"É uma verdadeira vocação, assim como o sacerdócio e a vida
religiosa. Dois cristãos que se casam reconheceram em sua história de amor o
chamado do Senhor, a vocação a se tornarem de dois, homem e mulher, uma só
carne, uma só vida. O Sacramento do Matrimônio envolve esse amor com a graça de
Deus, enraíza essa união no próprio Deus." Papa Francisco
"A família está fundada no matrimônio. Através de um ato de amor
livre e fiel, os esposos cristãos testemunham que o matrimônio, por ser
sacramento, é a base onde se funda a família e faz mais sólida a união dos
cônjuges e sua entrega recíproca.
O amor conjugal e familiar também revela
claramente a vocação da pessoa de amar de forma única e para sempre e de que as
provações, os sacrifícios e as crises do casal, como da mesma família,
representam passagens para crescer no bem, na verdade e na beleza".
"É uma
experiência de fé em Deus e de confiança recíproca, de liberdade profunda, de
santidade, porque a santidade pressupõe entregar-se com fidelidade e sacrifício
todos os dias da vida".
O Matrimônio foi
instituído por Deus quando criou o homem e a mulher. Para os cristãos, Jesus
Cristo o elevou à dignidade de sacramento; um sacramento que dá aos esposos uma
graça especial para serem fiéis um ao outro e santificar-se na vida matrimonial
e familiar, já que o matrimônio cristão é uma autêntica vocação sobrenatural.
Durante a celebração do Sacramento do Matrimonio o padre é testemunha qualificada da Igreja. Cristo se faz presente nos noivos e eles se tornam naquele momento, esposo e esposa na matéria do sacramento, assim como o pão e o vinho, a Palavra de Deus, a comunidade reunida, o Batismo através da água... O casal quando consentem e aceitam livremente o matrimonio, eles se tornam um sinal indissolúvel da Presença de Jesus Cristo no mundo.
Uma das
passagens divinamente inspiradas mais belas é aquela em que São Paulo compara o
vínculo conjugal ao amor de Cristo pela Igreja. "As mulheres sejam
obedientes a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o chefe da Igreja,
seu corpo, da qual ele é o salvador" (Ef 5, 22-23), diz o Apóstolo. "Maridos,
amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela"
(5, 25).
E como Cristo amou a Igreja? "Tendo amado os seus que estavam no
mundo", diz São João, "amou-os até o fim" (Jo 13, 1): não só até
o fim de sua vida, mas "até o cume de toda a possibilidade de amor (...),
até à extrema exigência imposta pelo amor". No altar do
Calvário, consuma-se o sacrifício de uma vida inteira doada por amor: a entrega
de Jesus pelos Seus, pela Igreja. É, sem dúvida, um amor alegre, mas
revela-se "em forma de cruz".
No altar do leito conjugal e da convivência diária, do mesmo modo,
consuma-se outro sacrifício de amor: a entrega matrimonial.
Esta também é uma bela oferta, que "traz consigo a alegria", mas, sem dúvida, não é fácil de ser feita. Assim como foi difícil para Jesus encarar o sofrimento da Cruz, nesta vida, os filhos de Deus que se unem em matrimônio também são chamados a entrar no Getsêmani.
No horto das Oliveiras, há mais de dois mil anos, Jesus "entrou em agonia (...) e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra" (Lc 22, 44). No vale de lágrimas que é o mundo, hoje, os casais são chamados a doar as suas vidas, renunciando a si mesmos em prol do outro e dos seus filhos.
O matrimônio não foi feito para que um indivíduo se faça feliz. Ele foi concebido para que o homem e a mulher, fazendo-se instrumentos do amor divino, daquele amor com que Cristo amou a Sua Igreja, façam-se felizes, um ao outro.
O casamento cristão não foi instituído para o egoísmo, mas para a formação da família, pela qual os pais devem se gastar, dia após dia, como Jesus se gastou pelos Seus.
Que os casais não percam de mente estas palavras, que devem moldar a verdadeira paternidade: "Não pode haver amor verdadeiro sem a experiência do sacrifício".
Fotografia:
João Salamonde
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