terça-feira, janeiro 21, 2014

SANTA INÊS, VIRGEM E MÁRTIR


Conta-se que sofreu o martírio com a idade de doze anos. Quanto mais detestável foi a crueldade que não poupou sequer tão tenra idade, tanto maior é a força da fé que até naquela idade encontrou testemunho.
Haveria naquele corpo tão pequeno lugar para uma ferida? Mas aquela que quase não tinha tamanho para receber o golpe da espada, teve força para vencer a espada. E isto numa idade em que as meninas não suportam sequer ver o rosto zangado dos pais e choram como se uma picada de alfinete fosse uma ferida!

Mas ela permaneceu impávida entre as mãos ensanguentadas dos carrascos, imóvel perante o arrastar estridente dos pesados grilhões. Oferece o corpo à espada do soldado enfurecido, sem saber o que é a morte, mas pronta para ela. Levada à força até os altares dos ídolos, estende as mãos para Cristo no meio do fogo, e nestas chamas sacrílegas mostra o troféu do Senhor vitorioso. Finalmente, tendo que introduzir o pescoço e ambas as mãos nas algemas de ferro, nenhum elo era suficientemente apertado para segurar membros tão pequeninos.

Novo gênero de martírio? Ainda não preparada para o sofrimento e já madura para a vitória! Mal sabia lutar e facilmente triunfa! Dá uma lição de firmeza apesar de tão pouca idade! Uma recém-casada não se apressaria para o leito nupcial com aquela alegria com que esta virgem correu para o lugar do suplício, levando a cabeça enfeitada não de belas tranças mas de Cristo, e coroada não de flores mas de virtudes.
Todos choram, menos ela. Muitos se admiram de vê-la entregar tão generosamente a vida que ainda não começara a gozar, como se já tivesse vivido plenamente. Todos ficam espantados que já se levante como testemunha de Deus quem, por causa da idade, não podia ainda dar testemunho de si. Afinal, aquela que não mereceria crédito se testemunhasse a respeito de um homem, conseguiu que lhe dessem crédito ao testemunhar acerca de Deus. Pois o que está acima da natureza, pode fazê-lo o Autor da natureza.
Quantas ameaças não terá feito o carrasco para incutir-lhe terror! Quantas seduções para persuadi-la! Quantas propostas para casar com algum deles! Mas sua resposta foi esta: “É uma injúria ao Esposo esperar por outro que me agrade. Aquele que primeiro me escolheu para si, esse é que me receberá. Por que demoras, carrasco? Pereça este corpo que pode ser amado por quem não quero!” Ficou de pé, rezou, inclinou a cabeça.

Terias podido ver o carrasco perturbar-se, como se fosse ele o condenado, tremer a mão que desfecharia o golpe, e empalidecerem os rostos temerosos do perigo alheio, enquanto a menina não temia o próprio perigo. Tendes, pois, numa única vítima um duplo martírio: o da castidade e o da fé. Inês permaneceu virgem e alcançou o martírio.
             Do Tratado sobre as Virgens, de Santo Ambrósio, bispo
(Lib. 1, cap. 2.5.7-9:PL 16, [edit. 1845], 189-191) (Séc.IV)

Santa Inês ou Santa Agnes
Sofreu o martírio em Roma na segunda 
metade do século III ou, mais provavelmente, 
no início do século IV. 
O papa São Dâmaso 
adornou o seu sepulcro com versos, 
e muitos Santos Padres, seguindo 
Santo Ambrósio, celebraram 
seus louvores.
A LEI DO AMOR
Naqueles dias, Moisés falou ao povo, dizendo:
“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. E trarás gravadas em teu coração todas estas palavras que hoje te ordeno. Tu as repetirás com insistência aos teus filhos e delas falarás quando estiveres sentado em tua casa, ou andando pelos caminhos, quando te deitares, ou te levantares. Tu as prenderás como sinal em tua mão e as colocarás como um sinal entre os teus olhos; tu as escreverás nas entradas da tua casa e nas portas da tua cidade.
Quando o Senhor te introduzir na terra que prometeu com juramento a teus pais, Abraão, Isaac e Jacó, que te daria, com cidades grandes e belas que não edificaste, casas cheias de toda espécie de bens que não acumulaste, cisternas já escavadas que não cavaste, vinhas e oliveiras que não plantaste; e quando comeres e te fartares, então, cuida bem de não esqueceres o Senhor que te tirou do Egito, da casa da escravidão. Temerás o Senhor teu Deus, a ele servirás e só pelo seu nome jurarás.

Não seguirás outros deuses, dentre os deuses dos povos vizinhos, porque o Senhor teu Deus, que mora no meio de ti, é um Deus ciumento. Não suceda que a cólera do Senhor teu Deus, inflamando-se contra ti, venha a exterminar-te da face da terra. Não tenteis o Senhor vosso Deus, como o tentastes em Massa. Guardai os preceitos do Senhor vosso Deus, os mandamentos e as leis que vos dá. Faze o que é reto e bom aos olhos do Senhor para que sejas feliz e possas entrar e tomar posse da boa terra, da qual o Senhor jurou a teus pais que haveria de expulsar todos os teus inimigos, como ele mesmo disse.

Quando amanhã teu filho te perguntar: ‘Que significam estes mandamentos, estas leis e estes decretos que o Senhor nosso Deus nos prescreveu?’, então lhe responderás: ‘Nós éramos escravos do Faraó e o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa, e fez à nossa vista grandes sinais e prodígios terríveis contra o Egito, contra o Faraó e toda a sua casa. Ele nos tirou de lá, para nos conduzir à terra que jurou dar a nossos pais.
Senhor mandou que cumpríssemos todas essas leis e temêssemos o Senhor nosso Deus, para que fôssemos sempre felizes e nos conservássemos vivos, como o somos hoje. E ele será misericordioso para conosco, se guardarmos e observarmos todos os seus mandamentos diante do Senhor nosso Deus, como ele nos mandou’”. Dt 6,4-25

CELEBREMOS A FESTA DE SANTA INÊS,
LEMBREMOS O MODO COMO ELA SOFREU
O MARTÍRIO POR CRISTO.
NA FLOR DA IDADE, VENCENDO A MORTE,
A VIDA ENCONTROU.
SOMENTE AMOU QUEM DA VIDA É O AUTOR. NA FLOR.


Oração 
Deus eterno e todo-poderoso, que escolheis as criaturas mais frágeis para confundir os poderosos, dai-nos, ao celebrar o martírio de Santa Inês, a graça de imitar sua constância na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito. 

É padroeira da pureza e da castidade e é invocada na proteção da castidade.
--