdócio diocesano devem viver esse amor de forma sincera na obediência ao Bispo Diocesano e no amor ao povo que lhe foi confiado. 

O padre é a presença de Cristo na paróquia: do Cristo que nos insere no seu Corpo Místico, quando celebra o Sacramento do Batismo, do Cristo que cura, quando celebra a Unção dos Enfermos, do Cristo que se entrega, quando celebra a Eucaristia, do Cristo que nos lava com seu sangue e nos perdoa de todos os pecados, quando Celebra o Sacramento da Confissão. 

Aqueles que são chamados ao sacerdócio na vida religiosa exercem seu ministério na vivência de um carisma específico, vivendo os conselhos evangélicos – pobreza, obediência e castidade. Para o vocacionado ao sacerdócio, o amor à Igreja é, sem dúvida, uma confirmação de vocação e meio de discernimento.
Amor à VIRGEM MARIA: Maria é o nosso porto seguro, nossa esperança. “Não pode chamar Deus de Pai quem não tem Maria como Mãe”, diz São Luís de Montfort. O católico é devoto da Santíssima Virgem e os que almejam o sacerdócio devem sê-lo mais ainda. Sem Maria não há Cristo.

 Por Ela, veio ao mundo o Sumo e Eterno sacerdote. Maria é aquela que nos entende, é o farol que nos guia nas ondas bravias das tempestades. Os grandes santos foram grandes devotos da Santíssima Virgem. Cultivar os atos de devoção marianos, como o Terço, as peregrinações aos lugares marianos, a leitura de livros que falam sobre Maria, ajuda muito no processo de discernimento vocacional e na caminhada rumo ao sacerdócio. Não cansemos de recorrer a Maria, pois, como rezamos, nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tenham recorrido à proteção de Maria e implorado o seu socorro, foi por ela desamparado.

Cultivando esses quatro amores, certamente chegaremos à santidade, abraçando o estado de vida específico de cada vocação e vivendo o amor a Deus na pessoa dos irmãos.

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