SE PROCURAS UM EXEMPLO DE PACIÊNCIA, ENCONTRAS NA CRUZ O MAIS EXCELENTE!
Nasceu por volta
do ano 1225, da família dos Condes de Aquino. Estudou primeiramente no mosteiro
de Monte Cassino e depois em Nápoles. Ingressou na Ordem dos Frades Pregadores
e completou os estudos em Paris e em Colônia, tendo tido como professor Santo Alberto
Magno.
Escreveu muitas obras de grande erudição, e, como professor, lecionou
disciplinas filosóficas e teológicas, o que lhe valeu grande reputação. Morreu
nas proximidades de Terracina, a 7 de março de 1274. Sua memória é celebrada a
28 de janeiro, data em que seu corpo foi trasladado para Toulouse (França), em
1369.
SÃO
TOMÁS DE AQUINO FOI UM IMPORTANTE TEÓLOGO, FILÓSOFO E PADRE DOMINICANO DO
SÉCULO XIII.
Foi declarado santo pelo papa João XXII em 18 de julho de 1323. É considerado
um dos principais representantes da escolástica (linha filosófica medieval de
base cristã). Foi o fundador da escola tomista de filosofia e teologia.
Tomás nasceu em
1225, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família feudal italiana dos
condes de Aquino. Possuía laços de sangue com as famílias reais da Itália,
França, Sicília e Alemanha, esta ligada à casa de Aragão.
Ingressou no mosteiro
beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos
que não pararia nunca mais. Depois, frequentou a Universidade de Nápoles, mas,
quando decidiu entrar para a Ordem de São Domingos encontrou forte resistência
da família. Seus irmãos chegaram a trancá-lo num castelo por um ano, para
tentar mantê-lo afastado dos conventos, mas sua mãe acabou por libertá-lo e,
finalmente, Tomás pôde se entregar à religião. Tinha então dezoito anos. Não
sendo por acaso a sua escolha pela Ordem de São Domingos, que trabalha para
unir ciência e fé em favor da humanidade.
Foi para Colônia
e Paris estudar com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Por sua
mansidão e silêncio foi apelidado de “boi mudo”, por ser também, gordo,
contemplativo e muito devoto. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV,
Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em
grandes universidades de Paris, Roma, Bologna e Nápoles e jamais se afastou da
humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos
outros e da caridade para com os pobres e doentes.
Grande
intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do
tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: “oferecer aos outros os
frutos da contemplação”. Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo
com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou. Escrevia e publicava
obras importantíssimas, frutos de seus estudos solitários desfrutados na
humildade de sua cela, aliás seu local preferido. Seus escritos são um dos
maiores monumentos de filosofia e teologia católica.
Tomás D’Aquino
morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, no mosteiro
de Fossanova, a caminho do II Concílio de Lion, em 07 de março de 1274, para o
qual fora convocado pelo papa Gregório X. Imediatamente colégios e
universidades lhe prestaram as mais honrosas homenagens. Suas obras, a
principal, mais estudada e conhecida, a “Summa Teológica”, foram a causa de sua
canonização, em 1323. Disse sobre ele, nessa ocasião, o papa João XXII: “Ele
fez tantos milagres, quantas proposições teológicas escreveu”. É padroeiro das
escolas públicas, dos estudantes e professores.
No dia 28 de
janeiro de 1567, o papa São Pio V lhe deu o título de “doutor da Igreja”, e
logo passou a ser chamado de “doutor angélico”, pelos clérigos. Em toda a sua
obra filosófica e teológica tem primazia à inteligência, estudo e oração; sendo
ainda a base dos estudos na maioria dos Seminários. Para isso contou, mais
recentemente, com o impulso dado pelo incentivo do papa Leão XIII, que fez
reflorescer os estudos tomistas.
Das Conferências
de Santo Tomás de Aquino, presbítero
(Colatio 6 super
Credo in Deum) (Séc.XIII)
NA
CRUZ NÃO FALTA NENHUM EXEMPLO DE VIRTUDE
Que necessidade
havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por
assim dizer, dupla: para ser remédio contra o pecado e para exemplo do que
devemos praticar.
Foi em primeiro
lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos
os males que nos sobrevêm por causa dos nossos pecados.
Mas não é menor
a utilidade em relação ao exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente
para orientar nossa vida inteira. Quem quiser viver na perfeição, nada mais
tema fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na cruz e desejar o que
ele desejou. Na cruz, pois, não falta nenhum exemplo de virtude.
Se procuras um
exemplo de caridade: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida
pelos amigos (Jo 15,13). Assim fez Cristo na cruz. E se ele deu sua vida
por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por
causa dele.
Se procuras um
exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente! Podemos reconhecer
uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com
serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os
evita. Ora, Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande
serenidade, porque atormentado, não ameaçava (1Pd 2,23); foi levado
como ovelha ao matadouro e não abriu a boca (cf. Is 53,7; At 8,32).
É grande,
portanto, a paciência de Cristo na cruz. Corramos com paciência ao combate que
nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a
obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não
se importando com a infâmia (cf. Hb 12,1-2).
Se procuras um
exemplo de humildade, contempla o crucificado: Deus quis ser julgado sob Pôncio
Pilatos e morrer.
Se procuras um
exemplo de obediência, segue aquele que se fez obediente ao Pai até à morte: Como
pela desobediência de um só homem, isto é, de Adão, a humanidade toda foi
estabelecida numa condição de pecado, assim também pela obediência de um só,
toda a humanidade passará para uma situação de justiça (Rm 5,19).
Se procuras um
exemplo de desprezo pelas coisas da terra, segue aquele que é Rei dos reis e
Senhor dos senhores, no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e
da ciência (Cl 2,3), e que na cruz está despojado de suas vestes, escarnecido,
cuspido, espancado, coroado de espinhos e, por fim, tendo vinagre e fel como
bebida para matar a sede.
Não te preocupes
com as vestes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes (Jo
19,24); nem com honras, porque fui ultrajado e flagelado; nem com a dignidade,
porque tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em minha cabeça (cf.
Mc 15,17); nem com os prazeres, porque em minha sede ofereceram-me vinagre (Sl
68,22).
Ó
Deus, que tornastes Santo Tomás de Aquino um modelo admirável, pela procura da
santidade e amor à ciência sagrada, dai-nos compreender seus ensinamentos e
seguir seus exemplos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
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