segunda-feira, novembro 10, 2014

A IGREJA DE SÃO CONRADO É O PORTA RETRATO DA NOSSA FAMÍLIA, FAMÍLIA DE SÃO CONRADO


Foi a primeira catedral do mundo, onde se celebravam os batismos na noite santa da Vigília Pascal. Ao recordar uma igreja de pedra, somos igualmente convidados a recordar a igreja gente, onde o povo de Deus se reúne para acolher a Palavra, celebrar os sacramentos e assumir a missão.

Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira no 32º Domingo 
do Tempo Comum e na Dedicação da Basílica de São João Latrão 
Hoje teremos a nossa homilia dividida em 3 pontos, após termos falado sobre a razão da festa de hoje e sua relevância para nós Católicos Apostólicos Romanos.
Primeiro ponto: a primeira leitura do Livro do Profeta Ezequiel, ouvimos uma narrativa emocionante onde o TEMPLO de Jerusalém, narrado pelo profeta surge como habitação de Deus, como fonte da Bondade de Deus BOM. 
Lendo o texto na perspectiva cristã a passagem do profeta ganha maior beleza e sentido para o DOMINGO. O Templo é Deus, a Água é o que brota de Deus, SEU FILHO JESUS, que passa pelo Rio Jordão – início de sua vida pública –, e desemboca “nas águas salgadas” (o Mar Morto) e “elas se tornarão saudáveis”.
Assim ocorre conosco, do Pai procede o Filho (“veio até nós”) e do Pai e com o Filho, o Espírito Santo dado a nós não nas águas do Jordão, mas na pia do Batismo, atingindo as nossas almas, sem vida, porque “salgadas”demais pelo mal, pelo pecado. 
Somos recuperados, reconduzidos, reconstituídos na nossa condição humana. Reabilitados, TODOS NÓS, pois a salvação é para todos, assim como a água brota de todos os lados do templo, para todas as direções.
Segundo ponto: a atitude de Jesus é claríssima, Ele está demonstrando sua insatisfação com a situação do comércio junto aos peregrinos que compram animais para o sacrifício ritual. O gesto violento do Senhor não pretende justificar ou motivar gestos violentos na comunidade cristã ou dos cristãos, mas antes traduz uma catequese. Jesus põe fim ao sacrifício de animais quando chega a sua HORA, afinal Ele é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do Mundo. 
Sendo assim Jesus catequista, e revestido de autoridade messiânica, mostra a todos que não é mais o sangue de animais diversos que redime os pecados de todos nós, nem tão pouco o dinheiro, noutras palavras, a salvação não tem preço, e se há um preço o valor é o próprio Filho de Deus. Não podemos comprar a nossa Salvação, mas Nosso Senhor tem como resgatar-nos, Ele sim “paga” com seu Sangue e imolando-se, oferece ao Pai toda a Humanidade.

Ao ser interpelado sobre suas atitudes: “que sinal nos mostras para agir assim?”, ao que Jesus responde: “Destruí, este Templo, e em três dias o levantarei”.  Informa o evangelista: 
“Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo”. Interessante, 46 anos foram necessários para a construção do Templo, realmente, 
como destruir uma construção como aquela e reconstruí-la em 3 dias? 
Pensemos: podemos também por meio de uma atitude, um gesto, uma decisão, enfim situações de pecado, destruir toda uma vida de poucos ou muitos anos, podemos destruir uma família, um casamento, um ambiente de trabalho. Jesus faz o anúncio do terceiro dia dele, a sua ressurreição, que se traduz para nós como o nosso terceiro dia, significa, diante do mal que eu cometo tenho sempre em Jesus a possibilidade do “terceiro dia”, de renascer, como aquelas águas salgadas da primeira leitura que ganham vida ao receberem a água que jorra do Templo. Para nós mormente os nossos pecados haverá sempre a possibilidade de recomeço: “ninguém vai ao Pai senão por mim”, evangelho de Finados.
Terceiro ponto: Temos uma oportunidade de meditarmos sobre nossa Igreja de São Conrado. Falo da nossa  igreja Matriz, lugar comum da nossa fé, lugar dos “convocados”por Deus. 
Quando vemos a Matriz de São Conrado, na verdade estamos vendo o porta retrato da nossa família, a família de Deus. A Igreja de São Conrado é a fonte que brota do “templo”, conforme a leitura do profeta Ezequiel. É aqui que celebramos a nossa fé como igreja, como convocados por Deus. É aqui que celebramos os nossos batizados, e batizamos os nossos filhos e netos, é aqui que celebramos nossos casamentos e bodas, é aqui que confessamos os nossos pecados e recebemos o perdão, comungamos do Corpo de Cristo, é aqui que nos “suportamos uns aos outros” carregando o irmão, a irmã nas suas dificuldades, é aqui aqui que rezamos pelos nossos mortos. 
É aqui onde encontramos o padre, o pároco, e é daqui que ele mesmo sai ao encontro de outras ovelhas. Minha vontade é de gritar a todos os moradores de nosso bairro: “VOLTEM PARA CASA! “Voltem para a Igreja!
Enfim é aqui que eu compreendo que sou templo de Deus e que minha vida, todo meu ser, é um “edifício” que sinaliza a presença de Deus Altíssimo no meio do mundo".

“...Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Vós quisestes habitar esta casa de oração, para nos tornarmos, pelo auxílio contínuo da vossa graça, templo vivo do Espírito Santo. Dando-lhe vida sem cessar, santificais a Igreja, Esposa de Cristo e Mãe exultante de muitos filhos, simbolizada pelos templos visíveis. 
E, enquanto esperamos a plenitude do vosso Reino, com os anjos e com todos os santos...” (Prefácio Igreja, esposa de Cristo e templo do Espírito Santo.)



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