Missão nós
fazemos porque vemos em nosso salvador, Jesus Cristo, conforme São Lucas,
alguém que sempre precisa ir a todos os locais, para anunciar o Reino, a graça,
a justiça e a reconciliação. São João nos ensina que Ele se preocupa com as
ovelhas que não fazem parte do rebanho, mesmo que seja uma única ovelha
perdida, sofrida, para reanimá-la diante da dor e da desesperança, salienta São
Lucas em seu Evangelho.
É este mesmo Jesus que virá, um dia, em sua glória para
julgar os vivos e os mortos e seus critérios são muito claros: “eu estava com
fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era
estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava
doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar”. (Mt 25,
31-46).
JESUS E A IGREJA
Na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, o Papa Paulo VI “apresenta Jesus
Cristo como o grande Evangelizador a uma Igreja Evangelizadora” (EN 6). O
testemunho que Jesus deu de si mesmo e que Lucas colheu em seu Evangelho: “Eu
devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus” (Lc 4, 43), tem sem dúvida uma
grande importância, pois define, numa frase apenas, toda a missão de Jesus:
“para isso é que fui enviado” (Lc 4, 43).
Estas palavras assumem seu
significado pleno na Sinagoga de Nazaré, onde Jesus assume a sua Missão: “O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque me conferiu a unção; a anunciar a Boa
Nova aos pobres me enviou...” (Lc 4, 18). O próprio Jesus foi mesmo, até o fim,
“o primeiro e maior dos evangelizadores” (EN 7).
A Igreja continua a missão de
Jesus Cristo no mundo. Ela recebe o mandato de Cristo: “Ide pelo mundo inteiro
e anunciai a Boa Nova a toda a criatura! Quem crer e for batizado será salvo!”
(Mc 16, 15). Mas para ser missionário é preciso antes ser discípulo de Cristo.
“Quem se apaixona por Jesus Cristo deve igualmente transbordar Jesus Cristo, no
testemunho e no anúncio explícito de sua Pessoa e Mensagem.
A
Igreja é indispensavelmente missionária” (DGAE 30). Vale-nos lembrar as
palavras do Papa Paulo VI em 1974: “Nós queremos confirmar, uma vez mais, que a
tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja;
tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam
ainda mais urgentes. Evangelizar constitui de fato, a graça e a vocação própria
da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar, ou
seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da graça, reconciliar os
pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na Santa Missa, que é o
memorial da sua morte e gloriosa Ressurreição”
Assim sendo, a Igreja é
Sinal de Cristo no mundo: é sacramento de partida de Cristo, pois Ele volta para
o Pai (Jo14, 28) e de permanência de Cristo na Sua Igreja, pela Palavra de
Deus, pelos Sacramentos, pelas Orações e pela Caridade Fraterna (At 2, 42). Ela
prolonga-O e continua-O. Ela se evangeliza por uma conversão constante, a fim
de evangelizar o mundo com credibilidade. No período atual da história, marcado
por mudanças de época, a missão assume um rosto próprio, com, pelo menos, três
características: urgência, amplitude e inclusão. “A missão é urgente em
decorrência da oscilação de critérios. É ampla e includente, porque reconhece
que todas as situações, tempos e locais são seus interlocutores” (DGAE 31).
A
missão começa em casa. É lá que primeiramente ouvimos falar de Jesus Cristo. A
missão não é só dos Padres ou dos Religiosos. É um trabalho conjunto de todas
as pessoas de boa vontade. Nos nossos grupos, movimentos ou dentro do espaço
das Igrejas, até falamos de Jesus Cristo. Todavia, nem sempre temos a mesma
coragem de falar de Jesus Cristo no trabalho, no esporte, nas conversas de
amigos, no dia a dia de nossas vidas. Temos medo ou vergonha dos comentários
que possam surgir.
O Documento de Aparecida nos diz que todos os batizados são
“discípulos missionários e devem se empenhar no serviço de
construção do Reino de Deus” (DA, 365). Neste redescobrir missionário, emerge,
em primeiro lugar, o papel de cada pessoa batizada em todos os lugares e
situações em que se encontrar no mundo. Em segundo lugar, “surge à necessidade
de pensar estruturas pastorais que favoreçam a realização da atual consciência
missionária. A missão deve fazer parte de tudo que fazemos na Igreja. Esta deve
impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais, deixando
para trás práticas, costumes e estruturas que não respondem mais a transmissão
da fé” (DGAE 34).
DEUS ABENÇOE VOCÊ E SUA FAMÍLIA!
Documentos da
CNBB nº 94 – Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil
2011-2015; Documentos da CNBB nº 88 – Projeto Nacional de Evangelização: o
Brasil na Missão Continental; Documento de Aparecida; Documento de Aparecida-
Síntese Popular Documentos Pontifícios n 188 – Evangelii Nuntiandi MOSCONI,
Luis – Santas Missões Populares. Paulinas, 2008.
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