NO MÊS DE JANEIRO RECORDAMOS O FALECIMENTO DA DRA.
ZILDA ARNS NEUMANN, FUNDADORA DA PASTORAL DA CRIANÇA, QUE MORREU VÍTIMA DO
TERREMOTO OCORRIDO NA CIDADE DE PORTO PRÍNCIPE, HAITI, NO DIA 12 DE JANEIRO DE 2010. A ELA, NOSSO CARINHO E ETERNA GRATIDÃO.
“A Pastoral da Criança, desde o início,
teve a preocupação não só de reduzir a mortalidade infantil e a
desnutrição, mas também de promover a paz nas famílias e
comunidades, pelas atitudes de solidariedade e a partilha do saber a todas
as famílias”.
1983 • Fundação da Pastoral da Criança,
juntamente com Dom Geraldo Majella Agnelo, em Florestópolis – Paraná.
1987 • Lançamento do Primeiro Guia do Líder da
Pastoral da Criança.
1987 • Campanha do Soro Caseiro.
1987 • Lançamento do Jornal da Pastoral da
Criança.
1990 • Lançamento do Programa de Rádio Viva a
Vida.
1991 - 2009 • Dra. Zilda foi Conselheira no
Conselho Nacional de Saúde.
1993 - 1995 • Coordenadora Materno-infantil do
Ministério da Saúde.
1995 • A Pastoral da Criança se torna Organismo
de Ação Social da CNBB.
2003 • Realização do Primeiro Congresso Nacional
da Pastoral da Criança.
2004 • Fundação da Pastoral da Pessoa Idosa.
2007 • Segundo Congresso Nacional da Pastoral da
Criança.
2008 • Fundação da Pastoral da Criança
Internacional, com sede no Uruguai.
2010 • Falece na cidade de Porto Príncipe –
Haiti.
Em diversas comunidades do Brasil serão rezadas missas em memória aos 3 anos de falecimento da Dra. Zilda Arns Neumann
Em diversas comunidades do Brasil serão rezadas missas em memória aos 3 anos de falecimento da Dra. Zilda Arns Neumann
“Quando vejo, depois de anos de intenso trabalho, como
a Pastoral da Criança se expandiu, como formou uma rede de solidariedade, como
formou uma verdadeira família, acredito sempre mais no amor de Deus por nós, em
sua sabedoria e graça ao conduzir tão bem a Pastoral da Criança!” Zilda Arns Neumann
Dra. Zilda Arns Neumann recebeu o título de Cidadã
Honorária de 11 estados e 37 municípios brasileiros. Recebeu ainda 19 prêmios,
nacionais e internacionais, e dezenas de homenagens pelo trabalho realizado na
Pastoral da Criança.
UMA MULHER DE CORAGEM!
Dra. Zilda viveu para defender
e promover as crianças, gestantes e idosos, construir uma sociedade mais justa,
fraterna, com menos doenças e sofrimento humano. Morreu tragicamente no
terremoto que devastou o Haiti dia 12 de janeiro de 2010, logo após fazer um
pronunciamento sobre como salvar vidas com medidas simples, educativas e
preventivas. Deixou sua marca na história do Brasil ao fundar e coordenar a
Pastoral da Criança e Pastoral da Pessoa Idosa.
Em seu trabalho, sempre aliou o conhecimento científico ao conhecimento e à cultura popular; valorizou o papel da mulher pobre na transformação social; mobilizou a todos, pobres e ricos, analfabetos e doutores, na busca da Vida Plena para todos. Em suas manifestações costumava dizer: “Há muito o que se fazer, porque a desigualdade social é grande. Os esforços que estão sendo feitos precisam ser valorizados para que gerem outros ainda maiores.”
Faleceu fazendo o que sempre falou: congregar mais pessoas para se unirem na busca de “vida em abundância” para crianças e gestantes pobres.
Em seu trabalho, sempre aliou o conhecimento científico ao conhecimento e à cultura popular; valorizou o papel da mulher pobre na transformação social; mobilizou a todos, pobres e ricos, analfabetos e doutores, na busca da Vida Plena para todos. Em suas manifestações costumava dizer: “Há muito o que se fazer, porque a desigualdade social é grande. Os esforços que estão sendo feitos precisam ser valorizados para que gerem outros ainda maiores.”
Faleceu fazendo o que sempre falou: congregar mais pessoas para se unirem na busca de “vida em abundância” para crianças e gestantes pobres.
Zilda Arns não necessita de maiores apresentações.
Família de 13 irmãos, um deles o ex-arcebispo de São Paulo, cardeal Paulo
Evaristo Arns, Zilda tem toda uma vida consagrada à solidariedade com as
crianças. A Pastoral da Criança, por ela fundada há 26 anos, vem salvando vidas
no Brasil e, hoje, é esperança de vida em vários países da América Latina, na
Africa e na Ásia.
Cardeal Paulo Evaristo Arns, Dra Zilda Arns |
"Acabo de ouvir emocionado a
notícia de que minha caríssima irmã Zilda Arns Neumann sofreu com o bom povo do
Haiti o efeito trágico do terremoto. Que nosso Deus, em sua misericórdia,
acolha no céu aqueles que na Terra lutaram pelas crianças e os desamparados.
Não é hora de perder a esperança.
Zilda teve uma vida maravilhosa e morreu ao lado dos mais necessitados. É uma morte que surpreende, mas é uma morte bonita porque ela morre no cumprimento de uma causa que sempre acreditou".
Zilda teve uma vida maravilhosa e morreu ao lado dos mais necessitados. É uma morte que surpreende, mas é uma morte bonita porque ela morre no cumprimento de uma causa que sempre acreditou".
“Ela está no coração de Deus”
Paulo Evaristo Cardeal Arns
13.01.2010
13.01.2010
CRUCIFIXO DA IGREJA SACRE COEUR DU TUGEAU
O templo sagrado desabou e restou aquele Crucifixo,
quase intacto, grande, erguido, exposto aos olhares dos que passavam. O Filho
do Homem permaneceu naquele lugar, representado pela imagem, para dizer aos
sofredores haitianos que eles não estão sozinhos. Jesus Cristo está crucificado
com eles e eles com Cristo. “Suas dores são minhas dores; suas lágrimas são
minhas lágrimas; seu sangue é o meu sangue. Estou na cruz despido, como vocês
que agora se encontram despidos de tantos bens.” Como disse o Profeta Isaías:
“a verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo,
nossas dores” (Is 53,4).
Os braços do Filho de Deus permaneceram abertos em
Porto Príncipe para acolher o clamor de homens e mulheres transpassados pela
lança da destruição, da fome, da sede, da perda de esperanças.
O Crucifixo do Haiti foi mais forte que o terremoto
para manter viva na mente e coração dos que por aquela rua passarem a boa
notícia: “prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão” (Jo 15,13).
Ali ficou uma imagem sagrada feita de matéria, porém, ao seu lado, ficaram os
corpos de homens e mulheres, que viveram até o fim o Mandamento Novo. Eles
foram imagens vivas do Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas. Naquele dia,
e naquela hora estavam a Dra. Zilda Arns e quinze sacerdotes presentes naquela
igreja no momento da tragédia. Eles estavam juntos porque queriam amar
intensamente as crianças daquela nação que esperavam por vida e vida em
abundância.
Pe. Francisco Agamenilton Damascena
Vice-reitor do Seminário Diocesano São José
Uruaçu – GO
Vice-reitor do Seminário Diocesano São José
Uruaçu – GO
Zilda Arns Neumann tinha 73 anos, era médica pediatra
e sanitarista, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e
fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa. Ela era
representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho
Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (CDES). Ela nasceu em Forquilhinha (SC) e morava em Curitiba.
Dr Nelson Arns |
LEGADO DE ZILDA ARNS
Como filho, Dr. Nelson destaca que Zilda Arns deixou lições importantes para sua família:
O respeito a todas as pessoas, a perseverança -
"ela não desistia nunca, fazia seu trabalho até o fim", e o amor sem
qualquer distinção de classes e raças. "Todo ser humano merece nosso
respeito, consideração, e ela fazia questão de demonstrar isso no seu dia a
dia".
"Ela sempre fez muita questão de aliar o amor com
o conhecimento técnico".
Nas
contribuições que Drª Zilda deixou para a Pastoral da Criança. "Ela
buscava o embasamento cientifico, fazia parcerias com as universidades,
contratava pesquisas. Ela fazia muita questão de aliar o amor ao conhecimento
cientifico para que a gente estivesse sempre no rumo correto na Pastoral da
Criança".
Uma das grandes contribuições da Pastoral da Criança é
"o reforço do papel da família". Há 30 anos, havia um grande número
de mortalidade infantil no Brasil, por doenças como a poliomelite e mortes
devido à desidratação causadas por diarréia. "Doenças preveníveis e
fáceis, que a família, quando assume, pode resolver".
"Olhando o grande progresso do Brasil, percebemos
que houve investimentos na estrutura, mas houve, principalmente, o
fortalecimento da família, assumindo seu papel na prevenção e na educação de
suas crianças".
Dr Nelson Arns
12/01/2011