Bispo, cardeal e
Doutor Seráfico da Primeira Ordem (1221-1274). Canonizado por Sixto IV no dia
14 de abril de 1482.
João de Fidanza,
filho de João de Fidanza e Maria Ristelli, nasceu em Bagnoregio, do distrito de
Viterbo, dos Estados Pontifícios, em 1221. Curou-se na infância de grave
doença, depois de uma invocação a São Francisco de Assis feita por sua mãe, a
que faz referência o próprio São Boaventura (Sermo de B. Francisco, serm.3).
Pelo ano 1234
seguiu para a Faculdade das Artes, de Paris, onde se graduava pelo ano 1240.
Ingressou aos 17 anos na Ordem dos Franciscanos, onde assumiu o nome de
Boaventura. Talvez estivesse motivado pela devoção a São Francisco que lhe
vinha da infância, e ainda pela admiração a Alexandre de Hales, por quem se
deixara orientar doutrinariamente, enfim pelo apreço em que levava o espírito
da Ordem, como se infere de suas mesmas palavras.
A teologia a
estudou provavelmente sob Alexandre de Hales (+ 1245), porque o chama de pai e
mestre. Boaventura principia o magistério em 1248 como bacharel bíblico, com o
Comentário ao Evangelho de S. Lucas; conforme os estatutos da Universidade, dois
anos depois, como bacharel sentenciário, explicaria a Sentenças, o que teria
feito, então, em 1250 e 1251; na mesma sequência deveria chegar ao doutorado em
teologia em 1253. Frente às dificuldades criadas então aos religiosos, parece
que Boaventura só conseguiu o reconhecimento do título em 1257.
Mas, abandonou
exatamente, então, o magistério, passando então ao posto de Geral da Ordem
franciscana; tinha 36 anos. Dedicou-se à causa da Ordem, à sua espiritualidade
e à pregação em geral. Em 1273 foi feito cardeal e bispo de Albano.
Exerceu
especiais incumbências no Concílio de Lyon, quando foi conseguida a união com a
Igreja Grega (6-7-1274), a qual todavia foi precária. Oito dias após o Concílio
faleceu o cardeal (14-7-1274). Foi canonizado em 1482 e declarado doutor da
Igreja em 1587.
Boaventura
chegara mais cedo a Paris que São Tomás; enquanto o primeiro se graduava em
artes em Paris em 1240, Tomás chegará a Paris em 1245, para seguir em 1248 para
Colônia. Boaventura completa o tirocínio para a conquista do grau de mestre em
1253, Tomás, que retornara a Paris, lecionou ali de 1252 a 1259, depois
seguindo para a Itália (1259-1268).
Cessou, porém o
magistério de Boaventura em 1257. Entretanto Boaventura não paralisou as suas
preocupações intelectuais. Foi a um tempo, um homem de estudo, de ação e além
de místico. Não participou das controvérsias tomistas de 1270, mas apoiou
tacitamente a oposição, que era agostiniana.
A obra literária
de S. Boaventura é relativamente grande, principalmente tendo em consideração
que lecionou apenas 10 anos (1248-1257), de quando datam os livros do tipo
escolar. São de interesse filosófico:
*Comentários
sobres as Sentenças (c. 1248-1255);
*Quaestiones disputates, sendo 7 De scientia christi, 8 de Mysterio Trinitatis, 4 de perfectione evangelica;
*Itinerarium mentis ad Deum (1259);
*Breviloquium (antes de 1257);
*De reductione artium ad theologiam;
e os tratados sobre os *Tópicos, Meteoros, e De generatione de Aristóteles.
*Quaestiones disputates, sendo 7 De scientia christi, 8 de Mysterio Trinitatis, 4 de perfectione evangelica;
*Itinerarium mentis ad Deum (1259);
*Breviloquium (antes de 1257);
*De reductione artium ad theologiam;
e os tratados sobre os *Tópicos, Meteoros, e De generatione de Aristóteles.
Deixou também
numerosos *Sermões e escritos de natureza mística.
São Boaventura
morreu no dia 15 de Julho do ano de 1274.
"À SABEDORIA
MÍSTICA REVELADA PELO ESPÍRITO SANTO"
Do Opúsculo de SÃO BOAVENTURA, bispo: «Itinerário da alma para Deus» (Cap. 7, 1.2.4.6: Opera omnia, 5, 312-313) (Sec. XIII)
Cristo é o caminho e a porta. Cristo é a escada e o veículo; o propiciatório colocado sobre a arca de Deus e o sacramento escondido desde os séculos. Quem olha para este propiciatório, de rosto plenamente voltado para ele, contemplando-o suspenso na cruz, com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a Páscoa, isto é, a passagem. E assim, por meio da vara da cruz atravessa o Mar Vermelho, saindo do Egipto e entrando no deserto, onde saboreia o maná escondido. Descansa também no túmulo com Cristo, parecendo exteriormente morto, mas sentindo, quanto lhe é possível no estado de viador, aquilo que na cruz foi dito ao ladrão que aderiu a Cristo: Hoje estarás comigo no paraíso. [...]
Passemos, com Cristo crucificado, deste mundo para o Pai, a fim de que, ao manifestar-se-nos o Pai, digamos com o apóstolo Filipe: Isto nos basta; e ouçamos com São Paulo: Basta-te a minha graça; e exultemos com David, exclamando: Desfalece a minha carne e o meu coração: Deus é o meu refúgio e a minha herança para sempre. Bendito seja o Senhor para sempre. E todo o povo diga: Amem.
Do Opúsculo de SÃO BOAVENTURA, bispo: «Itinerário da alma para Deus» (Cap. 7, 1.2.4.6: Opera omnia, 5, 312-313) (Sec. XIII)
Cristo é o caminho e a porta. Cristo é a escada e o veículo; o propiciatório colocado sobre a arca de Deus e o sacramento escondido desde os séculos. Quem olha para este propiciatório, de rosto plenamente voltado para ele, contemplando-o suspenso na cruz, com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a Páscoa, isto é, a passagem. E assim, por meio da vara da cruz atravessa o Mar Vermelho, saindo do Egipto e entrando no deserto, onde saboreia o maná escondido. Descansa também no túmulo com Cristo, parecendo exteriormente morto, mas sentindo, quanto lhe é possível no estado de viador, aquilo que na cruz foi dito ao ladrão que aderiu a Cristo: Hoje estarás comigo no paraíso. [...]
Passemos, com Cristo crucificado, deste mundo para o Pai, a fim de que, ao manifestar-se-nos o Pai, digamos com o apóstolo Filipe: Isto nos basta; e ouçamos com São Paulo: Basta-te a minha graça; e exultemos com David, exclamando: Desfalece a minha carne e o meu coração: Deus é o meu refúgio e a minha herança para sempre. Bendito seja o Senhor para sempre. E todo o povo diga: Amem.
São Boaventura
de Bagnoregio
ORAÇÃO
Concedei-nos,
Pai todo-poderoso, que, celebrando a festa de São Boaventura, aproveitemos seus
preclaros ensinamentos e imitemos sua ardente caridade. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
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