Jesus Cristo é o
rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras
a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax
em Jesus de Nazaré.
O Pai, “rico em misericórdia” (Ef 2, 4), depois de ter
revelado o seu nome a Moisés como “Deus misericordioso e clemente, vagaroso na
ira, cheio de bondade e fidelidade” (Ex 34, 6), não cessou
de dar a conhecer, de vários modos e em muitos momentos da história, a sua natureza divina. Na “plenitude do tempo” (Gl 4, 4), quando tudo estava pronto segundo o seu plano de salvação,
mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo
definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai (Jo 14, 9). Com a sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré
revela a misericórdia de Deus. Misericordiae
Vultus - Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia
Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
Faz parte da tradição litúrgica dedicar o 2º Domingo da Páscoa ao tema
da fé. No
episódio evangélico, percebemos duas atitudes diante da fé. A primeira é a fé
incipiente, que ainda não está confirmada. É a fé dos Apóstolos e discípulos
que, apesar de crerem na Ressurreição, e de terem visto o Senhor, continuavam
fechados e com medo. É a fé de tantos cristãos, recebida no Batismo, que nunca
deixou de ser semente porque nunca teve um terreno bom, um coração bom, capaz
de acolher o Evangelho.
A fé existe no coração de muita gente, mas não cresce. Hoje, cada um de nós poderá considerar este aspecto da nossa fé: se cultivamos a fé ou se somente temos fé. O outro aspecto da fé é aquela de Tomé, que exige provas: querer ver e tocar.
Jesus ensina que este tempo já passou — foi o tempo que as pessoas precisavam ver milagres e tocar em Jesus — agora a felicidade espiritual consiste em crer sem ver; em crer sem precisar tocar e exigir provas. É a experiência da confiança no testemunho daqueles que viram e creram.
Hoje, temos uma
bela ocasião para entender a paz em dois aspectos. Primeiro, a paz como dom
divino. Não somos nós que construímos a paz, mas somos nós que acolhemos a paz
oferecida por Jesus. Foi o que ouvimos no Evangelho: “a paz esteja
convosco”. Se a paz é dom de Deus, onde a paz for cultivada e onde existir a
paz, ali se encontra Deus.
Por isso, a proposta de paz da Igreja vem de uma
íntima ligação com a Bíblia. Na segunda saudação de Jesus, ele disse: “a
paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, eu vos envio”.
Envia para levar a paz, para anunciar a paz, para construir a paz. Logo em seguida vem a cena do encontro de Jesus com Tomé, na qual Tomé é confirmado na fé, o que nos faz entender que a paz é um fruto da fé. Quando cremos, colocamos nossa confiança em Deus e então entramos no domínio da paz.
Quem entra no domínio da violência vive com turbulências interiores e desconfiado. A paz é um jeito de professar a fé e a fé promove paz interior.
Assim como a fé, a paz não é um conceito abstrato, um pensamento ou uma teoria. A paz e a fé são realidades concretas, ou melhor, são realidades que precisamos tornar concretas.
Para isso acontecer, não podemos ficar fechados em nossos muros; é preciso sair para levar o perdão e a reconciliação. Jesus sopra na sua Igreja para que seja portadora do perdão, da reconciliação, dois elementos que fundamentam a paz.
Assim como a fé, a paz não é um conceito abstrato, um pensamento ou uma teoria. A paz e a fé são realidades concretas, ou melhor, são realidades que precisamos tornar concretas.
Para isso acontecer, não podemos ficar fechados em nossos muros; é preciso sair para levar o perdão e a reconciliação. Jesus sopra na sua Igreja para que seja portadora do perdão, da reconciliação, dois elementos que fundamentam a paz.
O terceiro elemento para construir a paz está na 1ª leitura: a partilha, a fraternidade, a solidariedade. A Igreja testemunha sua fé concretamente pela partilha, pela promoção do perdão, pela solidariedade. É testemunhando assim a sua fé, que ela se torna construtora e promotora da paz.
Nossas pastorais, nossas atividades catequéticas, nossas promoções, nossas celebrações... tudo que fazemos testemunha a fé na Ressurreição e promove a paz. A Igreja não é uma empresa com fins lucrativos. Quem assim trata a Igreja trai o projeto divino.
A Igreja existe para promover a paz, porque a paz é o local onde podemos habitar com Deus e viver como irmãos. Amém!
A Igreja existe para promover a paz, porque a paz é o local onde podemos habitar com Deus e viver como irmãos. Amém!
liturgia.pro
ORAÇÃO
Ó Deus de eterna
misericórdia, que reacendeis a fé do vosso povo na renovação da festa pascal,
aumentai a graça que nos destes.
E fazei que compreendamos melhor o batismo que
nos lavou, o espírito que nos deu vida nova, e o sangue que nos remiu. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
--