“GRANDE MESTRE PARA O BRASIL, DEFENSOR DA CULTURA NORDESTINA, PROMOTOR DA DEMOCRACIA”. Dom Fernando Saburido
O
arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, esteve na manhã desta
quinta-feira, 24, no velório do escritor, dramaturgo, professor e poeta, Ariano
Suassuna, a quem chamou de “grande mestre para o Brasil, defensor da cultura
nordestina, promotor da democracia”. o religioso também emitiu uma nota de
pesar pelo falecimento de Ariano.
NOTA DA
ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE
POR OCASIÃO DO FALECIMENTO DE ARIANO SUASSUNA
POR OCASIÃO DO FALECIMENTO DE ARIANO SUASSUNA
O Evangelho de
Lucas registrou o instante em que Jesus exulta de alegria sob a ação do
Espírito Santo e louva o Pai por ter escondido os segredos do Reino de Deus aos
sábios e entendidos e ter permitido aos pequeninos conhecê-los (cf. Lc 10,21).
Ariano Suassuna,
nascido na Cidade da Paraíba e vivendo a maior parte de sua existência na
Cidade do Recife, experimentou o interior, em Taperoá, e desde cedo fez da
sabedoria a sua busca incessante. A cultura que perpassa suas obras, antes de
chegar à capital, nasce no interior, junto aos pequeninos e oprimidos,
esquecidos da seca, no interior da Paraíba, no interior do coração, no interior
da vida. Se, pelos princípios da fé, podemos dizer que a vida não lhe foi
tirada, mas transformada, o sertanejo, com profundidade, diria simplesmente que
o poeta encantou-se: escapou do olhar, mas não ausentou-se. Ariano Suassuna é
um rio que faz a curva e prossegue seu curso eternidade a fora. Experimenta
definitivamente a imortalidade que o fardão da Academia Brasileira de Letras
lhe conferiu.
Suas convicções
mais profundas teve oportunidade de compartilhar com os que assistiam às suas
aulas e aos que ainda agora terão o privilégio de conhecer sua obra. A paixão
de Ariano Suassuna não quis senão a promoção da vida humana em todos os
recantos, sem que, para isso, o brasileiro tivesse que perder sua identidade e
que o nordestino nunca tivesse vergonha de ser filho do Nordeste. Abraçou os
valores pelos quais Cristo assumiu as causas da redenção e da salvação do ser
humano.
Uma alegre
liturgia o acompanha na hora derradeira de sua mortalidade. Vestido de perneira
e gibão, permanecerá como um grande mestre para o Brasil, defensor da cultura
nordestina, promotor da democracia.
A fé e a paz do
Ressuscitado serão conforto para sua tão querida esposa Zélia, sua família,
seus colaboradores e seus amigos. Nós o entregamos nas mãos de Deus, sob a
proteção da Virgem Maria, a Compadecida, na certeza de que seu legado enriquece
a todos nós e que suas lutas continuam. Dom Antônio
Fernando Saburido Arcebispo da Arquidiocese
De Olinda E Recife
Ariano Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927, em João Pessoa, e cresceu
no Sertão paraibano. Mudou-se com a família para o Recife em 1942.
Mesmo com os problemas na saúde, ele permanecia em plena atividade
profissional. "No
Sertão do Nordeste a morte tem nome, chama-se Caetana. Se ela está pensando em me levar, não pense que vai ser fácil, não. Ela
vai suar! Se vier com essas besteirinhas de infarto e aneurisma no cérebro,
isso eu tiro de letra", disse ele, em dezembro de 2013, durante a retomada
de suas aulas-espetáculo.
Em março deste
ano, Ariano foi homenageado pelo maior bloco do mundo, o Galo da
Madrugada. Ele pediu que a decoração fosse feita nas cores do Sport,
vermelho e preto, e ficou muito contente com a homenagem. “Eu acho o futebol
uma manifestação cultural que tem muitas ligações com o carnaval”, disse, na
ocasião.
No mesmo mês, o
escritor concedeu uma entrevista à TV Globo Nordeste sobre a finalização de seu
novo livro, “O jumento sedutor”. Os manuscritos começaram a ser trabalhados há
mais de trinta anos.
Na última
sexta-feira, Suassuna apresentou uma aula espetáculo no teatro Luiz Souto
Dourado, em Garanhuns, durante o Festival de Inverno. No carnaval do próximo
ano, o autor paraibano deve ser homenageado pela escola de samba Unidos de
Padre Miguel, do Rio de Janeiro.
Obra
A primeira peça do escritor, "Uma mulher vestida de sol", ganhou o prêmio Nicolau Carlos Magno em 1948. Ariano escreveu um de seus maiores clássicos, "O Auto da Compadecida", em 1955, cinco anos depois de se formar em direito. A peça foi apresentada pela primeira vez no Recife, em 1957, no Teatro de Santa Isabel, sem grande sucesso, explodindo nacionalmente apenas quando foi encenada – e ganhou o prêmio – no Festival de Estudantes do Rio de Janeiro, no Teatro Dulcina. A obra é considerada a mais famosa dele, devido às diversas adaptações.
A primeira peça do escritor, "Uma mulher vestida de sol", ganhou o prêmio Nicolau Carlos Magno em 1948. Ariano escreveu um de seus maiores clássicos, "O Auto da Compadecida", em 1955, cinco anos depois de se formar em direito. A peça foi apresentada pela primeira vez no Recife, em 1957, no Teatro de Santa Isabel, sem grande sucesso, explodindo nacionalmente apenas quando foi encenada – e ganhou o prêmio – no Festival de Estudantes do Rio de Janeiro, no Teatro Dulcina. A obra é considerada a mais famosa dele, devido às diversas adaptações.
Guel Arraes levou o “Auto” à TV e ao cinema em 1999. O escritor
considera que seu melhor livro é o “Romance d'A Pedra do Reino e o príncipe do
sangue do vai-e-volta”. A obra começou a ser produzida em 1958 e levou 12 anos
para ficar pronta. Foi adaptada por Luiz Fernando Carvalho e exibida pela Rede
Globo em 2007, com o nome de "A pedra do reino".
Na década de 70,
Ariano começou a articular o Movimento Armorial, que defendeu a criação de uma
arte erudita nordestina a partir de suas raízes populares. Ele também foi
membro-fundador do Conselho Nacional de Cultura.
Após 32 anos nas
salas de aula, Suassuna se aposentou do cargo de professor da Universidade
Federal de Pernambuco, em 1989. O período também ficou marcado pelo reconhecimento
nacional do escritor – Ariano tomou posse na cadeira 32 da Academia Brasileira
de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, em 1990. G1
"Eu
sou católico. Desculpe-me quem não é, mas a minha visão de mundo é a visão da
religião.
- A ciência é soberba, acha que pode tudo... ela nunca gerou a vida e nunca vai poder gerar...
- Desculpem-me os darwnistas, mas é preciso ter mais fé para acreditar na teoria da evolução do que em Adão e Eva.
- Fiquei muito preocupado quando vi uma homenagem ao Cazuza, com todo respeito a ele e a seu sofrimento, mas me preocupei quando vi o destaque dado a obra dele e ao verso que destacaram: "meus heróis morreram de overdose". Meu Deus, que é isso!!! Que mensagem se passa para os nossos jovens? Os heróis deles morreram de overdose; que tipo de herói é esse?
- Pois O MEU HERÓI MORREU CRUCIFICADO ENTRE DOIS LADRÕES. Nós precisamos restaurar esses valores na nossa juventude, sem ter medo de ser considerado arcaico".
- A ciência é soberba, acha que pode tudo... ela nunca gerou a vida e nunca vai poder gerar...
- Desculpem-me os darwnistas, mas é preciso ter mais fé para acreditar na teoria da evolução do que em Adão e Eva.
- Fiquei muito preocupado quando vi uma homenagem ao Cazuza, com todo respeito a ele e a seu sofrimento, mas me preocupei quando vi o destaque dado a obra dele e ao verso que destacaram: "meus heróis morreram de overdose". Meu Deus, que é isso!!! Que mensagem se passa para os nossos jovens? Os heróis deles morreram de overdose; que tipo de herói é esse?
- Pois O MEU HERÓI MORREU CRUCIFICADO ENTRE DOIS LADRÕES. Nós precisamos restaurar esses valores na nossa juventude, sem ter medo de ser considerado arcaico".
Ariano
Suassuna
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