Em Myeong-dong, catedral de Seul, também estava presente a Presidente da Coréia do Sul, Park Geun-hye.
A catedral foi construída no local onde as primeiras comunidades cristãs se reuniam para rezar, desde 1784.
Em sua homilia, Francisco disse que a reconciliação pode ser atingida apenas pelo perdão, mesmo que pareça “impossível, impraticável e, às vezes, até mesmo repugnante”.
"A minha estadia na Coréia está a chegar ao fim e não posso deixar de agradecer a Deus pelas muitas bênçãos que concedeu a este amado país e, de maneira particular, à Igreja na Coreia. De entre tais bênçãos, conservo de modo especial a experiência, que vivemos juntos nestes últimos dias, da presença de tantos jovens peregrinos originários de todas as partes da Ásia. O seu amor por Jesus e o seu entusiasmo pela propagação do seu Reino foram uma inspiração para todos.
A minha visita culmina agora nesta celebração da Santa Missa, em que imploramos de Deus a graça da paz e da reconciliação. Esta oração reveste-se de particular ressonância na Península Coreana. A Missa de hoje é, sobretudo e principalmente, uma oração pela reconciliação nesta família coreana. Jesus diz-nos, no Evangelho, como é poderosa a nossa oração, quando dois ou três se reúnem em seu nome para pedir qualquer coisa (Mt 18, 19-20). Muito mais o será, quando um povo inteiro eleva a sua instante súplica ao céu!
No Evangelho de hoje, Pedro pergunta ao Senhor: "Quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" O Senhor responde: "Digo-te, não até sete vezes, mas até setenta vezes sete" (Mt 18, 21-22). Estas palavras tocam o coração da mensagem de reconciliação e de paz indicada por Jesus. Obedientes ao seu mandamento, pedimos diariamente ao nosso Pai do Céu que perdoe os nossos pecados, "assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Mas, se não estivéssemos prontos a fazer o mesmo, como poderíamos honestamente rezar pela paz e a reconciliação?
Jesus pede-nos para acreditar que o perdão é a porta que leva à reconciliação. Quando nos manda perdoar aos nossos irmãos sem qualquer reserva, pede-nos para fazer algo de totalmente radical, mas dá-nos também a graça de o cumprir. Aquilo que, visto duma perspectiva humana, parece ser impossível, impraticável e às vezes até repugnante, Jesus torna-o possível e frutuoso com a força infinita da sua cruz. A cruz de Cristo revela o poder que Deus tem de superar toda a divisão, curar toda a ferida e restaurar os vínculos originais de amor fraterno.
Assim, a mensagem que vos deixo no final da minha visita a Coreia é esta: tende confiança na força da cruz de Cristo; acolhei nos vossos corações a sua graça reconciliadora e partilhai-a com os outros. Peço-vos que deis um testemunho convincente da mensagem reconciliadora de Cristo nas vossas casas, nas vossas comunidade e em todas as esferas da vida nacional. Estou confiante que vós, num espírito de amizade e cooperação com os outros cristãos, com os seguidores de outras religiões e com todos os homens e mulheres de boa vontade que têm a peito o futuro da sociedade coreana, sereis fermento do Reino de Deus nesta terra.
Então as nossas orações pela paz e a reconciliação subirão até Deus de corações mais puros e, pelo dom da sua graça, hão-de alcançar aquele bem precioso por que todos suspiramos.
Por isso, rezemos pelo aparecimento de novas oportunidades de diálogo, encontro e superação das diferenças, por uma incessante generosidade na prestação de assistência humanitária aos necessitados, e por um reconhecimento sempre mais vasto de que todos os coreanos são irmãos e irmãs, membros duma única família e dum único povo.
Antes de deixar a Coreia, quero agradecer à Senhora Presidente da República, às Autoridades civis e eclesiásticas e a todos aqueles que de alguma forma ajudaram a tornar possível esta visita. De modo especial, quero dirigir uma palavra de gratidão pessoal aos sacerdotes da Coreia, que diariamente se empenham no serviço do Evangelho e na edificação da fé, da esperança e da caridade do Povo de Deus. A vós, como embaixadores de Cristo e ministros do seu amor de reconciliação (cf. 2 Cor 5, 18-20), peço que continueis a construir laços de respeito, confiança e cooperação harmoniosa nas vossas paróquias, entre vós e com os vossos Bispos.
O vosso exemplo de um amor sem reservas ao Senhor, a vossa fidelidade e dedicação ao ministério, bem como o vosso empenhamento caritativo com os necessitados contribuem enormemente para a obra de reconciliação e paz neste país.
Queridos irmãos e irmãs, Deus chama-nos a voltar para Ele e a escutar a sua voz, e promete estabelecer-nos sobre a terra numa paz e prosperidade maiores, como os nossos antepassados nunca conheceram.
Possam os seguidores de Cristo na Coreia preparar a alvorada daquele dia novo em que esta terra do calmo amanhecer gozará das mais ricas bênçãos divinas de harmonia e de paz!
© Innovative Media Inc.
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NOTÍCIA - 19 DE AGOSTO DE 2014
Morrem três familiares do Papa
Francisco pede a todos que participam de sua dor que se unam a ele em oração
Três familiares do Papa Francisco morreram em um acidente de carro na Argentina. Trata-se da esposa e dos dois filhos pequenos de Emanuel Horacio Bergoglio, que é sobrinho do Santo Padre - informa a Rádio Vaticano -.
Emanuel, de 35 anos, filho do irmão do Pontífice, ficou gravemente ferido. As vítimas do acidente foram sua esposa, Valeria Carmona, 39 anos, e seus dois filhos, Antônio, 8 meses, e José, 2 anos.
Em nota, o porta voz da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi disse que o Pontífice foi informado sobre o acontecimento e ficou profundamente triste.
O Papa pede a todos que participam de sua dor que se unam a ele em oração.
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