Remonta ao século XIII, quando,
no monte Carmelo, Palestina, começou a formar-se um grupo de eremitas. Estes,
querendo imitar o exemplo do profeta Elias, reuniram-se ao redor de uma fonte
chamada "fonte de Elias", e iniciaram um estilo de vida que, mais
tarde, se estenderia ao mundo todo. Devido ao lugar onde nasceu, este grupo de
ex-cruzados e eremitas foi chamado de "carmelitas".
A história nos
assegura que os eremitas construíram também uma pequena capela dedicada à Nossa
Senhora que, mais tarde, e pela mesma circunstância de lugar, seria chamada de
"Nossa Senhora do Carmo" ou " Nossa Senhora do Carmelo". Os
carmelitas viram-se obrigados a emigrar para a Europa, para continuar a própria
vida religiosa e lutar por seu espaço entre as várias ordens mendicantes. O
título de Nossa Senhora do Carmo está unido ao "símbolo do
escapulário".
A presença de
Maria com o nome de Nossa Senhora do Carmo foi se espalhando por toda a Europa,
e esta devoção foi levada para a América Latina, na primeira hora da
evangelização. É difícil encontrar uma diocese latino-americana que não tenha,
pelo menos, uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Carmo.
ALTAR MOR DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO EM PERNAMBUCO - BRASIL |
Não somente são
igrejas matrizes ou catedrais dedicadas a Maria, sob o título de Nossa Senhora
do Carmo, mas também lugarejos, capelas, oratórios etc. Isso prova como esta
devoção saiu dos âmbitos restritos dos conventos carmelitanos e se tornou
propriedade do povo e da Igreja Universal, como diz o Papa João Paulo II, em
sua carta dirigida aos Superiores Gerais do "Carmelo da Antiga Observância
e do Carmelo Descalço".
Esta devoção,
enraizada no coração do povo, está sendo resgatada, e os devotos de Nossa
Senhora do Carmo aumentam cada vez mais.
ORDEM
DOS CARMELITAS
A ordem dos
carmelitas, uma das mais antigas na história da Igreja, embora considere o
profeta Elias como o seu patriarca modelo, não tem um verdadeiro fundador, mas
tem um grande amor: o culto a Maria, honrada como a Bem-Aventurada Virgem do
Carmo. “O Carmo – disse o cardeal Piazza, carmelita – existe para Maria e Maria
é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua História, na sua vida de lutas e
de triunfos, na sua vida interior e espiritual”.
Elias e Maria estão unidos
numa narração que tem sabor de lenda. Refere o livro das instituições dos
primeiros monges: “Em lembrança da visão que mostrou ao profeta a vinda
desta Virgem sob a figura de uma pequena nuvem que saia da terra e se dirigia
para o Carmelo (cf. 1Rs 18,20-45), os monges, no ano 93 da Encarnação do Filho
de Deus, destruíram sua antiga casa e construíram uma capela sobre o monte
Carmelo, na Palestina, perto da fonte de Elias em honra desta primeira
Virgem voltada a Deus.
Expulsos pelos
sarracenos no século XII, os monges que haviam entretanto recebido do patriarca
de Jerusalém, santo Alberto, uma regra aprovada em 1226 pelo Papa Honório III,
se voltaram ao Ocidente, e aí na Europa fundaram vários mosteiros,
superando várias dificuldades, nas quais, porém, puderam experimentar a
proteção da Virgem.
Um episódio em particular sensibilizou os devotos: “Os irmãos suplicavam humildemente a Maria que os livrasse das insídias infernais. A um deles, Simão Stock, enquanto assim rezava, a Mãe de Deus apareceu acompanhada de uma multidão de anjos, segurando nas mãos o escapulário da ordem e lhe disse: Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que for revestido deste hábito será salvo”.
Um episódio em particular sensibilizou os devotos: “Os irmãos suplicavam humildemente a Maria que os livrasse das insídias infernais. A um deles, Simão Stock, enquanto assim rezava, a Mãe de Deus apareceu acompanhada de uma multidão de anjos, segurando nas mãos o escapulário da ordem e lhe disse: Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que for revestido deste hábito será salvo”.
Os
críticos consideram espúria, isto é, não autêntica, a bula de João XXIII
em que se fala deste privilégio sabatino de ficar livres do inferno e
do purgatório no primeiro sábado após a morte, mas muitos papas têm falado
disso em sentido positivo. Numa bula de 11 de fevereiro de 1950, Pio XII
convidava a “colocar em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o
escapulário que está ao alcance de todos”: entendido como veste Mariana, esse é
de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste; enquanto sacramental,
extrai o seu valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o
usam.
"Recebe,
meu filho, este Escapulário da tua Ordem, como sinal distintivo da minha
confraria e selo do privilégio que obtive para ti e para todos os Carmelitas. O
que com ele morrer, não padecerá o fogo eterno. Este é um sinal de salvação,
uma salvaguarda nos perigos e prenda de paz e de aliança eternas".
Vem daí a
devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo.
O Papa Pio XII, na carta dirigida a todos os carmelitas, em 11 de
fevereiro de 1950, escreveu que entre as manifestações da devoção à Santíssima
Virgem “devemos colocar em primeiro lugar a devoção do Escapulário de Nossa
Senhora do Carmo que, pela sua simplicidade, ao alcance de todos, e pelos abundantes
frutos de santificação, se encontra extensamente divulgada entre os fiéis
cristãos”. Mas faz uma advertência sobre sua eficácia, para que não seja usado
como superstição: “O sagrado Escapulário, como veste mariana, é penhor e sinal
da proteção de Deus; mas não julgue quem o usar poder conseguir a vida eterna,
abandonando-se à indolência e à preguiça espiritual”.
Dom Fernando
Arêas Rifan - Bispo da
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
ORAÇÃO
"Venha, o Deus, em nosso auxílio a gloriosa intercessão de Nossa Senhora do Carmo, para que possamos, sob sua proteção, subir ao monte que é Cristo. Que conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém!"
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