HOMILIA DE PE MARCOS
Com a atitude das mulheres que choram, do centurião que
bate no peito e de Maria que fica silenciosa ao pé da cruz;
ou se queremos entrar com atitude de Judas, de Pedro, de Pilatos e
daqueles que “olham de longe” para ver como irá terminar aquele episódio.
A narrativa da Paixão que acabamos de ouvir terminou com
a imagem da pedra rolada na entrada do sepulcro.
Sabemos, porém, que aquela pedra não adiantou: Jesus
ressuscitou e está sentado à direita de Deus Pai.
Contudo, enquanto dura este mundo de dor e de pecado,
ele está ainda misteriosamente no sepulcro; não ressuscitou ainda totalmente.
“ELE” - escreve um
autor do século II - “está na prisão, está no sepulcro, está na coluna,
está nas prisões, está ofendido e sob processo; porque com aqueles que sofrem, sofre ele também”.
A Semana Santa nos deve recordar, sobretudo. Isto.
“Destes três mistérios (a crucificação, a sepultura e a ressurreição),
nós cumprimos na vida presente aquilo cujo símbolo é a cruz,
enquanto cremos com fé e esperança naquilo cujo símbolo é a sepultura e a ressurreição de Cristo.
Agora se diz ao homem:
“TOMA A TUA CRUZ E SEGUE-ME”.
Toda a nossa vida é, em certo sentido uma “semana santa” se a vivemos com coragem e fé, na espera do “oitavo dia” que é domingo de repouso e de glória eterna.
Neste tempo, Jesus nos repete o convite que dirigiu a seus discípulos no Horto das Oliveiras: “ficai aqui e vigiai comigo”. DOMINGO DE RAMOS 2013
UM REI ENTRA NA CIDADE MONTANDO UM JUMENTO
Já desde a entrada da cidade, os filhos dos hebreus portavam ramos de oliveiras e alegres acenavam com eles, estendiam mantos no chão para Jesus passar sobre eles. Jesus entrou na cidade como Rei!
o rei dos judeus virá. Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta. (Zc 9,9)
Embora Jesus montasse um simples jumento, o cortejo caminhava, alegre e digno. Na expectativa de estar ali o Messias prometido, Jerusalém transformou-se, era uma cidade em clima de festa.
E Ele era aplaudido, aclamado pelo povo:
"Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas".
Isto aconteceu alguns dias antes de que Jesus fosse condenado à morte, quando os ecos dos gritos de "hosana" já se misturavam ao clamor de insultos, ameaças e blasfêmias que o levariam a sua Paixão redentora.
SEUS CORAÇÕES APRECIAVAM JESUS DE MODO INCOMPLETO
A entrada de Jesus em Jerusalém foi uma introdução para as dores e humilhações que logo Ele sofreria abundantemente:
a mesma multidão que o homenageou movida por seus milagres, virou-lhe as costas e pediu sua morte.
No Domingo de Ramos fica patente como o povo apreciava Jesus de um modo incompleto. É verdade que O aclamaram, porém, Ele merecia aclamações incomensuravelmente superiores.
Merecia uma adoração amorosa, bem diversa da que lhe foi dada!
No entanto, cheio de humildade, lá ia Nosso Senhor Jesus Cristo sentado num burrico, avançando em meio à multidão ruidosa, impulsionando todos ao amor de Deus
SÓ UMA PESSOA O ENTENDEU NAQUELA HORA
Em geral, as pinturas e gravuras apresentam Nosso Senhor olhando pesaroso e quase severo para a multidão.
Para Ele, o interior das almas não oferecia segredo.
Ele percebia a insuficiência e a precariedade daquela ovação.
Apenas uma pessoa percebia o que estava acontecendo com Jesus e sofria com Ele. E essa pessoa oferecia sua dor de alma como reparação de seu amor puríssimo a Nosso Senhor: era Nossa Senhora.
Mas, ...que requinte de glória para Nosso Senhor! Era o maior deles porque Nossa Senhora vale incomparavelmente mais do que toda a Criação.
Naquelas circunstancias, Maria representava todas as almas piedosas, meditando a Paixão de nosso Salvador.
Cristo
Jesus, nós Te adoramos e bendizemos: Tu, que és de condição divina,
despojaste-Te e fizeste-Te servidor. Pai, nós Te glorificamos, porque o teu
Filho humilhado até ao extremo pelos homens, Tu O revelaste acima de tudo.
Nós
Te pedimos pela nossa humanidade que continua a sofrer e a fazer sofrer:
levanta-a e cura-a com o teu Espírito de ressurreição.