Pois bem, Deus, em Cristo, visita a nossa vida! No
Evangelho de hoje, quando São Lucas narra o aparecimento de João Batista, o
precursor do Messias, ele começa mostrando como a palavra do Senhor, como a sua
salvação nos atinge e nos encontra bem no concreto de nossa vida, no nosso aqui
e no nosso agora.
A salvação não é um mito, a vinda do Senhor até nós não é uma
estória de trancoso… Escutai como é concreta a sua vinda, como tem uma história
e uma geografia: “No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando
Pôncio Pilatos era governador da Judéia, Herodes administrava a Galiléia, seu
irmão Filipe, as regiões da Ituréia e Traconítide, e Lisânias, a Abilene;
quando Anás e Caifás eram sumo sacerdotes, foi então que a palavra de Deus foi
dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto.”
Vede, irmãos, e compreendei:
a Palavra de Deus vem nós num “quando” e num “onde”. O “quando” é hoje, agora,
neste período da nossa vida; o “onde” é aí onde você vive: na sua casa, no seu
trabalho, nas suas relações, nos seus conflitos! É neste agora e neste aqui,
neste “quando” e neste “onde” que Deus vem ao nosso encontro em Cristo Jesus! E
o que devemos fazer para acolhê-lo?
Como devemos proceder para que não venha a nos
em vão? Como agir para que a sua luz nos possa iluminar? Escutai ainda o
Evangelho: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. Todo vale
será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas
ficarão retas e os caminhos acidentados serão aplainados. E toda carne verá a
salvação de Deus”.
Vê, meu irmão; presta atenção, minha irmã! É de ti que o
Senhor fala; é à tua vida que ele se refere: queres ver a luz do Oriente?
Queres dirigir-te para o Dia eterno? Queres realmente estar pronto para o Dia
de Cristo no Natal, no “todo-dia” e no Último Dia? Então, endireita agora teus
caminhos, abaixa as montanhas da soberba e do orgulho, aterá os vales do medo, da
covardia e do vão temor, e endireita as tortuosas estradas de teus vícios e de
teus pecados! Aí sim, tu e toda carne verão a salvação de Deus: na celebração
do Natal vamos vê-la reclinada num pobre presépio, no “todo-dia” vamos
experimentá-la de tantos modos e em tantos momentos e, no Último Dia, Dia de
Cristo, iremos vê-la face a face como eterna delícia, alegria sem fim e vida
imperecível!
Vamos, irmãos, caminhemos com fé ao encontro do Senhor! E para que
o nosso caminho não seja sem rumo e em vão, endireitemos desde agora as
estradas de nossa vida! Levantemo-nos, ponhamo-nos no alto da virtude e
vejamos: vem a nós a alegria do nosso Deus! A ele a glória pelos séculos dos
séculos. Amém.
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