1
– Entendendo o 1º de janeiro
Enquanto
toda a sociedade celebra o início de um novo ano, estamos aqui celebrando a
Oitava do Natal e a Solenidade da maternidade divina no seio da Virgem Maria.
Não é uma Liturgia que, apenas, proclama Maria como Mãe de Deus. É uma Liturgia
que coloca no centro a maternidade da mulher para contemplarmos o jeito divino
de entrar no nosso tempo humano. Hoje, neste 1º de janeiro, no qual se comemora
o início do ano solar, compreendemos que o seio virginal da Mãe de Deus gerou
entre nós o Sol da justiça, Jesus Cristo, que entra no nosso tempo pela
maternidade da mulher. Esta é a grande bênção que ouvimos na 1ª leitura e no
salmo responsorial. A bênção da presença divina no nosso tempo histórico, que
neste 1º de janeiro inicia-se uma nova etapa.
2
– Acolher o Espírito divino que fecunda a vida
A
maternidade divina, realizada no seio da Virgem Mãe, diz que o Espírito Santo
de Deus fecundou o corpo de Maria com a vida divina. Antes de experimentar a
gravidez do Filho de Deus, Maria foi fecundada espiritualmente pelo Espírito
Santo. São Paulo, na 2ª leitura, dizia que graças ao Espírito Santo de Deus,
que fecunda nossas vidas, nos tornamos filhos e filhas de Deus. O mesmo
Espírito Santo que fecundou o corpo de Maria fecunda nossas vidas e nos
diviniza, nos santifica. Olhando para o exemplo da Virgem Mãe, podemos
compreender que, no início deste novo ano, o Espírito Santo de Deus é sempre
gerador da vida divina. Se somos fecundados pelo Espírito de Deus, então
podemos nos comprometer em gerar vida divina onde estivermos vivendo. Um
compromisso digno de um novo tempo, de um novo ano.
3
– Atitude de Maria
Quem
entende bem de gerar vida divina, fecundada pelo Espírito Santo, no meio do
mundo, é Maria, a Mãe de Jesus. Por isso, vou propor quatro características que
poderão sugerir o caminho do nosso crescimento espiritual em 2020. Quando os
pastores chegam no presépio, encontram Maria ocupada com sua criança. Esta é a
primeira característica: ocupar-se com aquilo que faz parte da nossa vida,
viver no momento presente atento com a vida. A segunda característica é
percebida por São Lucas: os pastores falam, as pessoas comentam, os fatos
acontecem e, Lucas percebe que Maria fica silenciosa. É uma mulher silenciosa.
O silêncio como modo de considerar os fatos; não reagir impulsivamente, mas
silenciar para entender o que acontece. A partir do silêncio, Lucas destaca
outra característica de Maria: ela meditava no seu coração. Diante dos
acontecimentos, diante de frases enviesadas que ouvimos, não se apavorar
jamais, mas silenciar e meditar. Por fim, a quarta característica está na luz
que ajudava Maria a compreender os fatos no silêncio e na sua meditação: a luz
é a Palavra de Deus. Que neste ano de 2020, iluminemos nossas vidas com a luz
da Palavra de Deus para não reagirmos impulsivamente, mas silenciemos para
ouvir o Espírito Santo de Deus que fala no silêncio e fecunda nossas vidas com
a força divina. Feliz Ano Novo para todos!