O DOCUMENTO 100 DA CNBB, “COMUNIDADE DE COMUNIDADES: UMA NOVA PARÓQUIA”, PROPÕE
REFLEXÃO E AÇÕES PRÁTICAS PARA UMA CONVERSÃO PASTORAL DA PARÓQUIA.
Após, aproximadamente, dois
anos de estudo, os bispos reunidos na 52ª Assembleia Geral, no mês de maio,
aprovaram o texto para publicação como Documento oficial da Igreja no Brasil.
O Documento 100 “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. A conversão pastoral da paróquia” é composto de seis capítulos, são eles: Sinais dos Tempos e Conversão Pastoral, Palavra de Deus, Vida, Missão nas Comunidades, Surgimento da Paróquia e sua Evolução, Comunidade Paroquial, Sujeito e Tarefas da Conversão Paroquial.
Logo no início é
apresentada análise da realidade paroquial. Na sequência traz, também, reflexão
histórica e teológica sobre a paróquia. Segue abordando a dimensão de
comunidade, a partir da conversão paroquial e pastoral, com ideias do
significado da paróquia.
Ao final do
documento, são apresentadas propostas práticas para conversão da
paróquia, ou seja, as proposições pastorais. São pistas de ações que tratam da
acolhida e vida fraterna, iniciação à vida cristã, leitura orante da palavra,
liturgia e espiritualidade; incluindo o funcionamento da paróquia, seus
conselhos, organização e manutenção.
A valorização e
incentivo da participação do laicato e os ministérios leigos são indicados no
documento. Orienta-se, também, a atenção e acolhida às famílias que residem em
condomínios e conjuntos residenciais populares, na tentativa de estabelecer
proximidade e integração na comunidade. Outro aspecto contido nas pistas de
ações é incentivo às paróquias para utilizar dos recursos da mídia e novas
formas de comunicação e relacionamento nas atividades de evangelização.
A comunidade
acolhe, forma e transforma, envia em missão, restaura, celebra, adverte e
sustenta.
Ao mesmo tempo
em que se constata, nesta mudança de época, uma forte tendência ao individualismo,
percebe-se igualmente a busca por vida comunitária.
Esta busca nos
recorda como é importante a vida em fraternidade. Mostra também que o Espírito
Santo acompanha a humanidade suscitando, em meio às transformações da história,
a sede por união e solidariedade.
Constatamos
também o rápido crescimento das comunidades virtuais, tão presentes na cultura
juvenil atual. Estes fatos abrem o coração do discípulo missionário a novos
horizontes de concretização comunitária.
“As paróquias
têm um papel fundamental na evangelização e precisam tornar-se sempre mais comunidades
vivas e dinâmicas de discípulos missionários de Jesus”.
A busca sincera
por Jesus Cristo faz surgir a correspondente busca por diversas formas de vida
comunitária. Articuladas entre si, na partilha da fé e na missão, estas
comunidades se unem, dando lugar a verdadeiras redes de comunidades.
Entre elas,
encontram-se as Comunidades Eclesiais de Base e outras formas de novas
comunidades, cada uma vivendo seu carisma, assumindo a missão evangelizadora de
acordo com a realidade local e se articulando de modo a testemunhar a comunhão
na pluralidade.
Comunidade
implica necessariamente convívio, vínculos profundos, afetividade, interesses
comuns, estabilidade e solidariedade nos sonhos, nas alegrias e nas dores. Um
dos maiores desafios consiste em iluminar, com a Boa Nova, as experiências nos
ambientes marcados por aguda urbanização, para os quais vizinhança geográfica
não significa necessariamente convívio, afinidade e solidariedade.
Outro grande
desafio encontra-se nos ambientes virtuais, onde a rapidez de comunicação e a
liberdade em relação às distâncias geográficas tornam-se grandes atrativos.
Estas situações configuram desafios para a ação evangelizadora, na medida em
que nada substitui o contato pessoal.
O
Espírito sopra onde quer e nenhuma concretização comunitária possui o monopólio
da ação deste mesmo Espírito. Nenhuma deve chamar para si a primazia sobre as
demais, pois todos os membros do corpo, possuem igual valor.
O caminho para
que a paróquia se torne verdadeiramente uma comunidade de comunidades é a
criatividade, o respeito mútuo, a sensibilidade para o momento histórico e a
capacidade de agir com rapidez.
A Igreja se faz
presente nas diversas realidades, vai ao encontro dos afastados, promove novas
lideranças e a iniciação à vida cristã acontece no ambiente em que as pessoas
vivem.
COMUNIDADES SÃO
ESCOLAS DE DIÁLOGO INTERNO E EXTERNO. SÃO PONTOS DE PARTIDA PARA O ANÚNCIO DO
DEUS DA VIDA, QUE ACOLHE, REDIME, PURIFICA, GERA COMUNHÃO E ENVIA EM MISSÃO.
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil
2011 - 2015
CNBB
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