Estamos
na semana da Epifania, a festa dos Reis. “Epifania” é uma palavra grega que
significa “manifestação”. Foi o dia da manifestação de Jesus como Salvador de
todos os povos, na pessoa dos Reis do Oriente, os Magos ou Sábios, que vieram
visitar o Menino Jesus em Belém, o Rei dos Reis (Ap 19, 16), o “Príncipe da
Paz” (Is 9, 5).
Jesus
veio nos trazer a verdadeira paz, a sua paz. “Dou-vos a minha paz. Não é à
maneira do mundo que eu a dou” (Jo 14, 27). “Seu nome será... Príncipe da Paz”
(Is 9,5). Esse foi o cântico dos anjos na noite de Natal: “Glória a Deus no
mais alto dos céus, e, na terra, paz a todos por ele amados!” (Lc 2, 14).
Em
sua mensagem de Paz, nesse 1º de janeiro, o Papa Francisco falou sobre a paz no
mundo, como mantê-la: “Não podemos pretender manter a estabilidade no mundo
através do medo da aniquilação, num equilíbrio muito instável, pendente sobre o
abismo nuclear e fechado dentro dos muros da indiferença, onde se tomam
decisões socioeconômicas que abrem a estrada para os dramas do descarte do
homem e da criação, em vez de nos guardarmos uns aos outros. Então como
construir um caminho de paz e mútuo reconhecimento? Como romper a lógica
morbosa da ameaça e do medo? Como quebrar a dinâmica de desconfiança atualmente
prevalecente?”
“Devemos
procurar uma fraternidade real, baseada na origem comum de Deus e vivida no
diálogo e na confiança mútua. O desejo de paz está profundamente inscrito no
coração do homem e não devemos resignar-nos com nada de menos”.
E
o Papa lembra os bombardeios atômicos de Hiroxima e Nagasáqui, falando que os
sobreviventes daquele massacre, ainda hoje “mantêm viva a chama da consciência
coletiva, testemunhando às sucessivas gerações o horror daquilo que aconteceu
em agosto de 1945 e os sofrimentos indescritíveis que se seguiram até aos dias
de hoje. Assim, o seu testemunho aviva e preserva a memória das vítimas, para
que a consciência humana se torne cada vez mais forte contra toda a vontade de
domínio e destruição. Não podemos permitir que as atuais e as novas gerações
percam a memória do que aconteceu, aquela memória que é garantia e estímulo
para construir um futuro mais justo e fraterno. Como eles, há muitos, em todas
as partes do mundo, que oferecem às gerações futuras o serviço imprescindível
da memória, que deve ser preservada não apenas para evitar que se voltem a
cometer os mesmos erros ou se reproponham os esquemas ilusórios do passado, mas
também para que a memória, fruto da experiência, constitua a raiz e sugira a
vereda para as opções de paz presentes e futuras. Na nossa experiência cristã,
fazemos constantemente memória de Cristo, que deu a sua vida pela nossa reconciliação
(cf. Rm 5, 6-11). A Igreja participa plenamente na busca duma ordem justa,
continuando a servir o bem comum e a alimentar a esperança da paz, através da
transmissão dos valores cristãos, do ensinamento moral e das obras sociais e
educacionais”.
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan