“BEM-AVENTURADOS OS OBREIROS DA PAZ” FOI O TÍTULO DA MENSAGEM DO PAPA PARA O DIA 1º DE JANEIRO, DIA MUNDIAL DA PAZ: “CADA ANO
NOVO TRAZ CONSIGO A EXPECTATIVA DE UM MUNDO MELHOR. PEÇO A DEUS, PAI DA
HUMANIDADE, QUE NOS CONCEDA A CONCÓRDIA E A PAZ A FIM DE QUE POSSAM TORNAR-SE
REALIDADE, PARA TODOS, AS ASPIRAÇÕES DUMA VIDA FELIZ E PRÓSPERA”.
Bento XVI analisa o clima do nosso tempo que,
“caracterizado pela globalização, com seus aspectos positivos e negativos, e
também por sangrentos conflitos ainda em curso e por ameaças de guerra, requer
um renovado e concorde empenho na busca do bem comum, do desenvolvimento de
todo o homem e do homem todo”.
E o Papa aponta as potenciais causas de atritos:
“Causam apreensão os focos de tensão e conflito causados por crescentes
desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio duma mentalidade egoísta e
individualista que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro
desregrado. Além de variadas formas de terrorismo e criminalidade
internacional, põem em perigo a paz aqueles fundamentalismos e fanatismos que
distorcem a verdadeira natureza da religião, chamada a favorecer a comunhão e a
reconciliação entre os homens”.
A paz é uma vocação natural do homem: “E, no entanto,
as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo, testemunham a vocação natural
da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz é uma aspiração essencial
e coincide, de certo modo, com o anelo por uma vida humana plena, feliz e bem
sucedida. Por outras palavras, o desejo de paz corresponde a um princípio moral
fundamental, ou seja, ao dever-direito de um desenvolvimento integral, social,
comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na
verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus”.
“Tudo isso me sugeriu buscar inspiração, para esta
Mensagem, nas palavras de Jesus Cristo: Bem-aventurados os obreiros da
paz, porque serão chamados filhos de Deus. A bem-aventurança de Jesus diz que a
paz é... dom messiânico e obra humana. Na verdade, a paz pressupõe um humanismo
aberto à transcendência; é fruto do dom recíproco, de um mútuo enriquecimento,
graças ao dom que provém de Deus e nos permite viver com os outros e para os
outros... Por isso, é indispensável que as várias culturas de hoje superem
antropologias e éticas fundadas sobre motivos teórico-práticos meramente
subjetivistas e pragmáticos, em virtude dos quais as relações da convivência se
inspiram em critérios de poder ou de lucro, os meios tornam-se fins, e
vice-versa, a cultura e a educação concentram-se apenas nos instrumentos, na
técnica e na eficiência.
Condição preliminar para a paz é o desmantelamento da
ditadura do relativismo e da apologia duma moral totalmente autônoma, que
impede o reconhecimento de quão imprescindível seja a lei moral natural
inscrita por Deus na consciência de cada homem.
A paz é construção em termos
racionais e morais da convivência, fundando-a sobre um alicerce cuja medida não
é criada pelo homem, mas por Deus”.
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São
João Maria Vianney
Leia na íntegra
clique na imagem
Leia na íntegra
clique na imagem