segunda-feira, julho 28, 2014

100 ANOS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL


O conflito iria terminar somente quatro anos depois, em novembro de 1918, e foi classificado como a guerra das guerras, pela dimensão da tragédia, pelo uso de tecnologias modernas na ação de matar e por ter deixado quase 9 milhões de mortos entre os combatentes. Não há estatísticas confiáveis sobre civis mortos diretamente como consequência da guerra, mais os que morreram como efeito colateral do conflito, mas estima-se que superem 10 milhões de pessoas.

Completando agora um século desse evento trágico, é importante que as gerações de hoje e as do futuro sejam informadas das causas, do desenrolar das ações e das consequências apavorantes que conflitos dessa magnitude impõem sobre a humanidade. O horror que se abateu sobre a Europa diretamente e sobre todo o planeta indiretamente colocou em xeque a própria lógica da existência da vida e a questão de se a humanidade seria capaz de viver e sobreviver sob a paz, apesar das diferenças de interesses entre as nações. 

O horror sanguinário e a dimensão da matança na Primeira Guerra Mundial foram consequência também da genialidade humana, que havia menos de três décadas acabara de inventar a eletricidade e o motor a combustão interna. Essas invenções deram curso ao que se convencionou chamar de “segunda revolução tecnológica”, que mais adiante daria ao mundo progresso sobre a produtividade econômica e sobre a melhoria do bem-estar médio. Infelizmente, o progresso tecnológico contribuiu para a morte e para o tamanho da catástrofe durante a guerra.
As causas dessa guerra são várias, entre as quais as tendências de domínio e de conquista de potências europeias, como o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro, o Império Otomano, o Império Russo, o Império Britânico, a Terceira República Francesa e a Itália. Faltavam organismos mundiais capazes de mitigar o ímpeto colonizador dos impérios. 

Atualmente, por mais que os organismos mundiais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), estejam passando por crise de credibilidade e de eficácia, eles se constituem na possibilidade de que as divergências políticas entre nações possam ser resolvidas pela política e pela diplomacia, evitando-se tanto quanto possível a solução por meio da guerra.

Outra lição importante é que a liberdade das nações e o direito à autodeterminação dos povos constituem dois dos maiores valores humanos, pelos quais os países – pequenos e grandes, fortes e fracos – terão a garantia de que nações poderosas não usarão a força para tomar-lhes território ou submeter-lhes a qualquer tipo de dominação. Trata-se de objetivos difíceis e sempre muito frágeis, mas que devem ser perseguidos com pertinácia e esforço supranacional como meio de evitar catástrofes da magnitude vista na Primeira Guerra Mundial.  Dos efeitos dessa guerra nasceu a Liga das Nações, que se tornou a organização precursora da ONU, formada justamente na esperança de que outros conflitos dessa dimensão pudessem ser evitados. 
No Angelus o Papa Francisco recorda o centésimo aniversário da eclosão da Primeira Guerra Mundial, que causou milhões de mortes e imensa destruição. Este conflito, que o Papa Bento XVI definiu como "massacre inútil", resultou, após quatro longos anos, em uma paz mais frágil.  "Amanhã será um dia de luto em memória desta tragédia. Enquanto lembramos este trágico acontecimento, espero que não se repitam os erros do passado, mas se leve em conta as lições da história, fazendo prevalecer as razões da paz através do diálogo paciente e corajoso.
Em particular, hoje meus pensamentos vão para três ‘zonas críticas’: a médio oriental, a iraquiana e a ucraniana. Vos peço que continuem a se unir à minha oração para que o Senhor conceda às pessoas e às autoridades daquelas regiões a sabedoria e a força necessária para levar em frente, com determinação, o caminho da paz, enfrentando cada disputa com a tenacidade do diálogo e da negociação com a força da reconciliação. Que no centro de cada decisão não sejam colocados os interesses particulares, mas o bem comum e o respeito por cada pessoa. Lembremo-nos que tudo está perdido com a guerra e nada se perde com a paz.

Irmãos e irmãs, nunca a guerra! A guerra nunca! Penso sobretudo nas crianças, das quais se tira a esperança de uma vida digna, de um futuro: crianças mortas, crianças feridas, crianças mutiladas, crianças órfãs, crianças que têm como brinquedos resíduos bélicos, crianças que não sabem sorrir. Parem, por favor! Vos peço de todo o coração. É hora de parar! Parem, por favor!"
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