“PERMANEÇAM NO SANTO AMOR DE JESUS. PERMANEÇAM NA OBEDIÊNCIA DA SANTA IGREJA CATÓLICA ROMANA. PERMANEÇAM
NA PAZ E NA CARIDADE ETERNA”.
Uma das santas
mais amadas da cristandade, a amável e amada Santa Rita de Cássia. É peculiar o
fato de ela ser venerada e amada pelo povo humilde muito tempo antes de sua
canonização. Em sua biografia, por conta disso, os dados históricos
misturam-se muito com a lenda, que só cresceu desde o seu falecimento, e
espalhou-se a partir do local que foi sua residência por 40 anos: o Convento
Agostiniano de Santa Maria Madalena, em Cássia (Itália). É tênue o limite entre
o que é real ou lendário na vida dessa santa.
RITA DE CÁSSIA –
SOFRIMENTO, PACIÊNCIA
E SANTIDADE
Tanto é que o
primeiro documento que se refere a Santa Rita não é um pergaminho ou papel, mas
sim a urna funerária – a “Caixa Solene ” (foto abaixo) – que guardou o seu
corpo e que tem gravada junto a uma imagem dela um breve epitáfio, em italiano,
do século XV.
Coube ao agostiniano Cavalluci de Foligno, em 1610, a primeira
biografia de Santa Rita. Cavalluci deu-se ao trabalho de reunir toda a tradição
oral a respeito da santa, e seu trabalho serviu de base para a beatificação
dela, em 1628.
Nascida no
vilarejo de Roccaporena, próximo à Cássia, na Úmbria, em meados do século
XIV, sua história é uma das mais maravilhosas e encantadoras do campo da
hagiografia. Creio que a grande devoção a esta santa deva-se, em parte, ao fato
de que sua vida é uma vida dramática e recheada de problemas que afligem a
gente comum, daí a identificação.
Seus pais eram
Antonio Lotti e Amara Ferri, gente humilde, camponeses. Por sua habilidade em
resolver conflitos, serviam à comunidade como conselheiros e mediadores em
casos de conflito. Devotos ao extremo, eram conhecidos na região de Roccaporena
como “os pacificadores de Cristo”. Antônio e Amara não tiveram filhos na
juventude. Deus ouviu as preces do casal de idosos e, tal como ocorreu com
Santa Ana e Santa Isabel, os bons velhinhos teriam seu herdeiro – no caso,
herdeira.
Durante sua
gravidez, Amara teve um sonho. Um anjo lhe disse que a criança seria amada
tanto por Deus quanto pelos homens, por todas as suas admiráveis virtudes. O
anjo também falou que a criança deveria chamar-se Margarita. Santa Rita foi
batizada na Igreja de Santa Maria da Plebe, em Cássia, pois em Roccaporena não
havia pia batismal. Eis o detalhes meus amigos, uma das santas mais amadas
pelos católicos do mundo inteiro é conhecida pelo seu apelido “Rita”, uma
abreviação carinhosa do Marga”Rita” (em italiano se escreve com “T” mesmo).
O MILAGRE DAS
ABELHAS
Poucos dias
depois do seu batizado, Santa Rita foi levada pelos pais para a roça, dentro de
um cesto. Colocaram a criança num tronco e foram cortar lenha. Um enxame de
abelhas surgiu e envolveu o cesto onde estava a pequena Margarita. Nenhuma
abelha a picou. Entravam e saiam de sua boca para depositar mel em sua língua.
Naquela ocasião,
um ceifador ferido durante o trabalho se dirigia à cidade de Cássia para
procurar ajuda; ao passar por aquele campo e ver as abelhas ao redor do cesto
da criança, quis espantá-las, usando a mão ferida. Nesse momento, sua ferida
cicatrizou: ele estava curado.
Santa Rita teve três santos protetores: São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino (não confundir com São Nicolau “Papai Noel”). Sua ligação com São João e São Nicolau diz respeito ao fato de que ambos eram filhos de pais idosos, assim como ela. Com relação a Santo Agostinho, Santa Rita tinha o desejo de dedicar sua vida a Deus, seguindo os preceitos da Ordem dos Agostinianos.
O MATRIMÔNIO SOFRIDO
Mas seus pais
estavam temerosos com o futuro de Margarita. Por causa da idade avançada de
ambos, apressaram um casamento da menina que, aos quinze anos, foi
entregue em matrimônio a Fernando Mancini. Intragável, desagradável e
violento, o sujeito tornou-se um martírio para sua esposa; era dado a jogos e
espancava Santa Rita.
O casal
teve dois filhos: João Santiago e Paulo Maria. Foram 18 anos de sofrimento
e dor, suavizados com preces ao Senhor Nosso Deus. Rita vivia para família e
para caridade. Jejuava muito e, por fim, seus esforços valeram a pena: seu
irascível marido abrandou o coração. Mas, infelizmente, os anos de fúria de
Fernando cobraram seu preço. Tento feito muitos inimigos, ele foi assassinado
numa emboscada perto de sua casa, em 1413. Caiu, provavelmente, por conta
das lutas internas que assolavam a Úmbria, entre guelfos e gibelinos.
Depois de
prantear seu marido e perdoar seus assassinos, ergue-se para Rita um novo
desafio: tirar dos filhos o desejo de vingança. Ao que parece, não adiantou. O
coração violento dos garotos era como o do pai. A devota mãe temia por suas
almas, que seriam condenadas se seguissem pelo caminho da Vendetta. Santa Rita
pedia que o Senhor os impedisse de cometer tão grande pecado. Antes de poderem
executar qualquer plano louco de vingança contra os assassinos do pai, ambos
foram levados do mundo pela peste negra.
A ENTRADA NO
CONVENTO
Santa Rita se
viu só no mundo. Por outro lado, lhe finalmente poderia seguir com sua vocação
religiosa. Pediu para ingressar no Convento Agostiniano de Santa Maria
Madalena, mas teve seu pedido negado. A razão alegada pela madre superiora era
o fato de Margarita não ser mais virgem. Não colava, o convento tinha outras
irmãs que eram viúvas. A verdadeira razão da recusa, para alguns biógrafos, era
o fato de Santa Rita ser viúva de um assassinado.
Mas a vida não
se tornou mais fácil por conta disso. Todos os dias, a abadessa mandava Rita
regar uma videira seca, para testar sua obediência. Rita cumpria a tarefa com
esmero, sem se importar com o fato da videira estar morta. Só que a videira
frutificou e, mais incrível ainda, frutifica até os dias de hoje.
O ESTIGMA
Rita levava uma
vida austera. Jejuava todos os dias e se mantinha a pão e água. Usava um
cilício espinhoso sob as vestes. Durante um sermão de um religioso franciscano
sobre a Paixão, surge em Rita um estigma: um espinho da coroa de Cristo
crava-se em sua fronte. Tão profunda e amorosa foi a contemplação da santa
sobre os sofrimentos de Cristo, que acabou por ganhar a honra de participar de
Suas dores.
Esse estigma
acompanhou Rita durante seus últimos 15 anos. O odor terrível da ferida fez com
que Santa Rita se isolasse dentro da sua cela, para não ofender as demais
irmãs. Somente por conta de uma viagem a Roma o estigma cicatrizou, permitindo
que a santa viajasse com suas irmãs. Ao retornar, o estigma reapareceu.
PARTIDA PARA O
CÉU
Os últimos
quatro anos da vida de Santa Rita foram de prece e mortificação. Vivia acamada.
Ela teve uma visão de Jesus Cristo e de Nossa Senhora, que lhe revelaram que,
me breve, o estigma da coroa de espinhos seria trocado por uma coroa de glória.
As últimas palavras da santa foram: “PERMANEÇAM NO SANTO AMOR DE JESUS. PERMANEÇAM NA OBEDIÊNCIA DA SANTA IGREJA CATÓLICA ROMANA. PERMANEÇAM NA PAZ E NA CARIDADE ETERNA”.
Costuma-se dizer
que seu corpo está incorrupto, mas não é bem assim. O corpo, é bem verdade,
permaneceu perfeitamente preservado por mais de 300 anos, milagrosamente. Em
1626, durante o processo de investigação para a causa da beatificação, os
juízes verificaram que o corpo de Santa Rita estava inteiro e intacto, e sua
pele estava branca e fresca. Além disso, exalava um odor suave; investigando o
corpo, não encontraram nele qualquer artifício para exalar perfume ou sinal de
embalsamamento.
Porém, em 1798,
deu-se um episódio lamentável: a Itália foi invadida pelas tropas francesas, e
as monjas do convento de Santa Rita fugiram em desespero. Na pressa, não
puderam ajeitar o corpo da santa com o devido preparo. O zelo das irmãs evitou
que a preciosa relíquia fosse roubada ou destruída pelos soldados de Napoleão,
mas não impediu que fosse gravemente danificada pelas sacudidelas da estrada.
As fibras do tronco se deterioraram; os braços, as pernas e o rosto conservaram
as linhas normais, porém, a pele ficou enegrecida, mumificada.
Ainda hoje é
possível contemplar seu corpo na Igreja do Convento de Cássia, dentro de uma
urna de cristal.
ORAÇÃO
Ó poderosa e
gloriosa Santa Rita chamada Santa das causas impossíveis, advogada dos casos
desesperados, auxiliadora da última hora, refúgio e abrigo da dor que arrasta
para o abismo do pecado e da desesperança, com toda a confiança em Vosso poder
junto ao Coração Sagrado de Jesus, a Vós recorro no caso difícil e imprevisto,
que dolorosamente oprime o meu coração. (Faça seu pedido).
Obtenha a graça
que desejo, pois sendo-me necessária, eu a quero. Apresentada por Vós a minha
oração, o meu pedido, por Vós que sois tão amada por Deus, certamente será
atendido. Dizei a Nosso Senhor que me valerei da graça para melhorar a minha
vida e os meus costumes e para cantar na Terra e no Céu a Divina Misericórdia.
Santa Rita das
causas impossíveis, intercedei por nós! Amém.
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