No dia 9 de novembro de 1989, após semanas de distúrbios civis e em meio a uma onda revolucionária no Leste Europeu, o governo da Alemanha Oriental anunciou que todos os seus habitantes poderiam visitar a Alemanha Ocidental e Berlim Ocidental.
Com a decisão, milhares de alemães orientais atravessaram o muro que dividia a capital alemã, juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado. Nos dias seguintes, partes do muro foram destruídas e, mais tarde, máquinas removeram quase toda estrutura.
O muro de Berlim foi construído em agosto de 1961 pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), durante a Guerra Fria, e circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental.
O muro, além de impedir a emigração, também servia como divisor político. De um lado, estava a capitalista República Federal da Alemanha (RFA) e, do outro, os soviéticos da República Democrática Alemã (RDA). O muro tinha 66,5 quilômetro de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para cães. O número exato de pessoas que morreram na tentativa de passar o muro nunca foi confirmado
“25 anos atrás, 9 de novembro de 1989, caia o Muro de Berlim.” O Santo Padre ofereceu a sua leitura do que se deu com a queda do que definiu “símbolo da divisão ideológica da Europa e do mundo inteiro”:
“A queda deu-se inesperadamente, mas foi possível devido ao longo e cansativo empenho de tantas pessoas que lutaram, rezaram e sofreram por isso, até o sacrifício da vida. Entre esses, o santo Papa João Paulo II teve um papel de protagonista.”
Francisco aproveitou a ocasião para pedir o fim de todos os muros que ainda hoje dividem os povos com o cimento de outras formas de discriminação:
“Rezemos a fim de que, com a ajuda do Senhor e a colaboração de todos os homens de boa vontade, se difunda sempre mais uma cultura do encontro, capaz de derrubar todos os muros que ainda dividem o mundo, e não mais aconteça que pessoas inocentes sejam perseguidas e até mesmo mortas por causa de seu credo e de sua religião. Onde há um muro, há fechamento de coração! Precisamos de pontes, não de muros!”
por Dom Fernando Arêas Rifan
Domingo passado, dia 9 de novembro, ao menos um milhão de alemães reuniram-se em Berlim para comemorar os 25 anos da derrubada do muro, erguido pelos comunistas, que, durante 28 anos, dividiu a Alemanha. Muitíssimos fugitivos, tentando escapar do regime comunista para o mundo ocidental, - é claro, pois ninguém quis passar de cá para lá - perderam a vida, na tentativa de atravessar a barreira de 154 km de extensão. Nos números oficiais, 137 alemães morreram tentando atravessá-la e outros 5.000 conseguiram furar o seu bloqueio. Na minha coleção de pedras, guardo como “relíquia” um pedaço do destruído muro de Berlim.
A queda do “muro da vergonha” simbolizou a falência do comunismo, como regime econômico e ideológico. Estavam presentes nas comemorações o ex-líder soviético Mikhail Gorbachev, o ex-presidente polonês Lech Walesa, considerados personagens-chave do processo que levou ao fim do comunismo europeu.
Mas, ausentes em corpo, presentes, porém,
na memória do mundo, deveriam ser homenageados outros personagens que contribuíram para isso, como Ronald Reagan, Margareth Thatcher e, especialmente, São João Paulo II.
Mas, ausentes em corpo, presentes, porém,
na memória do mundo, deveriam ser homenageados outros personagens que contribuíram para isso, como Ronald Reagan, Margareth Thatcher e, especialmente, São João Paulo II.
S. João Paulo II, em 1991, fazia a pergunta: “Após a falência do comunismo, pode-se dizer que o sistema social vencedor é o capitalismo e que para ele se devem encaminhar os esforços dos países que procuram reconstruir as suas economias e a sua sociedade?” E ele mesmo responde: “Se por ‘capitalismo’ se indica um sistema econômico que reconhece o papel fundamental e positivo da empresa, do mercado, da propriedade privada e da consequente responsabilidade pelos meios de produção, da livre criatividade humana no setor da economia, a resposta é certamente positiva, embora talvez fosse mais apropriado falar de ‘economia de mercado’, ou simplesmente de ‘economia livre’”.
Mas então a Igreja aprova simplesmente o chamado “capitalismo liberal e selvagem”? O próprio João Paulo II ensina: “Se por ‘capitalismo’ se entende um sistema onde a liberdade no setor da economia não está enquadrada num sólido contexto jurídico que a coloque ao serviço da liberdade humana integral e a considere como
uma particular dimensão desta liberdade, cujo centro seja ético e religioso, então a resposta
é sem dúvida negativa” (Enc. Cent. Annus, 42).
uma particular dimensão desta liberdade, cujo centro seja ético e religioso, então a resposta
é sem dúvida negativa” (Enc. Cent. Annus, 42).
Se despreza a Deus e sua lei na economia, o capitalismo se equivale na maldade ao comunismo: “Aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes no último século, erro destrutivo, como demonstram os resultados tanto dos sistemas marxistas como inclusive dos capitalistas.
Falsificam o conceito de realidade com a amputação da realidade fundante, e por isso decisiva, que é Deus... O sistema marxista, onde governou, não só deixou uma triste herança de destruições econômicas e ecológicas, mas também uma dolorosa destruição do espírito. E o mesmo vemos também no ocidente, onde cresce constantemente a distância entre pobres e ricos e se produz uma inquietante degradação da dignidade pessoal com a droga, o álcool e as sutis miragens de felicidade” (Bento XVI, Aparecida, Discurso inaugural).
AO TODO, O MURO TINHA CERCA DE 154 QUILÔMETROS DE EXTENSÃO, MAIS DE 300 TORRES DE OBSERVAÇÃO E REDES METÁLICAS ELETRIFICADAS E COM ALARME.
Após a queda do Muro de Berlim, cujo aniversário de 25 anos é celebrado neste ano, pedaços da construção se espalharam por países ao redor do mundo.
Segmentos do Muro de Berlim:
1.Argentina, em Buenos Aires. 2.Califórnia (EUA) 3.Bruxelas (Bélgica) 4.Taiwan, em Taipé. 5. Cidade do México 6.Indonésia. 7.Londres 8.Cidade do Cabo, África do Sul. 9.Centro de Moscou, capital da Rússia 10. Courbevoie, na França. 11.Yokohama, ao sul de Tóquio (Japão) 12. Austrália 13.Londres (Reino Unido) 14.Cidade da Guatemala 15.Na Porta de Versalhes, em Paris (França). 16.Parque em Madri, na Espanha 17. Bruxelas (Bélgica) 18.Praça de Seul, na Coreia do Sul. 19.Israel. 20. New York