Nascida em Vigolo Vattaro (Itália), com apenas 10 anos
de idade emigrou com seus pais para o Brasil dirigindo-se para o estado de Santa
Catarina, no sul do país.
"Com pompas e circunstancias", - Urbi et
Orbe - a Igreja declarava que Amabile tinha passado sua existência terrena
praticando heroicamente todas as virtudes católicas, era 19 de maio de 2002.
Seu modo de vida levou-a de um inverno momentâneo para a primavera sem fim; ela caminhou na noite para chegar à eterna luz; as humilhações lhe conduziram à glória.
Na sua Congregação era conhecida como Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus.
Seu modo de vida levou-a de um inverno momentâneo para a primavera sem fim; ela caminhou na noite para chegar à eterna luz; as humilhações lhe conduziram à glória.
Na sua Congregação era conhecida como Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus.
Conheça a vida de Santa Paulina.
Através da Irmã Célia Bastiana Cadorin, Catarinense nascida
em Nova Trento, atuou em diferentes cargos na Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil e a partir de 1982 foi convocada a se tornar Postuladora de Santos, é a
mais importante religiosa na Defesa da Canonização de Santos Brasileiros.
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POBRE, IMIGRANTE E ÓRFÃ: "TODA DE JESUS"
Em 1875, com seus pais, seus irmãos e outras famílias
da região de Trento ela chegou na cidade de Alferes, Santa Catarina, que,
então, passou a denominar-se Nova Trento. Essas famílias iniciaram o povoamento
de uma localidade que foi denominada Vígolo. Construíram ali uma pequena capela
e deram a ela o mesmo nome da Igreja de Vígolo Vattaro, na Itália: São Jorge.
Amábile crescia como boa menina e boa filha:
obediente, honesta, trabalhadora e muito piedosa. Pouco tempo depois da
chegada, em 1887, com 12 anos, ela recebeu a primeira comunhão. Foi nessa
ocasião que ela pode dizer a Deus, presente em sua alma, um desejo sincero que
há tempo acalentava em seu coração.
- "Quero ser toda de Jesus", disse a Cristo
Sacramentado.
Apesar das ocupações e trabalhos, desde pequena ajudou
na Paróquia de Nova Trento, especialmente na Capela de São Jorge, em Vígolo.
Liderou um grupo de jovens na compra da imagem de Nossa Senhora de Lourdes que
até hoje se conserva. Amábile nunca havia tido contato com Religiosas, contudo,
sentia grande desejo de consagrar-se inteiramente a Deus.
Dos 15 aos 25 anos, juntamente com uma grande amiga,
Virgínia Nicolodi, a pedido do pároco, Pe. Augusto Servanzi, SJ, ela dedicou-se
a uma missão: catequizar as crianças da comunidade, dar assistência aos
enfermos e cuidar da Capela.
Quando sua mãe faleceu, em 1887, Amábile viu seu
desejo de consagrar-se a Deus ser temporariamente ofuscado. Ela estava com 22
anos e teve que assumir todas as tarefas de dona de casa, até que seu pai
contraísse um novo casamento.
A CANCEROSA E A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
Certo dia chegou a sua pequena cidade uma senhora
cancerosa necessitada de ajuda. Amábile e Virgínia foram indicadas pela
comunidade para se ocuparem da doente.
Deixando a casa de seus pais, elas acolheram a
enferma. Com carinho e dedicação, trataram a pobre doente. A ação do
EspíritoSanto se manifesta aqui, de modo especial, na vida e missão de Amábile
inspirando-a a constituir, juntamente com suas jovens amigas, uma casa de
acolhida que o povo logo batizou de "Hospitalzinho São Virgílio". Ela
estava situada num velho casebre abandonado que lhes tinha sido oferecido para
que pudessem cuidar da pobre senhora que o câncer consumia. A ação de
Amábile não ficou só nesse atendimento. O "Hospitalzinho São
Virgílio" foi destinado à atenção material e espiritual de doentes e
desamparados que por ali aparecessem.
Assim foi que, nessas circunstancias, com este gesto
de amor ao próximo por amor a Deus, que, em 12 de julho de 1890, teve início a
primeira Comunidade religiosa do sul do Brasil. E a comunidade nascia para
atender planos da Providência Divina. Mais tarde ela seria reconhecida pela
Igreja como sendo a "Congregação das Irmãzinhas da Imaculada
Conceição".
Após a morte daquela primeira enferma, em 1891,
juntou-se às duas amigas uma outra moça: Teresa Anna Maule. No
"Hospitalzinho", amando a Deus no serviço ao próximo, esse piedoso
trio de jovens vivia como pessoas de vidas consagradas, embora nem tudo fosse só
alegria e realizações na vida delas. Justo nesse ano de 1891, Amabile passou
por uma doença bastante grave. Para imitar mais a Jesus, ela experimentou ali
também os sofrimentos. Era também o começo de sua paixão. Depois de algum tempo no "Hospitalzinho", em
1894, as três companheiras mudaram-se para a cidade de Nova Trento.
RECONHECIMENTO: A PROVIDÊNCIA TINHA PRESSA.
No dia 17 de agosto de 1895 foi escrita uma carta ao
bispo Dom José de Camargo Barros, Bispo de Curitiba. As três amigas pediam ao
Bispo a aprovação para elas de um estado oficial de vida religiosa, uma
irmandade religiosa de vida consagrada, pela qual tanto rezavam e pediam a
Deus. A resposta foi imediata: a 25 de agosto Dom José, constatando que o
pedido estava de acordo com "os planos divinos", concedeu aprovação
diocesana para a criação da "Pia União da Imaculada
Conceição". A 7 de dezembro de 1895, Amábile e suas companheiras
pronunciaram os votos religiosos. Nessa ocasião foi que elas assumiram seus
nomes religiosos Amábile tomou o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de
Jesus; Virgínia passou a chamar-se Irmã Matilde da Imaculada Conceição e
Tereza, recebeu o nome de Irmã Inês de São José.
CERTOS JURÍDICOS, SUPERIORA GERAL "AD VITAM"
Em 1896, ano seguinte à oficialização da congregação,
cinco noviças recebem o hábito religioso. Era um novo reforço para a obra
recém-fundada, um auxílio vigoroso para a ação junto aos doentes, órfãos e
idosos. Amábile, que já era a Irmã Paulina, passou a ser tratada como
Madre Paulina. A congregação continuou crescendo: em 1900, na passagem do
século, cinco anos depois de constituída, ela já contava com 20
religiosas. O grupo de Irmãs tomava, cada vez mais, a forma de uma
Congregação. No mês de novembro de 1902 foi escrita a primeira carta circular a
elas.O Padre Luiz Maria Rossi, SJ, era quem possuía todas as faculdades para a
direção das Filhas da Imaculada Conceição. Ele cuidou de modo exímio da
organização jurídica da nova Congregação.
No dia 2 de fevereiro de 1903 ele promoveu a reunião
das representantes da nova comunidade religiosa. Era o primeiro Capítulo
da Congregação. Nele, a comunidade das Irmãs escolheu Madre Paulina como
Superiora Geral. E a escolha foi "ad vitam". Ou seja, ela estava
sendo eleita como Superiora Geral da nova Congregação por toda a vida. O
governo de Madre Paulina durou 6 anos, nos quais, com o aumento do número das
vocações, a Fundadora pôde consolidar a obra e edificar outras Casas.
VIAGENS, CRESCIMENTO, EXPANSÃO E...
Foi no ano de 1903, no mês de julho, que Madre Paulina
fez a difícil e perigosa viagem de Nova Trento para São Paulo. Ali
chegando, logo deu início a uma obra de assistência aos filhos de ex-escravos,
localizada junto ao Santuário Sagrada Família, no bairro do Ipiranga. Era o
Asilo da Sagrada Família.
Neste local foi que ela fixou residencia, juntamente
com as Irmãs Luiza e Serafina e a Postulante Josefina Pereira Gonçalves que a
acompanharam desde Nova Trento. Teve sempre o apoio do Padre Rossi e a ajuda de
Benfeitores, especialmente do conde José Vicente de Azevedo.
No ano de 1905 ela deu início à fundação da Santa Casa
da Misericórdia de Bragança Paulista. E, em 1909, as dirigidas de Madre Paulina
passam a administrar, ainda em São Paulo, a Casa de Saúde Dr. Homem de Mello,
localizada no Bairro das Perdizes. Foi ainda nesse ano que Madre Paulina
assumiu a direção da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos do Pinhal.
Era notório e surpreendente o crescimento da
Congregação, sobretudo nos Estados de Santa Catarina e São Paulo. As
Irmãs assumem missões evangelizadoras onde lhes for possível: na educação, na
catequese, no cuidado às pessoas idosas, doentes e crianças órfãs. A influencia
da Congregação cresce, o apostolado floresce.
...A DEPOSIÇÃO, A PERSEGUIÇÃO, O DESTERRO.
Ainda em São Paulo, a Fundadora passou por uma prova
terrível.
No mês de agosto de 1909, pessoas estranhas, apoiadas
por algumas religiosas e pela maior autoridade eclesiástica local,
intrometeram-se nos assuntos internos da Congregação e conseguiram que, por
decisão de um manipulado Capítulo Geral, Madre Paulina fosse deposta do cargo
de Superiora Geral e substituída por uma nova superiora.
Tiraram tudo dela. Restou-lhe apenas o título de
"Veneranda Madre Fundadora" o que, aliás, deixar de reconhecê-lo,
seria pecar contra o Espírito Santo, negando uma "verdade conhecida como
tal". Além de tudo isso, ela ainda foi desterrada para Bragança
Paulista.
Ela enfrentou essa provação com altaneria. E teve a
oportunidade de manifestar a todos que seu único desejo era de que a
Congregação progredisse e que Jesus fosse conhecido, amado e adorado por todos,
em todo o mundo.
Quanto a ela, seu desejo era de ser apenas instrumento
da obra de Deus. Por isso é que ela costumava dizer: "quero ser a última
de todas, contanto que a Congregação vá adiante".
E este é o tipo de expressão que só pode vir da boca
de quem tem uma convicção verdadeira de que realmente sabia ter recebido de
Deus uma missão. Aceitou tudo, obedeceu sem reclamar ou murmurar, tomou sua
cruz e caminhou para onde pode testemunhar a heroicidade de suas virtudes de
humildade e amor ao Reino de Deus.
De 1909 a 1918 viveu "exilada" em Bragança,
na Santa Casa da Misericórdia que ela havia fundado. Em julho de 1910 Madre
Paulina foi transferida para o novo asilo São Vicente de Paulo, de
Bragança Paulista. Como simples súdita, lavou e consertou a roupa dos asilados,
servindo-os carinhosamente em tudo.
Seu livro de cabeceira era o "Imitação de
Cristo", de Tomás de Kempis. Ele interpretava bem a vida que ela
levava. Foram nove anos de provações, incompreensões e humilhações
materiais. Foi o longo período da noite escura de sua alma. Mas a Fé de Paulina
lhe dava a convicção de que Deus estava com ela: " A presença de Deus me é
tão íntima que me parece impossível perdê-la."
Segundo o Padre Rossi, SJ, que a conhecia bastante
bem, estes anos foram uma clara permissão de Deus para que Madre Paulina se
tornasse "vítima de amor e reparação" pela santificação de suas
filhas. E isso é bem verdadeiro. Seu exemplo de caridade e resignação no
sofrimento fez com que muitas irmãs deixassem o mundo e abraçassem a causa de
Cristo. Nesse mesmo ano de 1909 outro fato inesperado aconteceu em meio a
essa borrasca toda: em 29 de agosto foi definido, de vez, o nome de das
religiosas de Madre Paulina: "Congregação das Irmãzinhas da Imaculada
Conceição".
O RECONHECIMENTO, A JUSTIÇA, O EXEMPLO
Em 1918, Madre Paulina foi trazida de
volta para Casa Geral em São Paulo, com pleno reconhecimento de suas virtudes.
Ela leva uma vida de santidade e serve de exemplo para as jovens vocacionadas
da Congregação ...e para as mais antigas também.
Ela passou a ser fundamental na ajuda da
elaboração da História e do resgate do Carisma da Congregação. Na Casa
Geral de São Paulo pôde rejubilar-se com o Decreto de Louvor dado à Congregação
pelo Papa Pio XI, em 1933. Ela era quem orientava e abençoava as Irmãs
que partiam em missão para novas fundações. Alegrou-se muito com as aquelas que
foram enviadas para a catequese dos índios de Mato Grosso, em 1934.
No período em que ela viveu na Casa Geral
de São Paulo ela distinguiu-se mesmo foi pela oração constante, pela amorosa e
contínua assistência às irmãs doentes, quer de corpo, quer de alma.
"SEJA FEITA A VONTADE DE DEUS"
A "via sacra" de Madre Paulina
continuou com o agravamento de sua saúde: uma diabetes de há muito tempo vinha
tirando-lhe a vida. Com o agravamento dessa doença, em 1938, ela perdeu um dedo
da mão direita. Pouco dias depois, seu braço teve que ser inteiramente
amputado. Além das progressivas amputações, sua visão também foi piorando
até chegar à cegueira total. Outros sofrimentos ainda viriam com o
agravamento da moléstia. Com uma jaculatória ---"Seja feita a vontade de
Deus!"--- ela respondia aos comentários feitos sobre sua saúde. No
dia 8 de julho de 1942, a Veneranda Madre Fundadora chegou à situação de pré-agonia.
Confortada pelos sacramentos da Igreja, pelas orações, carinho e dedicação de
suas filhas espirituais, no dia seguinte, 09 de julho de 1942, ela
falecia. Estava com 77 anos e tinha cumprido sua missão. Ela deixava a
vida terrena para entrar na história e ingressar na Pátria Celeste. Morreu
Amabile. O que restou de Paulina? Dela
restou a certeza do que, naquele domingo de primavera de 2002, João Paulo II
afirmou ao proclamá-la Bem Aventurada: ela foi a "manifestação do Espírito
Santo: consolador perfeito; doce hóspede da alma; suavíssimo refrigério".
Restou-nos a convicção de que ela viveu as
virtudes da Fé, Esperança, Caridade e também as demais virtudes em grau
heróico. Ficou a recordação de que ela foi irrepreensível na prática e
observância dos votos religiosos - Castidade, Obediência e Pobreza.
Restou na memória de todos que ela tinha
profunda compreensão do valor da Cruz e que tudo ela sofreu com heróica
resignação e por amor a Deus. Embora o sofrimento - físico e moral - tenha sido
seu companheiro inseparável em todas as jornadas de sua vida.
De Madre Paulina ainda resta a lembrança
de que ela teve uma alma, acima de tudo, profundamente contemplativa. Uma alma
que dedicava muitas horas à oração, que rezava enquanto a comunidade das irmãs
descansava. Dessa Veneranda Fundadora permanece a recordação de sua
adoração constante ao Santíssimo Sacramento, de seu amor abrasado pelo Santo
Padre e pelo clero e sua preocupação pelo triunfo futuro da Igreja desejando
evangelizar o mundo inteiro. Permanece a recordação de seu amor entranhado à
Imaculada Conceição da Santíssima Virgem.
Resta a certeza de que os milagres e
graças alcançados por sua intercessão mostram que, diante de Deus, Madre
Paulina foi fiel ao seu projeto de vida como filha dileta do Pai.
CATEDRAL DO SANTUÁRIO DA SANTA PAULINA,
EM NOVA TRENTO. HOJE, O SANTUÁRIO É UM PARQUE ECOLÓGICO, COM ESTRUTURA PARA O
TURISMO.
O Santuário Santa Paulina é um parque ecológico, onde
o visitante pode passear, orar, contemplar a natureza através do verde da
paisagem, bem como pela beleza das flores, cachoeiras, animais, pássaros e
belas trilhas.
Em cada espaço você sentirá a presença de Santa
Paulina, através de cada marco histórico dedicado a ela e aos seus antepassados.
O Complexo oferece ao devoto uma estrutura de
qualidade com restaurante próprio, hospedagem e loja de lembranças que
possibilitam a todos aqueles que visitam o Santuário desfrutar de ricos
momentos e ainda levar uma lembrança.
FONTES
http://www.arautos.org/especial/27887/Santa-Paulina.html
http://olgaaquino.blogspot.com.br/
-Homilia
do Santo Padre João Paulo II na cerimônia de Canonização de cinco
santos no
Domingo de Pentecostes - 19 de maio de 2002 -
- www.vatican.va/.../ns_lit_doc_20020519_paulina_po.html Paulina do Coração Agonizante de Jesus
- www.santuariosantapaulina.org.br/pt/santa_paulina/historia.php
- www.ciic.org.br - (Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição - São Paulo)
- www.frasesnaweb.com.br/autor/santa-paulina
- www.vatican.va/.../ns_lit_doc_20020519_paulina_po.html Paulina do Coração Agonizante de Jesus
- www.santuariosantapaulina.org.br/pt/santa_paulina/historia.php
- www.ciic.org.br - (Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição - São Paulo)
- www.frasesnaweb.com.br/autor/santa-paulina