sexta-feira, janeiro 11, 2013

DRA. ZILDA ARNS NEUMANN: TESTEMUNHO DE AMOR E SOLIDARIEDADE

“A Pastoral da Criança, desde o início, teve a preocupação não só de reduzir a mortalidade infantil e a desnutrição, mas também de promover a paz nas famílias e comunidades, pelas atitudes de solidariedade e a partilha do saber a todas as famílias”.

1983 • Fundação da Pastoral da Criança, juntamente com Dom Geraldo Majella Agnelo, em Florestópolis – Paraná.

1987 • Lançamento do Primeiro Guia do Líder da Pastoral da Criança.

1987 • Campanha do Soro Caseiro.

1987 • Lançamento do Jornal da Pastoral da Criança.

1990 • Lançamento do Programa de Rádio Viva a Vida.

1991 - 2009 • Dra. Zilda foi Conselheira no Conselho Nacional de Saúde.

1993 - 1995 • Coordenadora Materno-infantil do Ministério da Saúde.

1995 • A Pastoral da Criança se torna Organismo de Ação Social da CNBB.

2003 • Realização do Primeiro Congresso Nacional da Pastoral da Criança.

2004 • Fundação da Pastoral da Pessoa Idosa.

2007 • Segundo Congresso Nacional da Pastoral da Criança.

2008 • Fundação da Pastoral da Criança Internacional, com sede no Uruguai.

2010 • Falece na cidade de Porto Príncipe – Haiti.
Em diversas comunidades do Brasil serão rezadas missas em memória aos 3 anos de falecimento da Dra. Zilda Arns Neumann

“Quando vejo, depois de anos de intenso trabalho, como a Pastoral da Criança se expandiu, como formou uma rede de solidariedade, como formou uma verdadeira família, acredito sempre mais no amor de Deus por nós, em sua sabedoria e graça ao conduzir tão bem a Pastoral da Criança!” Zilda Arns Neumann
Dra. Zilda Arns Neumann recebeu o título de Cidadã Honorária de 11 estados e 37 municípios brasileiros. Recebeu ainda 19 prêmios, nacionais e internacionais, e dezenas de homenagens pelo trabalho realizado na Pastoral da Criança.
UMA MULHER DE CORAGEM!
Dra. Zilda viveu para defender e promover as crianças, gestantes e idosos, construir uma sociedade mais justa, fraterna, com menos doenças e sofrimento humano. Morreu tragicamente no terremoto que devastou o Haiti dia 12 de janeiro de 2010, logo após fazer um pronunciamento sobre como salvar vidas com medidas simples, educativas e preventivas. Deixou sua marca na história do Brasil ao fundar e coordenar a Pastoral da Criança e Pastoral da Pessoa Idosa.
Em seu trabalho, sempre aliou o conhecimento científico ao conhecimento e à cultura popular; valorizou o papel da mulher pobre na transformação social; mobilizou a todos, pobres e ricos, analfabetos e doutores, na busca da Vida Plena para todos. Em suas manifestações costumava dizer: “Há muito o que se fazer, porque a desigualdade social é grande. Os esforços que estão sendo feitos precisam ser valorizados para que gerem outros ainda maiores.”
Faleceu fazendo o que sempre falou: congregar mais pessoas para se unirem na busca de “vida em abundância” para crianças e gestantes pobres.
Zilda Arns não necessita de maiores apresentações. Família de 13 irmãos, um deles o ex-arcebispo de São Paulo, cardeal Paulo Evaristo Arns, Zilda tem toda uma vida consagrada à solidariedade com as crianças. A Pastoral da Criança, por ela fundada há 26 anos, vem salvando vidas no Brasil e, hoje, é esperança de vida em vários países da América Latina, na Africa e na Ásia.
Cardeal Paulo Evaristo Arns, Dra Zilda Arns
"Acabo de ouvir emocionado a notícia de que minha caríssima irmã Zilda Arns Neumann sofreu com o bom povo do Haiti o efeito trágico do terremoto. Que nosso Deus, em sua misericórdia, acolha no céu aqueles que na Terra lutaram pelas crianças e os desamparados. Não é hora de perder a esperança.
Zilda teve uma vida maravilhosa e morreu ao lado dos mais necessitados. É uma morte que surpreende, mas é uma morte bonita porque ela morre no cumprimento de uma causa que sempre acreditou".  
“Ela está no coração de Deus”
Paulo Evaristo Cardeal Arns
13.01.2010
CRUCIFIXO DA IGREJA SACRE COEUR DU TUGEAU
O templo sagrado desabou e restou aquele Crucifixo, quase intacto, grande, erguido, exposto aos olhares dos que passavam. O Filho do Homem permaneceu naquele lugar, representado pela imagem, para dizer aos sofredores haitianos que eles não estão sozinhos. Jesus Cristo está crucificado com eles e eles com Cristo. “Suas dores são minhas dores; suas lágrimas são minhas lágrimas; seu sangue é o meu sangue. Estou na cruz despido, como vocês que agora se encontram despidos de tantos bens.” Como disse o Profeta Isaías: “a verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores” (Is 53,4).
Os braços do Filho de Deus permaneceram abertos em Porto Príncipe para acolher o clamor de homens e mulheres transpassados pela lança da destruição, da fome, da sede, da perda de esperanças.
O Crucifixo do Haiti foi mais forte que o terremoto para manter viva na mente e coração dos que por aquela rua passarem a boa notícia: “prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão” (Jo 15,13). Ali ficou uma imagem sagrada feita de matéria, porém, ao seu lado, ficaram os corpos de homens e mulheres, que viveram até o fim o Mandamento Novo. Eles foram imagens vivas do Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas. Naquele dia, e naquela hora estavam a Dra. Zilda Arns e quinze sacerdotes presentes naquela igreja no momento da tragédia. Eles estavam juntos porque queriam amar intensamente as crianças daquela nação que esperavam por vida e vida em abundância.
Pe. Francisco Agamenilton Damascena
Vice-reitor do Seminário Diocesano São José
Uruaçu – GO
Zilda Arns Neumann tinha 73 anos, era médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa. Ela era representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Ela nasceu em Forquilhinha (SC) e morava em Curitiba.

Dr Nelson Arns
LEGADO DE ZILDA ARNS
Como filho, Dr. Nelson destaca que Zilda Arns deixou lições importantes para sua família:

O respeito a todas as pessoas, a perseverança - "ela não desistia nunca, fazia seu trabalho até o fim", e o amor sem qualquer distinção de classes e raças. "Todo ser humano merece nosso respeito, consideração, e ela fazia questão de demonstrar isso no seu dia a dia".
"Ela sempre fez muita questão de aliar o amor com o conhecimento técnico".

 Nas contribuições que Drª Zilda deixou para a Pastoral da Criança. "Ela buscava o embasamento cientifico, fazia parcerias com as universidades, contratava pesquisas. Ela fazia muita questão de aliar o amor ao conhecimento cientifico para que a gente estivesse sempre no rumo correto na Pastoral da Criança".
Uma das grandes contribuições da Pastoral da Criança é "o reforço do papel da família". Há 30 anos, havia um grande número de mortalidade infantil no Brasil, por doenças como a poliomelite e mortes devido à desidratação causadas por diarréia. "Doenças preveníveis e fáceis, que a família, quando assume, pode resolver".

"Olhando o grande progresso do Brasil, percebemos que houve investimentos na estrutura, mas houve, principalmente, o fortalecimento da família, assumindo seu papel na prevenção e na educação de suas crianças".
Dr Nelson Arns
12/01/2011