segunda-feira, agosto 04, 2014

DIA DO SANTO CURA D´ARS, REZEMOS PELOS NOSSOS PADRES.




São João Maria Vianney viveu toda a sua vida dedicada a Deus. Ele repousava de 02 a 04 horas no máximo por noite. Quando acordava ia a Igreja, rezava diante do Sacrário e depois ia confessar seus paroquianos. Eram inúmeras as pessoas que vinham se confessar com ele. 

Ele passou a maior parte de sua vida no confessionário. Chegava a ficar 14 horas confessando os paroquianos. Como era grande o número de pessoas, ele dividiu em vários os confessionários, um para mulheres outro para homens, outro para doentes, etc. Ele marcava os horários para cada um.

O Cura d’Ars acreditava no poder da oração e do jejum e na resposta do bom Deus. Ele tinha em sua mente a exortação de São Paulo Apostolo: “Orai sem cessar” (1 Ts 5, 17). 

 No confessionário, estava sua maior atuação pelo mistério da Providência Divina. No aconselhamento das pessoas falava do bom Deus de forma tão amorosa que todos saiam reconfortados. Não sabia usar palavras bonitas, idéias geniais, buscava termos do quotidiano das pessoas.

No confessionário viveu intensamente seu apostolado, todo entregue às almas, devorado pela missão, integralmente fiel à vocação. Do confessionário seu nome emergiu e transbordou dos estreitos limites Ars-em-Dombes para aldeias e cidades vizinhas. Os peregrinos que desejavam confessar-se com ele começaram a chegar. Nos últimos tempos de vida eram mais de 200 por dia, mais de 80.000 por ano.

Aos 73 anos de idade, na terça-feira, 02 de Agosto de 1859, João Maria Batista Vianney recebe a Unção dos Enfermos. Na quarta-feira, 03 de Agosto, assina seu testamento, deixando seus bens aos missionários e seu corpo à Paróquia. Às duas horas do dia 04 de Agosto de 1859, morre placidamente. Nos dias 04 e 05, trezentos padres mais ou menos e uma incalculável multidão desfilaram diante do seu Corpo, em prantos, para despedir. Quando chegou à cidadezinha ninguém veio recebê-lo, quando morreu a cidade tinha crescido enormemente e multidões de peregrinos o acompanharam à última morada. wiki.cancaonova.com
“SER PADRE VOCAÇÃO PARA SERVIR”
Por Dom Pedro Carlos Cipollini - Bispo de Amparo
A Igreja, que pela lógica humana receara fazê-lo sacerdote, curvou-se à sua santidade. João Maria Vianney foi proclamado Venerável pelo papa Pio IX em 1872, beatificado pelo papa São Pio X em 1905, canonizado pelo papa Pio XI em 1925 e pelo mesmo foi declarado padroeiro de todos os párocos do mundo, em 1929. Esse é o Santo Cura d’Ars, cuja memória, celebramos no dia 4 de agosto.


Jesus ensinou a chamar Deus de Pai nosso. Esta vida de amor filial a Deus, portanto, tem como consequência o amor fraternal aos irmãos. Esta é nossa vocação primeira: união com Deus no amor.

 “O Unigênito Filho de Deus, querendo fazer-nos participantes da sua divindade, assumiu nossa natureza, para que feito homem, dos homens fizesse deuses” (S. Tomás de Aquino, in Op. 57, In festo Corporis Christi, lect. 1-4).

Porém Jesus deixou-nos a Igreja, Povo de Deus que caminha neste mundo; “O Senhor Jesus iniciou sua Igreja pregando a boa nova do Reino de Deus...” (LG n. 5). Na Igreja temos vários carismas e vocações, para múltiplas tarefas que constroem na caridade um novo mundo possível: o Reino de Deus que tem início aqui e se consuma na eternidade. 

Um destes carismas é o serviço sacerdotal. Ser padre é uma vocação para o serviço. Ser para a comunidade um sinal (sacramento) da presença de Jesus bom pastor no meio de seu povo.

Este ser sinal de Jesus Cristo, é uma vocação, é uma tarefa importante e necessária para o crescimento da Igreja e consequentemente do Reino de Deus, a serviço doa qual está a Igreja. 

Esta missão deve ser assumida com grande humildade, discernimento e determinação. Ser padre é antes de tudo um serviço de amor (amoris officium).

 Este serviço de amor é uma doação desinteressada que não tem como objetivo a projeção de si mesmo, nem o lucro pessoal. “Há mais alegria em dar que em receber” (At 20, 35).

Este serviço do padre é sinalizado na “caridade pastoral” a qual se caracteriza pelo conhecimento das ovelhas. Isto não significa conhecer todas as pessoas da paróquia, mas saber e estar consciente de suas dores, angústias, preocupações e alegrias. 

O bom pastor dá a vida por suas ovelhas, não se preservando, dando tudo, até mesmo o tempo que sobra. O bom pastor busca as ovelhas desgarradas. Não se trata, creio eu de ir bater à porta das casas, mas ser uma presença visível e acessível para todos.

A condição para isso nós sabemos, esta na intimidade com Jesus Cristo. É Ele que dá força e sustento em meio às dificuldades e contratempos que sobreveem no exercício do ministério. Pois não se pode esquecer que a escolha dos apóstolos é para em primeiro lugar “estar com ele” (cf. Mc 3, 14).

O padre deve ter sempre presente o que escreveu um grande santo e bispo de Milão no terceiro século da Igreja: “O clérigo que serve a Igreja de Cristo deve de início considerar e traduzir o nome que leva e, depois de ter definido esse nome, esforçar-se por ser o que o título exprime. 

A palavra grega kléros significa parte , porção tirada em sorte: os que levam o nome de clérigos levam-no porque são a parte do Senhor ou porque tem o Senhor por parte. 

Aquele que professa uma e outra coisa deve mostrar por seu comportamento que possui o Senhor ou que é possuído por Ele, mas aquele que possui o Senhor e diz com o Profeta: O Senhor é minha herança, não pode ter nada além do Senhor”(Santo Ambrósio, Epist. 52,5 ad Nepontianum in- P L 22, 531).

Assim, o significado da palavra clero, que não raro hoje é depreciado, adquire seu verdadeiro sentido: ser uma pessoa livre para servir somente a Deus, e por causa dele servir os irmãos.

No início deste mês de agosto no qual celebramos o padroeiro dos padres, o Santo Cura d´Ars, rezemos pelos nossos padres. Procuremos ajudá-los a viver esta sublime vocação a que foram chamados.


ORAÇÃO
Deus de poder e misericórdia, que tornastes São João Maria Vianney um pároco admirável por
sua solicitude pastoral, dai-nos, por sua intercessão e exemplo, conquistar no amor de Cristo os irmãos e irmãs para vós e alcançar com eles a glória eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

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