NESSA CELEBRAÇÃO, COM A INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA E DO
SACERDÓCIO, SOMOS CONVIDADOS A ENCONTRAR JESUS LAVANDO OS PÉS DOS DISCÍPULOS E,
À MESA, INSTITUINDO O SACRAMENTO DO AMOR.
NA ÚLTIMA CEIA, QUE REALIZA EM PLENITUDE O QUE JÁ
FORA PREFIGURADO NA PÁSCOA JUDAICA, PODE-SE ANTEVER O SACRIFÍCIO DO CALVÁRIO. O
MESMO JESUS QUE SE OFERECE EM ALIMENTO É AQUELE QUE ENTREGA A SUA VIDA PELA
SALVAÇÃO DA HUMANIDADE.
"Ao aproximar-se a festa da Páscoa, no último ano
de sua vida - assim nos contam os evangelhos, Jesus enviou dois discípulos a
um amigo que morava em Jerusalém para comunicar-lhe:
"Meu tempo está próximo. É em tua casa que
celebrarei a Páscoa com os meus discípulos" (Mt 26,18).
E sentando-se à mesa, disse: "Tenho desejado ardentemente comer esta Páscoa" (Lc 22,15)
Por que a tinha desejado tanto? Porque nesta Páscoa ele teria transformado a figura em realidade, levado a efeito a longa espera dos séculos.
É o memorial antigo que se carrega de um novo e imenso conteúdo: o êxodo de toda a humanidade da escravidão dos pecados e da vaidade da vida para o perdão e a aliança; cada vez que se celebrar este rito se recordará a morte de Jesus, até o dia de sua vinda.
É algo de sublime, portanto, esta ceia do Senhor que estamos celebrando. Contudo, a Páscoa de Jesus não se acaba nela. A Páscoa não foi somente celebrar ou instituir um rito; ele procurou também fazer "uma passagem".
Pois ele era o Cordeiro de Deus, do qual o cordeiro pascal era um pálido símbolo.
São Paulo, na segunda leitura, lembra o que fez naquela noite: "Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim." A mesma coisa fez com o cálice. Esta será, doravante, a nova ceia pascal para os crentes: a Eucaristia.
Nela se come a carne do Cordeiro imolado e se recebe seu sangue. São Paulo, na segunda leitura, lembra o que fez naquela noite: "Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim." A mesma coisa fez com o cálice. Esta será, doravante, a nova ceia pascal para os crentes: a Eucaristia.
É o memorial antigo que se carrega de um novo e imenso conteúdo: o êxodo de toda a humanidade da escravidão dos pecados e da vaidade da vida para o perdão e a aliança; cada vez que se celebrar este rito se recordará a morte de Jesus, até o dia de sua vinda.
É algo de sublime, portanto, esta ceia do Senhor que estamos celebrando. Contudo, a Páscoa de Jesus não se acaba nela. A Páscoa não foi somente celebrar ou instituir um rito; ele procurou também fazer "uma passagem".
Que passagem? João, no Evangelho desta Missa, define-a como "a passagem deste mundo ao Pai" (Jo 13,1).
O próprio Jesus tinha falado disso com a imagem do grão de trigo que deve ser enterrado na terra para ressurgir como espiga e produzir fruto (Jo 12,24).
EUCARISTIA,
SACRIFÍCIO E SACRAMENTO DE CRISTO
“Ele,
verdadeiro e eterno sacerdote, oferecendo-se a vós pela nossa salvação,
instituiu o Sacrifício da nova Aliança e mandou que o celebrássemos em sua
memória. Sua carne, imolada por nós, é o alimento que nos fortalece. Seu
sangue, por nós derramado, é a bebida que nos purifica”.
Jesus
entrega seu Corpo e seu Sangue para a nossa salvação.
“A
cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória; nele está nossa vida
e ressurreição, foi ele que nos salvou e libertou”. Gl 6, 14
“Jesus
Cristo, sendo de condição divina, assumiu a condição de servo, superando a
antiga páscoa e nos deixando o memorial da nova e eterna aliança de Deus com
toda a humanidade”.
Foi assim, portanto, que Jesus fez sua Páscoa: "Através da paixão passou deste mundo ao Pai, abrindo o caminho para nós, que cremos em sua ressurreição, porque passamos nós também para a vida" Santo Agostinho.O que requer para se fazer de verdade a Páscoa? O mesmo que se exigiu para os hebreus e para Jesus Cristo: fazer "uma passagem".
Uma passagem nova e diferente. São Paulo a define como
uma passagem do homem velho ao homem novo, do fermento da maldade para os
ázimos de bondade (1 Cor 5,8). Portanto, não uma passagem de um lugar para
outro, mas de um modo de viver para outro, do viver para o mundo e segundo o
mundo, para viver para o Pai.
cf.
O Verbo se faz carne, reflexão sobre a
Palavra de Deus - Anos A, B e C - Raniero Cantalamessa. Ed Ave Maria