sexta-feira, novembro 21, 2014

ÁFRICA, CONTINENTE ESQUECIDO


Apesar da localização privilegiada, entre o oriente e o ocidente, e abaixo da União Européia, o continente não progrediu.
A história explica o porquê dessa situação aparentemente irreversível, sendo um dos principais fatores a colonização e o preconceito contra o negro, predominante no continente. As nações africanas foram ou são colônias, alvos de exploração. Os negros eram tidos como uma sub-raça. A origem dos navios negreiros era sempre o continente africano.

É necessária uma combinação de fatores para o desenvolvimento de um país, como vontade 
política, abertura de mercado, capacidade de exportação e crédito internacional.
A vontade política é inexistente em vários países africanos, cujos governos defendem somente os interesses dos seus pares. Guerras étnicas são constantes, o que desestabiliza o poder central, enfraquecendo internacionalmente o país. A corrupção é estrondosa, não havendo, assim, um governo disposto a suprir as necessidades básicas da população.

ONU: ÁFRICA É O “CONTINENTE ESQUECIDO” NA LUTA CONTRA ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
África é o “continente esquecido” na luta contra as alterações climáticas e precisa de ajuda para enfrentar o agravamento da escassez de água e das perdas nas plantações agrícolas, alertaram hoje as Nações Unidas.
Só os impactos no continente africano seriam mais do que suficientes para justificar uma intervenção mundial para travar o sobre-aquecimento global, os grandes países em desenvolvimento, como a China e a Índia, conseguiram muito mais fundos das nações ricas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) através de, por exemplo, investimentos em parques eólicos, barragens ou mecanismos de limitação às emissões industriais.
Em alguns países africanos, a agricultura irrigada com água da chuva poderá cair até 50 por cento em 2020. As zonas semi-áridas africanas sofrerão um aumento de entre cinco e oito por cento até 2080.

CONTINENTE ESQUECIDO?
Há quem diga tratar-se de um continente à deriva, mas talvez hoje, mais do que nunca, é necessário ajudar os esforços feitos pelos povos africanos, para livrar seus países da pobreza e da guerra e potencializar a democracia. No dia 25 de maio de 1963 nascia a Organização para a Unidade Africana, transformada em 2002 na União Africana, com sede em Adis-Abeba, capital da Etiópia. 
Os países membros são 53, unidos, sobretudo, para dar paz e segurança ao continente africano, pressupostos de todo desenvolvimento.
A Igreja presente no mundo inteiro olha com toda atenção para a África: as comunidades católicas do mundo inteiro são convidadas a ajudar seus irmãos da África, para lhes permitir conduzir uma vida mais humana e fraterna.
Após a Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, recordando o caminho percorrido, com uma nova consciência de seu papel, até à exortação “Ecclesia in Africa”, promulgada por João Paulo II em Iaundê, capital de Camarões. Primeiro grande documento do magistério do Papa sobre esse continente “esmagado _ lê-se no texto de então _ pelas calamidades, pelos ódios étnicos, pelas guerras”.
E não houve muitas mudanças nesse continente, onde _ escreve o Papa na Exortação _ “durante longo período, regimes” hoje “não mais existentes colocaram à dura prova os africanos, e enfraqueceram sua capacidade de reação”. Por isso “é necessário ajudá-los a unir suas energias, para colocá-las a serviço do bem comum”, fundado nos valores da cultura africana.

Sobretudo o “profundo senso religioso”, o “senso da família, do amor, do respeito da vida”. É insubstituível o papel da Igreja lê-se ainda “ao lado dos oprimidos”, para “fazer-se voz dos que não têm voz”, a fim de que, em todos os lugares, a dignidade humana seja reconhecida a toda pessoa, e o homem esteja no centro de todos os programas dos governos”. Uma Igreja que denuncia os males da sociedade, e oferece instrumentos de resgate moral e social, através de uma mensagem “pertinente e crível”, e também corajosa.
A África além de ser atingida pela seca, fome, conflitos, também é considerada um dos continentes mais afetados pela AIDS, onde que mais de 12 milhões de pessoas são afetadas por essa doença e mais de 20 milhões de pessoas incluindo crianças são afetadas por doenças como: tuberculose, hepatite, malaria HIV, SIDA, cólera, gripe, sarampo, coqueluche, rubéola, febre amarela, Ebola.

EM NOTA: SURTO DE EBOLA NA ÁFRICA OCIDENTAL DE 2014
O surto de Ebola na África Ocidental está em curso desde Dezembro de 2013 em países do oeste do continente africano como a Guiné, onde foram registradas as primeiras mortes por ebolavírus de forma epidêmica. O surto teve início na Guiné, em dezembro de 2013, mas só foi detectado em março de 2014. Desde sua detecção inicial, o vírus já se espalhou pela Libéria, Serra Leoa, Nigéria,
Senegal e Estados Unidos. O presente surto é o mais grave já registrado, seja em número de casos, como em vítimas fatais.
Em 8 de agosto de 2014, a Organização Mundial de Saúde declarou a epidemia em estado de emergência internacional. Essa designação só havia sido usada duas vezes antes, para a gripe Suína em 2009 e para o ressurgimento da Polio em 2014.
Até 15 de outubro de 2014, o Ebola já infectou um total de 8.914 pacientes, resultando em 4.951 mortes. A OMS afirma que o número de casos é provavelmente muito maior do que o oficialmente reportado. Isso se deve a resistência por parte da comunidade em informar sobre os casos e também a falta de pessoal e equipamento suficiente.
Diversas organizações, incluindo a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEEAO), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) e a Comissão Europeia doaram fundos e mobilizaram pessoal para ajudar a combater o surto; entidades filantrópicas, incluindo os Médicos Sem Fronteiras, a Cruz Vermelha e a Samaritan’s Purse também estão trabalhando na área.

Em agosto de 2014, foi anunciado que pela primeira vez cientistas conseguiram concluir o sequenciamento genético do vírus, na tentativa de melhorar e aprofundar o diagnóstico sobre a doença e para ajudar no desenvolvimento de vacinas e medicamentos, em resposta ao surto epidêmico na África. A equipe de pesquisadores, formada por cientistas da Universidade de Harvard, do Ministério da Saúde de Serra Leoa e do Instituto Broad, conseguiu realizar o sequenciamento completo de mais de 99 genomas que compõem o ebola. Os estudos foram feitos em cima de 78 amostras de sangue de pacientes infectados e foram identificadas mais de 300 mutações genéticas no vírus desde o surgimento da epidemia de 2014. A descoberta do sequenciamento genético também possibilitou aos pesquisadores teorizarem como o ebola chegou à África Ocidental, já que até então era um vírus localizado, desde sua descoberta em 1976, apenas na África Central e no Gabão. Ela teria ocorrido através da migração de animais infectados pelo continente e do contato de seres humanos com estes animais
DEUS QUER SALVAR A ÁFRICA
O Apóstolo dos Gentios diz-nos que Deus ‘quer que todos os homens se salvem e conheçam a verdade. Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo Homem, que Se deu em resgate por todos’ (1 Tim 2,4-6). Uma vez que Deus chama todos os homens a um único e mesmo destino, que é divino,  ‘devemos manter que o Espírito Santo a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal por um modo só de Deus conhecido’.  O amor redentor de Deus abraça a humanidade inteira: toda a raça, tribo e nação; por conseguinte, abraça também as populações do Continente Africano. A Providência divina quis que a África estivesse presente, durante a Paixão de Cristo, na pessoa de Simão de Cirene, obrigado pelos soldados romanos a ajudar o Senhor a levar a Cruz (cf. Mc15,21).

ORAÇÃO A MARIA, MÃE DA IGREJA
Ó Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, graças a Vós, no dia da Anunciação, ao alvorecer dos novos tempos, todo o gênero humano com as suas culturas, se alegrou por se saber capaz do Evangelho. Na vigília de um novo Pentecostes
para a Igreja de África, o Povo de Deus com os seus Pastores dirige-se a Vós e, juntamente convosco, implora: a efusão do Espírito Santo
faça das culturas africanas lugares de comunhão na diversidade, transformando os habitantes
deste grande Continente em filhos generosos da Igreja, que é Família do Pai Fraternidade do Filho, Imagem da Trindade, gérmen e início na terra daquele Reino eterno que terá a sua plenitude na Cidade que tem Deus como construtor: Cidade de justiça, de amor e de paz.

Libreria Editrice Vaticana
“Ecclesia in Africa” João Paulo II
Prof. João Batista Libânio teólogo jesuíta.
Prof. Gustavo Brígido de Alvarenga Pedras
www.domtotal.com
www.pt.wikipedia.org
www.dw.de
www.orepelaafrica.com.br
www.africaurgente.org
www.geographicguide.net


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