São Bento, patriarca dos monges ocidentais, nasceu em Núrcia, no ano 480. Ainda muito jovem, seduzido e impelido pelo Espírito, abraçou um período de absoluta solidão numa gruta em Subiaco. A sua fama atraiu-lhe discípulos.
Organizou para eles a vida cenobítica, inicialmente em doze pequenos mosteiros à volta de Subiaco e, depois, no célebre cenóbio de Monte Cassino.
Escreveu uma Regra que resume sabiamente a tradição monástica oriental, adaptando-a ao mundo latino. Esta escola de “serviço ao Senhor” é construída à volta da Palavra de Deus (Lectio divina), da Liturgia de louvor realizada em coro, e do trabalho em ambiente de fraternidade, de humilde e obediente serviço. S. Bento faleceu com 67 anos de idade, em Monte Cassino, no ano 547.
São Bento, depois de longo tempo na presença de Deus, a escutar a sua Palavra, vivendo em total desapego do mundo, em completo silêncio e em austera solidão, tornou-se um homem, capaz de orientar outros, que buscavam a Deus.
Só dá fruto quem acolhe no coração e medita a Palavra de Deus, quem se deixa transformar por ela. As comunidades criadas por S. Bento caraterizam-se pela busca apaixonada de Deus, pela escuta atenta da Palavra, meditada e guardada no coração.
Assim descobrem Jesus Cristo como sabedoria do Pai, como o verdadeiro tesouro, ao qual nada se deve antepor. Permanecendo estavelmente unidos a Ele, os discípulos permitem ao Espírito produzir neles os seus frutos.
Esses frutos são o melhor prêmio para quem deixa tudo para estar com o Senhor e “permanecer”
n´Ele.
Esses frutos são o melhor prêmio para quem deixa tudo para estar com o Senhor e “permanecer”
n´Ele.
A união de São Bento com Deus explica a sublimidade da sua Regra, exigente e equilibrada, e a sua influência perene na vida de perfeição da Igreja.
Bossuet falou assim da Regra de São Bento: “Suma do cristianismo, resumo douto e misterioso do Evangelho, das instituições dos Santos Padres, de todos os conselhos de perfeição, na qual atingem o seu mais alto apogeu a prudência e a simplicidade, a humildade e o valor, a severidade e a doçura, a liberdade e a dependência, na qual a correção encontra toda a firmeza, a condescendência todo o encanto, a voz de comando todo o vigor, a sujeição todo o repouso, o silêncio a sua gravidade, a palavra a sua graça, a força o seu exercício e a debilidade o seu apoio”.
Chamado por Pio XII “Pai da Europa”, S. Bento foi proclamado por Paulo VI patrono do mesmo continente, em 1964.
DA REGRA DE SÃO BENTO, ABADE
Prologus, 4-22;cap.72,1-12:CSEL75,2 5.162-163 - Séc.VI
Nada absolutamente prefiram a Cristo
Antes de tudo, quando quiseres realizar algo de bom, pede a Deus com oração muito insistente que seja plenamente realizado por ele. Pois já tendo se dignado contar-nos entre o número de seus filhos, que ele nunca venha a entristecer-se por causa de nossas más ações.
Assim, devemos em todo tempo pôr a seu serviço os bens que nos concedeu, para não acontecer que,
como pai irado, venha a deserdar seus filhos; ou também, qual Senhor temível, irritado com os nossos pecados nos entregue ao castigo eterno, como péssimos servos que o não quiseram seguir para a glória.
Levantemo-nos, enfim, pois a Escritura nos desperta dizendo: Já é hora de levantarmos do sono (cf. Rm 13,11). Com os olhos abertos para a luz deífica e os ouvidos atentos, ouçamos a exortação que a voz divina nos dirige todos os dias: Oxalá, ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações (Sl 94,8); e ainda: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas (Ap 2,7).
E o que diz ele? Meus filhos, vinde agora e escutai-me: vou ensinar-vos o temor do Senhor (Sl 33,12). Correi, enquanto tendes a luz da vida, para que as trevas não vos alcancem (cf. Jo 12,35).
Procurando o Senhor o seu operário na multidão do povo ao qual dirige estas palavras, diz ainda: Qual o homem que não ama sua vida, procurando ser feliz todos os dias? (Sl 33,13).
E se tu, ao ouvires este convite, responderes: Eu, dir-te-á Deus: Se queres possuir a verdadeira e perpétua vida, afasta a tua língua da maldade, e teus lábios, de palavras mentirosas. Evita o mal e faze o bem, procura a paz e vai com ela em seu caminho (Sl 33,14-15). E quando fizeres isto, então meus olhos estarão sobre ti e meus ouvidos atentos às tuas preces; e antes mesmo que me invoques, eu te direi: Eis-me aqui (Is 58,9.
Que há de mais doce para nós, caríssimos irmãos, do que esta voz do Senhor que nos convida? Vede como o Senhor, na sua bondade, nos mostra o caminho da vida!
Cingidos, pois, os nossos rins com a fé e a prática das boas ações, guiados pelo evangelho, trilhemos os seus caminhos, a fim de merecermos ver aqueleque nos chama a seu reino (cf. 1Ts 2,12). Se queremos habitar na tenda real do acampamento desse reino, é preciso correr pelo caminho das boas ações; de outra forma, nunca chegaremos lá.
Assim como há um zelo mau de amargura, que afasta de Deus e conduz ao inferno, assim também há um zelo bom, que separa dos vícios e conduz a Deus. É este zelo que os monges devem pôr em prática com amor ferventíssimo, isto é, antecipem-se uns aos outros em atenções recíprocas (cf. Rm 12,10).
Tolerem pacientissimamente as suas fraquezas, físicas ou morais; rivalizem em prestar mútua obediência; ninguém procure o que julga útil para si, mas sobretudo o que o é para o outro; ponham em ação castamente a caridade fraterna; temam a Deus com amor; amem o seu abade com sincera e humilde caridade; nada absolutamente prefiram a Cristo; e que ele nos conduza todos juntos para a vida eterna.
MEDALHA DE SÃO BENTO
Explicação do anverso
Nas antigas medalhas aparece, rodeando a figura do santo, este texto latino em frase inteira: Eius in obitu nostro presentia muniamur. "Que a hora de nossa morte, nos proteja tua presença". Nas medalhas atuais, frequentemente desaparece a frase que é substituída por esta: Crux Sancti Patris Benedicti, ou todavia, mais simplesmente, pela inscrição: Sanctus Benedictus.
EXPLICAÇÃO DO REVERSO
Em cada um dos quatro lados da cruz:
C. S. P. B. Crux Sancti Patris Benedicti.
Cruz do Santo Pai Bento
Na vertical da cruz: C. S. S. M. L. Crux Sacra Sit Mihi Lux. Que a Santa Cruz seja minha luz
Na horizontal da cruz: N. D. S. M. D. Non Draco Sit Mihi Dux. Que o demônio não seja o meu guia
Começando pela parte superior, no sentido do relógio: V. R. S. Vade Retro Satana. Afasta-te Satanás – N. S. M. V. Non Suade Mihi Vana. Não me aconselhes coisas vãs – S. M. Q. L. Sunt Mala Quae Libas. É mau o que me ofereces – I. V. B. Ipse Venena Bibas. Bebe tu mesmo teu veneno
Na parte superior, em cima da cruz aparece a palavra PAX e nas mais antigas IESUS.
NO DIA 11 DE JULHO COMEMORAMOS TAMBÉM A MEMÓRIA DE SANTA ESCOLÁSTICA
Fundadora do ramo feminino da Ordem Beneditina, era irmã gêmea de São Bento e estava desde a infância consagrada a Deus.
Todo ano ela lhe fazia uma visita para conversarem sobre os assuntos relativos à vida eterna. No ano da partida da Santa para o Céu (547), veio ela como de costume, e seu santo irmão foi encontrá-la, acompanhado de alguns de seus discípulos. Passaram todo o dia em elevados colóquios, os quais se prolongaram até uma hora avançada da noite.
Na hora de sua morte Santa Escolástica apoiou nas mãos a cabeça e rezou durante alguns instantes. Até então, o céu estava plácido e límpido. Quando, porém, ela levantou a cabeça, desabou uma chuva torrencial, com relâmpagos e trovões.
Três dias depois, São Bento viu a alma de Santa Escolástica sair do corpo em forma de uma pomba e elevar-se ao Céu. Comunicou o fato aos monges e enviou alguns deles para buscar aquele santo cadáver, o qual foi depositado no sepulcro que ele havia preparado para si próprio.
"Assim, nem sequer a sepultura pôde separar os corpos daqueles cujas almas haviam permanecido sempre unidas no Senhor"- conclui São Gregório Magno na sua obra "Vida de São Bento".
www.liturgiadashoras.org
pt.wikipedia.org
www.dehonianos.org
www.youtube.com
www.starnews2001.com.br
--