A SOLENIDADE DE PENTECOSTES É A FESTA DA UNIDADE PORQUE A OBRA DA REUNIFICAÇÃO FOI PROJETADA PELO PAI, REALIZADA EM CRISTO E ATUALIZADA PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO
A Igreja conclui hoje o Tempo Pascal com a solenidade de Pentecostes. Não poderia ser diferente, pois o Espírito Santo é o fruto da paixão morte e ressurreição do Senhor Jesus. Ele morreu entregando na cruz o Espírito e, no mesmo Espírito, foi ressuscitado pelo Pai. Agora, plenificado por esse Espírito, derramou-o e derrama-o sobre a Igreja e sobre toda a criação.
"Jesus disse: “a Paz esteja convosco!” é o que eu desejo aos moradores do Edifício Canoas, que em grande numero estão aqui e que são testemunhas para nós de um milagre porque estão vivos, graças a Deus! São bem vindos a Igreja de São Conrado.
Aqui reunidos, rezaremos em agradecimento a Deus por todos os moradores de São Conrado, os que conhecemos e os que não conhecemos".
Padre Marcos Belizário
(At 2,1-11)
Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava.
Moravam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua. Cheios de espanto e admiração, diziam: “Esses homens que estão falando não são todos galileus? Como é que nós os escutamos na nossa própria língua? Nós que somos partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua!”
(1Cor 12,3b-7.12-13)
Irmãos: Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum. Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito.
Homilia de Padre Marcos Belizário
Falar do “Espírito Santo” é falar do que podemos experimentar de Deus em nós.
O “Espírito” de Deus atuando em nossa vida: a força, a luz, o alento, a paz, o consolo, o fogo que podemos experimentar em nós e cuja origem última está em Deus, fonte de toda vida.
Esta ação de Deus em nós se produz quase sempre de forma discreta, silenciosa e calada; o próprio crente só intui uma presença quase imperceptível. Às vezes, porém, nos invade a certeza, a alegria transbordante e a confiança total: Deus existe, nos ama, tudo é possível. Inclusive a vida eterna.
O sinal mais claro da ação do Espírito é a vida.
Deus está onde a vida é despertada e cresce, onde se comunica e expande a vida. O Espírito Santo é sempre “doador de vida”: dilata o coração, ressuscita o que está morto em nós, desperta o que dorme, põe em movimento o que ficou bloqueado. De Deus estamos sempre recebendo “nova energia para vida”.
Esta ação recriadora de Deus não se reduz somente a “experiências íntimas da alma”. Penetra em todos os estratos da pessoa. Desperta nossos sentidos , vivifica o corpo e reaviva nossa capacidade de amar. Para dizê-lo em poucas palavras, o Espírito conduz a pessoa a viver tudo de forma diferente: a partir de uma verdade mais profunda , a partir de uma confiança maior, a partir de um amor mais desinteressado.
Para muitos, a experiência fundamental é o amor de Deus e o dizem com uma frase bem simples: “Deus me ama”. Essa experiência lhes devolve sua dignidade indestrutível , dá-lhes força para levantar-se da humilhação ou de desalento, ajuda-os a encontrar-se com o melhor de si mesmos.
Outros não pronunciam a palavra “DEUS”, mas experimentam uma “confiança fundamental” que os faz amar a vida apesar de tudo , enfrentar os problemas com ânimo, buscar sempre o que é bom para todos.
Ninguém vive privado do Espírito de Deus. Em todos Ele está atraindo nosso ser para a vida. Acolhemos o “Espírito Santo” quando acolhemos a vida. Esta é uma das mensagens mais básicas da festa cristã de Pentecostes.
Os abertos ao Espírito:
Não falam muito, nem se fazem notar. Sua presença é modesta e calada, mas são “sal da terra”. Enquanto houver no mundo essas mulheres e esses homens atentos ao Espírito de Deus , será possível continuar esperando. Eles são o melhor dom para uma Igreja ameaçada pela mediocridade espiritual.
Sua influência não provém do que fazem , nem do que falam ou escrevem, mas de uma realidade mais profunda . Encontram-se retirados nos mosteiros ou escondidos no meio da gente. Não se destacam por sua atividade e, não obstante, irradiam energia interior onde estão.
Não vivem de aparências. Sua vida nasce do mais profundo de seu ser. Vivem em harmonia consigo mesmos, atentos a fazer coincidir sua existência com o chamado do Espírito que os habita. Sem que eles mesmos se deem conta , são o reflexo do Mistério de Deus na terra.
Têm defeitos e limitações. Não estão imunizados contra o pecado. Mas não se deixam absorver pelos problemas e conflitos da vida. Voltam constantemente ao fundo de seu ser. Esforçam-se para viver na presença de Deus. Ele é o centro e a fonte que unifica seus desejos, palavras e decisões.
Têm defeitos e limitações. Não estão imunizados contra o pecado. Mas não se deixam absorver pelos problemas e conflitos da vida. Voltam constantemente ao fundo de seu ser. Esforçam-se para viver na presença de Deus. Ele é o centro e a fonte que unifica seus desejos, palavras e decisões.
Basta colocar-se em contato com eles para tomar consciência da dispersão e agitação que há dentro de nós. Junto a eles é fácil perceber a falta de unidade interior , o vazio e a superficialidade de nossa vida. Eles nos fazem pressentir dimensões que desconhecemos.
Esses homens e mulheres abertos ao Espírito são fonte de luz e de vida. Sua influência é oculta e misteriosa. Estabelecem com os outros uma relação que nasce de Deus. Vivem em comunhão com pessoas que jamais viram. Amam com ternura e compaixão pessoas que não conhecem. Deus as faz viver em união profunda com a criação inteira.
No meio de uma sociedade materialista e superficial , que tanto desqualifica e maltrata os valores do espírito , quero trazer à memória esses homens e mulheres “espirituais”. Eles nos lembram o anseio maior do coração humano e a Fonte última onde se apaga toda sede.
(Jo 20,19-23)
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco.” Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio.” E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos.”
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