domingo, janeiro 13, 2013

“NO JORDÃO, NÃO FOI A ÁGUA QUE SANTIFICOU JESUS, MAS JESUS QUE SANTIFICOU A ÁGUA” por Raniero Cantalamessa


São Lucas, que em todo seu evangelho dirige um olhar atento à oração de Jesus, que o representa sempre como o orante – em conversa com o Pai - , diz-nos que Jesus recebeu o batismo enquanto orava. Jesus tomou sobre seus ombros o peso da culpa de toda humanidade; levou-a pelo Jordão abaixo. Ele inaugura seu ministério inserindo-se no lugar dos pecadores. Ele inaugura-o com a antecipação da cruz.
Comunidade Paroquial São Conrado no reencontro com a pia batismal na Renovação das Promessas do Batismo.
Ele, é por assim dizer, o verdadeiro Jonas, que disse para os marinheiros: “pegai em mim e atirai-me ao mar” (Jonas 1,12).
Cada batismo cristão outra coisa não faz a não ser prolongar o mistério do dia do Batismo de Jesus, 
naquele dia, o Espírito Santo desce sobre uma criatura  humana e aquela criatura se torna “filho predileto” no qual o Pai se compraz.
Nesta festa de hoje, devemos definitivamente mergulhar nas águas do nosso batismo.
 Os dons de Deus se tornam verdadeiros e operantes para nós somente no momento em que nós, iluminados pelo Espírito Santo, tomamos consciência deles e os acolhemos com fé, num certo sentido, nós portanto, recebemos hoje o batismo.
Este é possível exatamente porque o batismo de Jesus é um batismo no Espírito Santo e o Espírito Santo não desliza e desaparece como água do batismo; permanece e pode se reacender como fogo recoberto de cinza.
  Há vários modos para “desenvolver' o significado do batismo, mas o melhor é o de seguir o desenrolar dos ritos e dos sinais que o acompanham.
Os sacramentos operam o que os sinais indicam. A liturgia batismal contém a melhor catequese sobre o batismo.
Para renascer é preciso escolher; aliás, o renascimento é ele mesmo, em certo sentido, uma escolha, à diferença do nascimento natural, que é somente um dom recebido passivamente de outros.
Batizado de Noah Lucas na Paróquia São Conrado dia 13/01/2013.
O celebrante convida os pais que carregam a criança a que se aproximem da fonte, ou o adulto acompanhado pelos padrinhos e, por três vezes, lhe imerge a cabeça na água ou derrama água sobre a cabeça 
pronunciando sobre o batizando – que chama por nome – as solenes palavras: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”
Seguir o convite para o batismo significa então entrar no lugar do batismo de Jesus e, assim, na sua identificação conosco, receber a nossa identificação com Ele.
Sendo assim, acrescenta-se então a proclamação que vem de Deus, do Pai, da missão de Jesus, a qual, porém, não explica uma ação, mas sim o seu ser: ELE É O FILHO MUITO AMADO, sobre o qual repousa o bom agrado de Deus.

cf. Bento XVI , Jesus de Nazaré, Ed Planeta
cf. Raniero Cantalamessa, Reflexão sobre a Palavra de Deus, Ed Ave Maria