V Domingo da Páscoa 2015
Jesus se apresenta como a “videira verdadeira”, capaz de produzir frutos
que Israel não produziu.
Jesus é o tronco e nós somos os ramos! O ramo que não
der frutos é cortado e lançado ao fogo. O ramo que dá frutos é podado para que
dê mais frutos. Jesus convida os apóstolos a permanecerem n’Ele:” permanecei em
Mim, como Eu em vós”.
Como o tronco da videira transmite a vida aos ramos e os ramos são vivificados quando permanecem ligados ao tronco, assim se dá com Cristo e os cristãos. Os ramos assim ligados ao tronco é que produzem fruto. Para produzir frutos, os ramos precisam de seiva da videira e da poda.
Precisa da seiva da videira, que é Cristo, pois “sem Mim nada podeis fazer”.
SOMENTE
A VIDEIRA PODE DAR VIDA AOS RAMOS
A liturgia da palavra deste domingo do tempo pascal nos convida a uma união
profunda com o Senhor, a fim de produzirmos frutos.
Os capítulos 13 e 14 e os
capítulos 15 e 16 possuem de tal forma temas recorrentes, que os capítulos 15 e
16 parecem ser quase uma duplicata dos dois capítulos precedentes.
Seja como for, para o leitor habitual do evangelho essas repetições servem para aprofundar temas importantes do quarto evangelho. O nosso texto de hoje é uma alegoria.
A afirmação do v. 1 parece apresentar a possibilidade de haver uma “videira falsa”.
No entanto, o evangelho não informa explicitamente ao leitor do que, propriamente, se trata e o que seria essa videira falsa.
Jesus é o tronco ao qual os ramos, símbolo dos discípulos, estão ligados. Ligados à videira é que os ramos recebem a seiva que possibilita produzir bom fruto. Somente a videira pode dar vida aos ramos; somente Jesus pode dar verdadeira vida aos discípulos que nele produzem os frutos.
Daí o apelo de Jesus para que os discípulos “permaneçam” nele. Nesses
poucos versículos, o verbo “permanecer” aparece oito vezes. Com isso é
apresentado o tema importante do trecho que estamos considerando: trata-se de
aceitar se deixar in-habitar por Jesus e por sua palavra e viver a vida nele.
A fecundidade de nossa vida depende de nossa união com o Senhor através
da oração. É através desse encontro pessoal que o Senhor nos “poda”, nos
purifica para que possamos produzir ainda mais frutos. Mas qual é o fruto
esperado do discípulo que permanece unido a Cristo? Embora o trecho de hoje não
nos diga explicitamente, podemos concluir a partir de outros textos que é o
amor que deve ir além das palavras para se concretizar em obras e em verdade
(cf. 1Jo 3,18).
Santo Inácio de Loyola diz que “o amor se põe mais em gestos que em
palavras”. O Filho está profundamente unido ao Pai, por isso ele faz o que ele
vê o Pai fazer (cf. Jo 5,19-20).
Nossa participação na ação de Jesus é a realização do amor: “permanecei no meu amor”, diz Jesus (Jo 15,9). Se o amor humano é portador de fecundidade, o amor divino o é muito mais. Ele produz obras boas, que iluminam e dão sentido a toda a existência humana.
---
Texto: Paulinas.org / Pe. Carlos Alberto Conti