Este belo título mariano tem origens franciscanas. A
Ordem dos Frades Menores mantém em uma planície próxima à cidade de Assis, na
Itália, a majestosa basílica de Santa Maria dos Anjos, que abriga em seu
interior a capela da Porciúncula, onde se deu a morte de São
Francisco. Considera-se ali o local da fundação da Ordem
Franciscana.
O nome de Santa
Maria dos Anjos provém do fato de que naquela ermida, fundada por quatro
peregrinos de retorno da Terra Santa, era venerado um fragmento do túmulo da
Madona e que sempre se ouvia no local o canto dos espíritos celestes. Frei
Tomás de Celano, primeiro biógrafo de São Francisco, narra o amor do santo para
com aquele local dedicado a Nossa Senhora chamado "Porciúncula", que
quer dizer "Pedacinho".
"O santo teve uma preferência especial por esse lugar, quis que os
frades o venerassem de maneira toda particular e quis que fosse conservado como
espelho de toda a sua Ordem na humildade e na altíssima pobreza, deixando sua
propriedade para outros e reservando para si e para os seus apenas o uso... O
bem-aventurado pai dizia que lhe tinha sido revelado por Deus que Nossa Senhora
tinha uma predileção por aquele lugar, entre todas as igrejas construídas no
mundo em sua honra. E era por isso que o santo gostava mais dela que das
outras". (Tomás de Celano, Vida II, Primeiro Livro, cap. 12).
SÃO FRANCISCO
PEDIU E OBTEVE DO PAPA HONÓRIO III A INDULGÊNCIA PLENÁRIA PARA A PORCIÚNCULA
Segundo o
testemunho de Bartolomeu de Pisa, a origem da Indulgência da Porciúncula se deu
assim:
O PERDÃO DE ASSIS
Uma noite, do ano do Senhor de 1216, Francisco estava compenetrado na oração e na contemplação na igrejinha da Porciúncula, perto de Assis, quando, repentinamente, a igrejinha ficou repleta de uma vivíssima luz e Francisco viu sobre o altar o Cristo e na sua direita a sua Mãe Santíssima, circundados de uma multidão de anjos. Francisco, em silêncio e com a face por terra, adorou a seu Senhor.
Uma noite, do ano do Senhor de 1216, Francisco estava compenetrado na oração e na contemplação na igrejinha da Porciúncula, perto de Assis, quando, repentinamente, a igrejinha ficou repleta de uma vivíssima luz e Francisco viu sobre o altar o Cristo e na sua direita a sua Mãe Santíssima, circundados de uma multidão de anjos. Francisco, em silêncio e com a face por terra, adorou a seu Senhor.
Perguntaram-lhe, então, o que ele desejava para a salvação das almas. A
resposta de Francisco foi imediata: "Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um
mísero pecador, te peço, que, a todos quantos arrependidos e confessados, virão
a visitar esta igreja, lhes conceda amplo e generoso perdão, com uma completa
remissão de todas as culpas".
O Senhor lhe disse: "Ó Irmão Francisco, aquilo que pedes é grande,
de coisas maiores és digno e coisas maiores tereis: acolho portanto o teu
pedido, mas com a condição de que tu peças esta indulgência, da parte minha, ao
meu Vigário na terra (Papa)".
E imediatamente, Francisco se apresentou ao
Pontífice Honório III que, naqueles dias encontrava-se em Perusia e com candura
lhe narrou a visão que teve. O Papa o escutou com atenção e, depois de alguns
esclarecimentos, deu a sua aprovação e disse: "Por quantos anos queres
esta indulgência"? Francisco, destacadamente respondeu-lhe: "Pai
santo, não peço por anos, mas por almas".
E feliz, se dirigiu à porta, mas o Pontífice o reconvocou: "Como, não queres nenhum documento"? E Francisco respondeu-lhe: "Santo Pai, de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra sua; eu não tenho necessidade de algum documento. Esta carta deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas".
E poucos dias mais tarde, junto aos Bispos da Úmbria, ao povo reunido na
Porciúncula, Francisco anunciou a indulgência plenária e disse entre lágrimas:
"Irmãos meus, quero mandar-vos todos ao paraíso!"
PERDÃO DE ASSIS DEDICADO À PAZ NO ORIENTE MÉDIO
Assis – O
Perdão de Assis, a festa que iniciou na manhã deste 1º de agosto e se conclui
com as Vésperas Solenes do dia 2, na Porciúncula de Santa Maria dos Anjos, teve neste ano uma intenção particular de oração: o fim da guerra e das hostilidades
na Terra Santa.
No dia do Perdão de Assis, que há sete séculos conta com a
participação de milhares de peregrinos, é possível obter a indulgência,
observadas as exigências indicadas pela igreja.
O tema deste ano
foi decidido pelo Bispo da Diocese de Assis-Nocera Úmbria-Gualdo, Dom Domenico
Sorrentino, em sintonia com a comunidade dos Frades menores da Província
Seráfica, que presidiu as Primeiras Vésperas da Solenidade às 19 horas do dia
1º, com a tradicional peregrinação da Cidade de Assis e a Celebração
Eucarística do dia 2. Às 15 horas desse sábado, chegou à
Porciúncula a 34ª Marcha Franciscana, que neste ano tem como tema “Cem por um”
e reuniu mais de mil jovens peregrinos provenientes de várias regiões da
Itália e de diversas partes do mundo.
“A visita do
Papa Francisco à Terra Santa e sobretudo o momento de oração que ele partilhou
no Vaticano com Shimon Peres e Abu Mazen – sublinhou Dom Sorrentino –
suscitaram tantas esperanças. Talvez muitas. Não poderia haver maior desilusão
do que a explosão do conflito que ocorreu pouco depois entre os dois povos,
ainda uma vez com o êxito da morte e de escombros. Derrotada também a oração?
Nos vem a tentação de fazer esta pergunta”.
Dom Sorrentino
recordou que em 1986 o Papa João Paulo II havia inaugurado o “espírito de
Assis”, o encontro que reuniu líderes de diversas religiões para rezar pela
paz. “Em 27 de outubro próximo – recordou ele -, na anual comemoração do
“Encontro de Assis”, vamos repropor aquele desafio, atualizando-o: “A
iniciativa do Papa Francisco pela paz em Israel: qual o futuro?”.
O convite à
comunidade para participar da festa do Perdão, é um convite para rezar pela paz
e também um convite à conversão – explica o prelado. “Quem de nós, nesta última
e cruenta página da guerra entre o Hamas e Israel não se perguntou porque,
contra todo senso de humanidade e razoabilidade, as armas não se calam, quando
os mortos chegam às centenas e desfiguram as faces das mães de ambos os lados?”.
“O espírito de
Assis” permanece mais vivo do que nunca e nós – conclui Dom Sorrentino – o
queremos invocar pela Terra Santa por ocasião do Perdão da Porciúncula”.
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