Foi encontrado
no Oriente, em escavações arqueológicas, um “manuscrito” em aramaico, dos fins
do século I, atribuído a um grupo de cristãos reacionários, oriundos das seitas
dos fariseus (críticos radicais) e dos saduceus (incrédulos).
Por isso, esse documento, cuja autenticidade
ainda está sendo estudada, foi classificado como CrisFarSad I, do qual
citamos alguns trechos.
O que é interessante é que o texto coincide com muitos fatos narrados nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos.
O que é interessante é que o texto coincide com muitos fatos narrados nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos.
“Em nossa comunidade
tem acontecido alguns problemas e desuniões. Respeitamos os Apóstolos, os
primeiros discípulos de Jesus, mas questionamos o tal ‘colégio apostólico’,
pois, apesar de ter em seu seio muitos homens bons, é conivente com falhas,
posições erradas e heterodoxas e com membros deletérios”.
“O pior deles
foi Judas Iscariotes, o avarento que traiu Jesus. Além dele, Pedro é pessoa
desqualificada para o cargo, pois, negou conhecer Jesus na hora mais difícil,
e, depois de ter sido escolhido como seu representante na terra, vacilou várias
vezes, especialmente na questão das nossas tradições judaicas. Simão, o
zelotes, ligado aos radicais anti-romanos, é bom.
Tiago é o mais firme. Mas
todos eles são culpados de cumplicidade e omissão, por terem sido covardes e
consentido em seu meio, sem protestar, a presença do traidor. Foram covardes,
talvez com medo de perder o cargo”.
“Um problema
crucial aconteceu no último Concílio, reunião dos Apóstolos em Jerusalém, do
qual questionamos até a legitimidade, pois ali a divisão ficou patente entre os
conservadores, representados por Tiago, e os avançados, cujos porta-vozes foram
Paulo e Barnabé, favoráveis a uma abertura aos gentios.
Estes dois últimos e
sua ala acabaram vencendo, inclusive contrariando a prática de Jesus, que
observou as tradições judaicas da circuncisão e do sábado.
É por isso que, em nome da nossa tradição e de Jesus, nós resistimos às resoluções desse Concílio”.
É por isso que, em nome da nossa tradição e de Jesus, nós resistimos às resoluções desse Concílio”.
“Além disso,
Paulo é reconhecidamente vacilante, um vai-e-vem, pois, depois de ter resistido
a Pedro nesta questão e ter escrito aos nossos irmãos Gálatas que não seria
necessário guardar tais ritos, ele mesmo circuncidou Timóteo, com medo dos
judeus. É um conciliador, alguém que quer estar bem com os dois lados”.
“Alguns de nós,
estão questionando até a própria divindade de Jesus, pois não é possível que
ele, sendo Deus, tenha escolhido Judas Iscariotes, que ele sabia, ou devia
saber, ser um ambicioso e traidor, e o conservado até o fim, além de ter escolhido
para Apóstolos esses homens fracos, e confiado a eles a sua Igreja”.
“E Jesus, ao
invés de se mostrar forte e atacar os Romanos pagãos que nos oprimiam e
oprimem, não disse nada contra eles, foi conivente com esse poder dominante a
ponto de lhes pagar o imposto e dizer que devíamos o tributo a César, pagão e
opressor do cristianismo.
Afinal, o paganismo não é condenável?!” Como ser
conivente com ele, sustentando-o pelo tributo?!
Até aqui o tal
“manuscrito”.
Na história da
Igreja sempre apareceram esses “críticos radicais reformadores”, que trilham um
triste caminho: começam a atacar a Igreja, olhando-a como uma instituição
humana, querendo reformá-la, e terminam por perder a fé no seu Divino Fundador,
que a assiste infalivelmente através do Espírito Santo e estará presente nela
até a consumação dos séculos.
Mas, os
inimigos, externos e internos, passam e, apesar das nossas fraquezas, “a
Igreja, que reúne em seu seio os pecadores, é, ao mesmo tempo, santa e sempre
necessitada de purificação”, e “continua o seu peregrinar entre as perseguições
do mundo e as consolações de Deus (Santo Agostinho)...
No poder do Senhor
ressuscitado encontra a força para vencer, na paciência e na caridade, as
próprias aflições e dificuldades, internas e exteriores, e para revelar ao
mundo, com fidelidade, embora entre sombras, o mistério de Cristo, até que no
fim dos tempos ele se manifeste na plenitude de sua luz” (LG 8).
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