O
testemunho de João Batista tem por objetivo suscitar a fé dos discípulos na
pessoa de Jesus. João viu o Espírito “permanecer” sobre Jesus. Esta certeza
leva-o a anunciar que Jesus é verdadeiramente o Messias, o eleito de Deus (cf.
Is 42, 1). O testemunho de Jesus "Filho de Deus" torna-se eco das
palavras do Pai no batismo: “Este é o meu Filho muito amado”.
Se
procurarmos uma ligação entre o evangelho de hoje e a primeira leitura, podemos
encontrá-la: “Ele se manifestou para tirar os pecados” (v. 5), diz a primeira
leitura; “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”, diz o evangelho
(v. 20).
É
esta a mensagem da liturgia, ao começar o novo ano. E dá-nos ricos ensinamentos
sobre a luta contra o pecado. No evangelho vemos que o Cordeiro de Deus tira o
pecado do mundo, batizando no Espírito Santo. O batismo na água, de João,
manifestava o desejo de purificação, mas era impotente contra o pecado. Só o
batismo no Espírito nos pode purificar e libertar do mal. E Jesus deu-nos o
batismo no Espírito por meio da sua morte e ressurreição.
A
diz-nos Primeira Carta de João que, tendo sido libertados do pecado, havemos de
viver na pureza a realizar a justiça. Tendo sido purificados gratuitamente,
havemos de viver como puros. A exigência é precedida pelo dom. Porque Deus nos
amou e nos transformou, não podemos pactuar com o pecado.
Mais
ainda: este maravilhoso dom de Deus há-de desenvolver-se: “agora já somos
filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos
é que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos
tal como Ele é”. O batismo no Espírito inclui uma maravilhosa esperança que nos
encoraja na difícil caminhada da
vida.
É pela esperança que nos tornamos puros, como Cristo: “Todo o que tem esta
esperança em Deus, torna-se puro, para ser como Ele, que é puro” (v.3).