Se existe algo
que assusta e preocupa o mundo nos dias de hoje, trata-se do vírus Ebola. É claro que ao falarmos desta doença a primeira pergunta que vem – até
não posso julgar porque psicologicamente a autodefesa é normal entre os seres
humanos – é “Tem chances de o vírus se espalhar mundo a fora?” E minha resposta
pode ser um simples “Sim”, mas vinculado com uma frase que acalma qualquer
pessoa “Sim, mas as chances são mínimas por diversos fatores…”
Só que no
momento a principal preocupação trata-se da tentativa de parar o crescimento
que a cada dia que passa ocupa mais o território frágil da África, nesta
matéria vamos falar dos médicos brasileiros que estão em missão e tudo sobre o
Ebola, vale a pena conferir:
SOBRE O EBOLA:
Ebola é uma das doenças mais mortais que existem. É um vírus altamente infeccioso que pode matar mais de 90% das pessoas que o contraem, podendo ser contraído tanto de humanos como de animais, sendo transmitido por meio do contato com sangue, secreções ou outros fluídos corporais.
Ebola é uma das doenças mais mortais que existem. É um vírus altamente infeccioso que pode matar mais de 90% das pessoas que o contraem, podendo ser contraído tanto de humanos como de animais, sendo transmitido por meio do contato com sangue, secreções ou outros fluídos corporais.
Em algumas áreas
da África, a infecção foi documentada por meio do contato com chimpanzés,
gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos
contaminados encontrados mortos ou doentes na floresta tropical. E um
interessante por se dizer, é que uma das causas da proliferação do vírus é por
causa dos enterros de vítimas do Ebola, pois em algumas regiões na África as
pessoas têm contato direto com o falecido, que mesmo morto pode transmitir o
vírus.
OS SINTOMAS
Os sintomas no
inicio são “comuns” causando a dificuldade no diagnóstico, é febre, fraqueza,
dor muscular, dores de cabeça e inflamação na garganta. Isso é seguido por
vômitos, diarreia, coceiras, deficiência nas funções hepáticas e renais e, em
alguns casos, sangramento interno e externo. Os sintomas podem aparecer de dois
a 21 dias após a exposição ao vírus. Alguns pacientes podem ainda apresentar
erupções cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no peito e dificuldade
para respirar e engolir.
O TRATAMENTO
O tratamento
padrão para a doença limita-se à terapia de apoio, que consiste em hidratar o
paciente, manter seus níveis de oxigênio e pressão sanguínea e tratar quaisquer
infecções. Apesar das dificuldades para diagnosticar o Ebola nos estágios
iniciais da doença, aqueles que apresentam os sintomas devem ser isolados e os
profissionais de saúde pública notificados. A terapia de apoio pode continuar
desde que sejam utilizadas as vestimentas de proteção apropriadas até que
amostras do paciente sejam testadas para confirmar a infecção.
EPIDEMIA:
Esta é a pior epidemia de ebola já registrada, tanto em número de casos quanto em mortes. Começou em fevereiro, no interior da Guiné, matando 346 pessoas. Em maio, a epidemia chegou a Serra Leoa, deixando 252 mortos.
Em junho, o vírus se espalhou para a Libéria e matou 227 pessoas. No mês seguinte, julho, foi à vez de a Nigéria anunciar o primeiro doente. Já existem casos não confirmados em Gana, Mali e na Costa do Marfim. São mais de 60 localidades atingidas em Guiné, Serra Leoa e Libéria, entre elas capitais e cidades de grande porte. Desde 1976, quando o vírus foi descoberto na República Democrática do Congo (antigo Zaire), esta é a primeira vez que a doença surge em tantos lugares diferentes ao mesmo tempo, o que dificulta o tratamento e a contenção do surto. No passado, os surtos foram registrados em pequenas localidades no meio da floresta ou em áreas rurais muito isoladas, o que facilitava a contenção. E agora a distribuição dos recursos por uma zona muito mais extensa do que no passado, o que dificulta a luta.
Esta é a pior epidemia de ebola já registrada, tanto em número de casos quanto em mortes. Começou em fevereiro, no interior da Guiné, matando 346 pessoas. Em maio, a epidemia chegou a Serra Leoa, deixando 252 mortos.
Em junho, o vírus se espalhou para a Libéria e matou 227 pessoas. No mês seguinte, julho, foi à vez de a Nigéria anunciar o primeiro doente. Já existem casos não confirmados em Gana, Mali e na Costa do Marfim. São mais de 60 localidades atingidas em Guiné, Serra Leoa e Libéria, entre elas capitais e cidades de grande porte. Desde 1976, quando o vírus foi descoberto na República Democrática do Congo (antigo Zaire), esta é a primeira vez que a doença surge em tantos lugares diferentes ao mesmo tempo, o que dificulta o tratamento e a contenção do surto. No passado, os surtos foram registrados em pequenas localidades no meio da floresta ou em áreas rurais muito isoladas, o que facilitava a contenção. E agora a distribuição dos recursos por uma zona muito mais extensa do que no passado, o que dificulta a luta.
PAULO REIS – O BRASILEIRO ENVOLVIDO DENTRO DO PROBLEMA:
Nesta terça feira, faz uma semana que o médico brasileiro Paulo Reis embarcou para Serra Leoa colaborando assim com a força-tarefa da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras. Essa é a segunda vez que ele viaja a região: na primeira, passou dois meses na Guiné, quando o surto tinha diminuído.
Nesta terça feira, faz uma semana que o médico brasileiro Paulo Reis embarcou para Serra Leoa colaborando assim com a força-tarefa da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras. Essa é a segunda vez que ele viaja a região: na primeira, passou dois meses na Guiné, quando o surto tinha diminuído.
Apesar da
experiência de quase 10 anos em missões de emergência sanitária – incluindo a
epidemia da doença em Uganda -, Reis reconhece que o trabalho não é fácil.
SEGUE ABAIXO O QUE PAULO REIS DISSE A RESPEITO:
–Você vê muitos pacientes morrerem, o que é não é uma coisa que a gente espera quando trabalha num serviço de saúde, embora a gente saiba que o ebola é assim. Não interessa o que você faça… Você sabe que a maioria dos pacientes vai acabar falecendo.
— A primeira diferença que eu notei foi a quantidade. Dessa vez, tem muito mais paciente, muito mais gente infectada. Além disso, o surto está muito espalhado por diversos lugares, há muitas pessoas viajando de um lado para o outro. Por fim, em Uganda as pessoas já conheciam a doença e na Guiné, ninguém nunca tinha ouvido falar dela (incluindo médicos). Há muitos profissionais locais que se dispõem a trabalhar conosco, mas a organização é toda nossa.
-Também é muito difícil por causa do equipamento que a gente precisa usar para ter contato com o paciente. Não temos um contato direto: é tudo através de uma roupa completamente vedada. “É muito desgastante e cansativo.”
— O mais difícil é lidar com o paciente no isolamento, principalmente quando é uma criança. Como a possibilidade de sobrevivência é muito baixa, abate muito as pessoas. Em geral, os médicos estão acostumados a verem seus pacientes (ou pelo menos a grande maioria deles) sobreviverem, serem curados. Não é o caso com o ebola. Você vê o paciente entrando no hospital caminhando, aparentemente sem nada muito grave, acompanha aquela pessoa durante um tempo, mas não consegue ajudá-la. No fim, a maior parte acaba morrendo. Para mim, isso é o mais difícil.
–Você vê muitos pacientes morrerem, o que é não é uma coisa que a gente espera quando trabalha num serviço de saúde, embora a gente saiba que o ebola é assim. Não interessa o que você faça… Você sabe que a maioria dos pacientes vai acabar falecendo.
— A primeira diferença que eu notei foi a quantidade. Dessa vez, tem muito mais paciente, muito mais gente infectada. Além disso, o surto está muito espalhado por diversos lugares, há muitas pessoas viajando de um lado para o outro. Por fim, em Uganda as pessoas já conheciam a doença e na Guiné, ninguém nunca tinha ouvido falar dela (incluindo médicos). Há muitos profissionais locais que se dispõem a trabalhar conosco, mas a organização é toda nossa.
-Também é muito difícil por causa do equipamento que a gente precisa usar para ter contato com o paciente. Não temos um contato direto: é tudo através de uma roupa completamente vedada. “É muito desgastante e cansativo.”
— O mais difícil é lidar com o paciente no isolamento, principalmente quando é uma criança. Como a possibilidade de sobrevivência é muito baixa, abate muito as pessoas. Em geral, os médicos estão acostumados a verem seus pacientes (ou pelo menos a grande maioria deles) sobreviverem, serem curados. Não é o caso com o ebola. Você vê o paciente entrando no hospital caminhando, aparentemente sem nada muito grave, acompanha aquela pessoa durante um tempo, mas não consegue ajudá-la. No fim, a maior parte acaba morrendo. Para mim, isso é o mais difícil.
O médico avalia que o risco de propagação do ebola foi subestimado pelas
autoridades – ele lembra que os esforços para conter o vírus se reduziram
quando o número de casos começou a diminuir, em maio. A Organização
Mundial da Saúde considera essa é “a epidemia mais grave” desde o primeiro
surto, em 1976, no antigo Zaire, atual República Democrática do Congo.
“Não nos devemos
esquecer que esta é uma doença de pobreza, de sistemas de saúde disfuncionais e
da desconfiança” defendeu Peter Piot, que hoje é diretor da London School of
Hygiene and Tropical Medicine, no Reino Unido.
Essa talvez seja a resposta para quem estiver preocupado coma expansão
do vírus para outros continentes. Ebola está presente na miséria, o
que menos um povo pobre precisaria, e cresce dada a falta de forças estruturais
da saúde dos países da África independente de região. É claro que existem
chances de espalhar-se, porem são mínimas e quase desconsideráveis, mas de,
todavia deve se prestar atenção… Pois quando falamos que “são mínimas” estamos
falando de cálculos, e o que aprendemos na vida? É que o inesperado, aquele
rabisco no canto da folha, às vezes pode estar certo! Então mais do que nunca
na história mundial, devemos sim estabilizar metas e cuidados contra esse vírus
mortal da Ebola, porque até o momento…
Ainda não há
tratamento ou vacina específico para o Ebola.
MSF - G1