Homilia de Padre
Marcos Belizário Ferreira no 18º Domingo do Tempo Comum
Jesus não foi um
milagreiro dedicado a operar prodígios propagandísticos. Seus milagres são antes sinais que abrem brecha neste mundo de pecado e
já apontam para uma realidade nova, meta final do ser humano.
Concretamente, o milagre da multiplicação dos pães nos convida a descobrir que o projeto de Jesus é alimentar os seres humanos e reuni-los numa fraternidade real, na qual saibam compartilhar “seu pão e seu peixe” como irmãos.
Para o cristão a fraternidade não é uma exigência como qualquer outra. É a única maneira de construir entre as pessoas o Reino do Pai.
Esta fraternidade pode ser mal-entendida. Com muita frequência é confundida com “um egoísmo solícito que sabe comportar-se com muita decência” (Karl Rahner)
Pensamos que amamos o próximo simplesmente porque não lhe fazemos nada de especialmente mau, mas continuamos vivendo num horizonte mesquinho e egoísta, despreocupados de todos, movidos unicamente por nossos próprios interesses.
A Igreja, enquanto “sacramento de fraternidade”, é chamada a impulsionar, em cada momento da história, novas formas de estreita fraternidade entre as pessoas.
Nós cristãos devemos aprender a viver de modo mais fraterno, atentos às novas necessidades do ser humano atual.
A luta em favor do desarmamento, a proteção de meio ambiente, a solidariedade para com os povos famintos, o compartilhar com os desempregados as consequências da crise econômica, ajuda aos dependentes de drogas, a preocupação com os idosos solitários e esquecidos... são outras tantas exigências para quem se sente irmão e quer “multiplicar” para todos o pão de que necessitamos para viver.
O relato evangélico nos lembra que não podemos comer tranquilos nosso pão e nosso peixe, enquanto perto de nós existem homens e mulheres ameaçados por tantas “fomes”.
Nós, que vivemos tranquilos e satisfeitos, temos que ouvir as palavras de Jesus: “Dai-lhes vós de comer”.
O primeiro consiste em buscar Jesus, como fez o povo, para ser curado (cuidado) e para ouvir sua Palavra, pois nele se encontra o bem-estar da cura, a fonte da saúde.
O segundo valor é a partilha: o acúmulo promove a preocupação e mais ganância (1ª leitura) e a partilha liberta interiormente (Evangelho).
É interessante considerar que antes de partilhar o pão, Jesus partilha a compaixão, fazendo-se próximo de todos, especialmente dos sofredores.
A liberdade diante dos bens materiais nos liberta para partilhar a compaixão, algo impossível ao ganancioso.
Terceiro valor: a partilha do pão, como sinal da partilha dos bens. A lição da multiplicação dos pães evidencia a mesquinhez de guardar para si cinco pães e dois peixes quando podem alimentar cinco mil pessoas (Evangelho).
Aqueles cinco pães e dois peixes comparam a miséria do egoísmo com a riqueza da partilha.
Cf .Pagola, O Caminho aberto por Jesus, Mateus, Ed Vozes./ Liturgia.Pro
REZEMOS
Pelas Vocações
Senhor Jesus, Redentor nosso, Tu nos chamas desde a eternidade a participar de Teu infinito Amor. Suscita no coração dos nossos jovens o ardente desejo à vida consagrada e ao sacerdócio. Desperta os que estão adormecidos. Ilumina os que estão indecisos. Sustenta os que já optaram. Torna nossas comunidades fontes vivas de vocações e dá forças à Tua Igreja para que as acolha, oriente e as oferte no altar da consagração. Amém.
REZEMOS
Pelos Padres
Senhor Jesus, vós sois o Único e Eterno Sacerdote, capaz de compreender
nossas fraquezas e, incessantemente, vos oferecer em sacrifício pela salvação
de todos, no altar da Cruz. Somos um povo sacerdotal. Somos um rebanho que
precisa de pastores. Ficai conosco, Jesus! Acompanhai aqueles que chamastes ao
sacerdócio. Fortalecei os que coroastes com a consagração. Sustentai os vacilantes. Acolhei os louvores
dos exultantes. A todos integra na única família, que é tua Igreja. Amém.
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Paróquia São
Conrado
Paróco Padre
Marcos Belizário Ferreira
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Imagens: Paula
Brasil
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