terça-feira, maio 13, 2014

NOSSA SENHORA DE FÁTIMA - "MÃE DO AMOR MISERICORDIOSO"


Nesta terça-feira, 13 de maio, Portugal e todo o mundo comemoram 97 anos da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima. O acontecimento se seguiu por mais cinco meses até 13 de outubro daquele mesmo ano. Os três pastorezinhos Lúcia, Jacinta e Francisco, na época com 10, 9 e 7 anos de idade, respectivamente, receberam a missão de serem videntes mensageiros dos pedidos daquela Mulher que a eles aparecia.
Ela pedia para que todos rezassem incessantemente o rosário, rogassem pela conversão do mundo e pela reparação dos pecados da humanidade. Estes pedidos trazem consigo a propagação da consagração ao Imaculado Coração de Maria e a própria conversão de vida.

Na última aparição de Maria, aconteceu um milagre espetacular. O sol pôde ser olhado diretamente por todos; ele girava como uma roda de fogo dando a impressão de quase precipitar-se sobre a terra. Na ocasião 70 mil pessoas estavam presentes. Daí em diante, Fátima virou um dos maiores santuários de peregrinação mariana do mundo e ganhou uma grande devoção em diversos países.
Maria leva-nos sempre a Jesus.” O Papa Francisco apresentou três elementos fundamentais da fé da Mãe de Jesus: “O primeiro elemento da sua fé é este: a fé de Maria desata o nó do pecado. O que significa isto? Os Padres conciliares retomaram uma expressão de Santo Ireneu, que diz: "O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; aquilo que a virgem Eva atara com a sua incredulidade, desatou-o a virgem Maria com a sua fé"
“Maria com o seu "sim", abriu a porta a Deus para desatar o nó da desobediência antiga, é a mãe que, com paciência e ternura, nos leva a Deus, para que Ele desate os nós da nossa alma com a sua misericórdia de Pai.”

“Segundo elemento: a fé de Maria dá carne humana a Jesus. Diz o Concílio: "Acreditando e obedecendo, gerou na terra, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo, o Filho do eterno Pai"
“É como se Deus tomasse carne em nós: Ele vem habitar em nós, porque faz morada naqueles que O amam e observam a sua palavra.”
“O último elemento é a fé de Maria como caminho: o Concílio afirma que Maria "avançou pelo caminho da fé". Por isso, Ela nos precede neste caminho, nos acompanha e sustenta.”

Toda a vida de Maria foi seguir o seu Filho: Ele é a estrada, Ele é o caminho! Progredir na fé é avançar nesta peregrinação espiritual que é a fé, é nada mais nada menos que seguir a Jesus; ouvi-Lo e deixar-se guiar pelas suas palavras; ver como Ele se comporta e pôr os pés nas suas pegadas, ter os Seus próprios sentimentos e atitudes: humildade, misericórdia, solidariedade, mas também firme repulsa da hipocrisia, do fingimento, da idolatria. 
Visita da Imagem da Nossa Senhora de Fátima na Praça de São Pedro - Organização do Ano da Fé -  13-10-2013
Irmãs e irmãos muito amados, também eu vim como peregrino a Fátima, a esta “casa” que Maria escolheu para nos falar nos tempos modernos. Vim a Fátima para rejubilar com a presença de Maria e sua materna proteção. Vim a Fátima, porque hoje converge para aqui a Igreja peregrina, querida pelo seu Filho como instrumento de evangelização e sacramento de salvação. Vim a Fátima para rezar, com Maria e tantos peregrinos, pela nossa humanidade acabrunhada por misérias e sofrimentos. Enfim, com os mesmos sentimentos dos Beatos Francisco e Jacinta e da Serva de Deus Lúcia, vim a Fátima para confiar a Nossa Senhora a confissão íntima de que “amo”, de que a Igreja, de que os sacerdotes “amam” Jesus e n’Ele desejam manter fixos os olhos ao terminar este Ano Sacerdotal e para confiar à proteção materna de Maria os sacerdotes, os consagrados e consagradas, os missionários e todos os obreiros do bem que tornam acolhedora e benfazeja a Casa de Deus.
Filha excelsa deste povo é a Virgem Mãe de Nazaré, a qual, revestida de graça e docemente surpreendida com a gestação de Deus que se estava operando no seu seio, faz igualmente sua esta alegria e esta esperança no cântico do Magnificat: “O meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”. Entretanto não se vê como privilegiada no meio de um povo estéril, antes profetiza-lhe as doces alegrias duma prodigiosa maternidade de Deus, porque “a sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem” 

“...Senhora “vinda do Céu”, como Mestra que introduz os pequenos videntes no conhecimento íntimo do Amor Trinitário e os leva a saborear o próprio Deus como o mais belo da existência humana. Uma experiência de graça que os tornou enamorados de Deus em Jesus, a ponto da Jacinta exclamar: “Gosto tanto de dizer a Jesus que O amo. Quando Lho digo muitas vezes, parece que tenho um lume no peito, mas não me queimo”. E o Francisco dizia: “Do que gostei mais foi de ver a Nosso Senhor, naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus!” (Memórias da Irmã Lúcia, I, 40 e 127)”.
Aquela Luz no íntimo dos Pastorinhos, que provém do futuro de Deus, é a mesma que se manifestou na plenitude dos tempos e veio para todos: o Filho de Deus feito homem. Que Ele tem poder para incendiar os corações mais frios e tristes, vemo-lo nos discípulos de Emaús (cf. Lc24, 32). Por isso a nossa esperança tem fundamento real, apoia-se num acontecimento que se coloca na história e ao mesmo tempo excede-a: é Jesus de Nazaré. E o entusiasmo que a sua sabedoria e poder salvífico suscitavam nas pessoas de então era tal que uma mulher do meio da multidão – como ouvimos no Evangelho – exclama: “Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito”. Contudo Jesus observou: “Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11, 27. 28).

Com a família humana pronta a sacrificar os seus laços mais sagrados no altar de mesquinhos egoísmos de nação, raça, ideologia, grupo, indivíduo, veio do Céu a nossa bendita Mãe oferecendo-Se para transplantar no coração de quantos se Lhe entregam o Amor de Deus que arde no seu. Então eram só três, cujo exemplo de vida irradiou e se multiplicou em grupos sem conta por toda a superfície da terra, nomeadamente à passagem da Virgem Peregrina, que se votaram à causa da solidariedade fraterna. Possam os sete anos que nos separam do centenário das Aparições apressar o anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria para glória da Santíssima

Dando-nos Jesus, Maria é a verdadeira fonte da esperança. A Ela vos entrego e acompanho com a minha Bênção.
VIAGEM APOSTÓLICA A PORTUGAL
NO 10º ANIVERSÁRIO DA BEATIFICAÇÃO
DE JACINTA E FRANCISCO, PASTORINHOS DE FÁTIMA

HOMILIA DO PAPA BENTO XVI
Esplanada do Santuário de Fátima
Quinta-feira, 13 de Maio de 2010
Ao deixar este mundo, Cristo deu a Sua Mãe um homem que fosse para Ela como um filho: João. A Ela o confiou. E, em consequência desta doação e deste ato de entrega, Maria tornou-se mãe de João. A Mãe de Deus tornou-se Mãe do homem.
E, a partir daquele momento, João “recebeu-A em sua casa”. João tornou-se também amparo terreno da Mãe de seu Mestre; é direito e dever dos filhos, efetivamente, assumir o cuidado da mãe. Mas acima de tudo, João tornou-se por vontade de Cristo o filho da Mãe de Deus. E, em João, todos e cada um dos homens d’Ela se tornaram filhos.

“RECEBEU-A EM SUA CASA” – ESTA FRASE SIGNIFICA, LITERALMENTE, NA SUA HABITAÇÃO.

Uma manifestação particular da maternidade de Maria em relação aos homens são os lugares, em que Ela se encontra com eles; as casas onde Ela habita; casas onde se sente uma presença toda particular da Mãe.
Estes lugares e estas casas são numerosíssimos. E são de uma grande variedade: desde os oratórios nas habitações e dos nichos ao longo das estradas, onde sobressai luminosa a imagem da Santa Mãe de Deus, até às capelas e às igrejas construídas em Sua honra. Há porém, alguns lugares, nos quais os homens sentem particularmente viva a presença da Mãe. Não raro, estes locais irradiam amplamente a sua luz e atraem a si a gente de longe. 
O seu círculo de irradiação pode estender-se ao âmbito de uma diocese, a uma nação inteira, por vezes a vários países e até aos diversos continentes. Estes lugares são os santuários marianos.
Em todos estes lugares realiza-se de maneira admirável aquele testamento singular do Senhor Crucificado: aí, o homem sente-se entregue e confiado a Maria e vem para estar com Ela, como se está com a própria Mãe. Abre-Lhe o seu coração e fala-Lhe de tudo: “recebe-A em sua casa”, dentro de todos os seus problemas, por vezes difíceis. Problemas próprios e de outrem. Problemas das famílias, das sociedades, das nações, da humanidade inteira.
Venho hoje aqui, porque exatamente neste mesmo dia do mês, no ano passado, se dava, na Praça de São Pedro, em Roma, o atentado à vida do Papa, que misteriosamente coincidia com o aniversário da primeira aparição em Fátima, a qual se verificou a 13 de Maio de 1917.
Estas datas encontraram-se entre si de tal maneira, que me pareceu reconhecer nisso um chamamento especial para vir aqui. E eis que hoje aqui estou. Vim para agradecer à Divina Providência, neste lugar, que a Mãe de Deus parece ter escolhido de modo tão particular.
“Misericordiae Domini, quia non sumus consumpti” – Foi graças ao Senhor que não fomos aniquilados (Lam. 3, 22) – repito uma vez mais com o Profeta.
Vim, efetivamente, sobretudo para aqui proclamar a glória do mesmo Deus: “Bendito seja o Senhor Deus, Criador do Céu e da Terra”, quero repetir com as palavras da Liturgia de hoje (Iudt. 13,18).
E ao Criador do Céu e da Terra elevo também aquele especial hino de glória, que é Ela própria: a Mãe Imaculada do Verbo Encarnado:
“Abençoada sejas, minha filha, pelo Deus Altíssimo / Mais do que todas as mulheres sobre a Terra... / A confiança que tiveste não será esquecida pelos homens, / E eles hão-de recordar sempre o poder de Deus. / Assim Deus te enalteça eternamente” 
Na base deste canto de louvor, que a Igreja entoa com alegria, aqui como em tantos lugares da terra, está a incomparável escolha de uma filha do gênero humano para ser Mãe de Deus.
E por isso seja sobretudo adorado Deus: Pai, Filho, e Espírito Santo.

“Abençoada sejas, filha, pelo Deus altíssimo, mais que todas as mulheres sobre a Terra!

Verdadeiramente, Bendita sois Vós!
Sim, aqui e em toda a Igreja, no coração de cada um dos homens e no mundo inteiro: sede bendita ó Maria, nossa Mãe dulcíssima!
VIAGEM APOSTÓLICA A PORTUGAL
MISSA NO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II
Fátima, 13 de Maio de 1982
Queremos pedir a Maria uma Igreja viva, uma Igreja verdadeira, uma Igreja unida, uma Igreja santa. É vontade Nossa rezar convosco a fim de que as esperanças e energias suscitadas pelo Concílio, possam trazer-nos em larguíssima escala os frutos daquele Espírito Santo, que a Igreja celebra na festa de Pentecostes e do qual provém a verdadeira vida cristã; esses frutos enumerados pelo Apóstolo Paulo: "caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e temperança" (Gál. 5, 22).
É vontade Nossa rezar a fim de que o culto de Deus hoje e sempre conserve a sua prioridade no mundo, e a sua lei dê forma à consciência e aos costumes do homem moderno. A fé em Deus é a luz suprema da humanidade; e esta luz não só não deve apagar-se no coração dos homens, mas, pelo contrário, deve reacender-se por meio do estímulo que lhe vem da ciência e do progresso.
Este pensamento, que anima e estimula a Nossa oração, leva-Nos a pensar neste momento naqueles países: em que a liberdade religiosa está praticamente suprimida e onde se promove a negação de Deus, como se esta representasse a verdade dos tempos novos e a libertação dos povos. Mas, a verdade é bem diferente. Rezamos por esses países; rezamos pelos nossos irmãos crentes dessas nações, a fim de que a íntima força de Deus os sustente e a verdadeira liberdade civil lhes seja concedida. Vede, Filhos e Irmãos, que aqui Nos escutais, como o quadro do mundo e dos seus destinos se apresenta aqui imenso e dramático. É o quadro que Nossa Senhora abre aos Nossos olhos, o quadro que contemplamos com os olhos aterrorizados, mas sempre confiantes; o quadro do qual Nos aproximaremos sempre - assim o prometemos - seguindo a admoestação que a própria Nossa Senhora nos deu: a da oração e da penitência; e, por isso, queira Deus que este quadro do mundo nunca mais venha a registrar lutas, tragédia e catástrofes, mas sim as conquistas do amor e as vitórias da paz.
SANTA MISSA NA BASÍLICA DE FÁTIMA
HOMILIA DO PAPA PAULO VI
Sábado, 13 de maio de 1967


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