quinta-feira, junho 04, 2015

CORPUS CHRISTI 2015

“...Reunido com os Apóstolos na última Ceia, para que a memória da Cruz salvadora permanecesse para sempre, ele se ofereceu a vós como cordeiro sem mancha e foi aceito como sacrifício de perfeito louvor. Pela comunhão neste sublime sacramento, a todos nutris e santificais. Fazeis de todos um só coração, iluminais os povos com a luz da mesma fé e congregais os cristãos na mesma caridade. Aproximamo-nos da mesa de tão grande mistério, para encontrar por vossa graça a garantia da vida eternal”. Oração Eucarística II Os frutos da Santíssima Eucaristia
ESTE É O MEU CORPO 
A Eucaristia, instituída por Jesus durante a celebração da Páscoa com seus discípulos, foi colocada como um marco na vida da comunidade, de forma a não deixar cair no esquecimento os eventos de sua vida, morte e ressurreição. O Páscoa cristã, mediante a Eucaristia, seria perenizada na contínua memória da vida de Jesus.
Esta memória iria convocar os discípulos para a imitação do Mestre, visando conformar a vida atual da comunidade cristã com a vida de Jesus. O contexto pascal da ceia revestiu de simbolismo pascal os elementos da Eucaristia. O pão transformado em corpo de Cristo estaria, doravante, destinado a ser alimento da caminhada do novo povo de Deus, na sua longa marcha pelos desertos do mundo. 
O vinho transformado em sangue de Cristo sacramentalizaria a predileção e a proteção divinas de que era objeto a comunidade cristã, como acontecera com o antigo Israel. Os discípulos, reunidos em torno de Jesus, seriam a semente da humanidade nova, redimida pelo sangue do novo cordeiro.  
Eles estavam sendo convocados a ser, na história, um sinal de que Deus ama a humanidade e não cessa de manifestar, com gestos, este seu amor. O antigo líder, Moisés, estava sendo definitivamente substituído pelo Filho Jesus, na condução do verdadeiro Israel. A Eucaristia torna, pois, a vida da comunidade cristã um êxodo contínuo rumo à casa do Pai.
A ÚLTIMA CEIAMc 14,12-16 - preparativos – (Mt 26,17-19; Lc 22,7-18) – Para tudo tem que haver preparação, até Jesus manda preparar a Páscoa. E nós? Nossa vida nesta terra é uma preparação para a vida futura. Planejemos e preparemos essa mais importante páscoa. Passagem desta vida para a eterna.
A CEIAMc  14,22-25 
COMO ERA A PÁSCOA JUDAICA
 (Mt 26,26-29 – Lc 22,19-20) 
 1º dia dos pães Ázimos, onde vamos comer a páscoa? Pergunta Jesus. Escolhe um Grande Salão, mobiliado. Mesmo pobres, para prestar um culto ao Pai, escolhem um local majestoso. Outro argumento dos críticos das artes contra, amplidão, riqueza de ornatos das Igrejas para o culto eucarístico.  A eles Ele diz: um de vós  (Judas-Mt) há de me trair. Vai fazer o que está escrito. Quem vai me trair, melhor fora não ter nascido.
 Faz a consagração do pão e do vinho, em três atitudes: toma o pão dá graças, parte e distribui, tomai e comei. Toma o cálice, dá graças, entrega dizendo tomai e bebei. Assim perpetua sua vida entre nós, seu ato redentor e sua entrega generosa por todos os homens. E nós, em nosso egoísmo, fechados em nós mesmos, pensando só em nós mesmos, quando iremos partilhar nossa vida e os bens com nossos irmãos? Jesus quis permanecer conosco, presente realmente nas espécies de pão e vinho. Que mais o homem pode desejar nesta Terra? Nada mais sublime que participar da vida de Deus e Ele de sua vida! Temos que valorizar esse convívio. A presença de Deus em nós.
RENOVAÇÃO DA ALIANÇA
“Este é o sangue da Aliança que o Senhor fez conosco”. Foi o que ouvimos na conclusão da 1ª leitura. A palavra a ser destacada é “aliança”. Uma palavra conhecida, muito ouvida em nossas celebrações e, por isso, uma palavra chave para se entender a Eucaristia. Jesus, pela boca do sacerdote, repete em todas as Missas que o seu Sangue é sacramento da nova e eterna aliança. Por isso, faço duas considerações sobre a Aliança entre Deus e nós. A primeira, é que toda aliança é selada entre dois parceiros que livremente aceitam viver em paz e na fidelidade um com o outro. Cada vez, portanto, que celebramos a Eucaristia, nós nos tornamos parceiros de Deus; nós assumimos um relacionamento com Deus na paz e na fidelidade ao seu projeto. Em cada Missa, portanto, deveríamos sair da igreja dizendo a mesma coisa que povo disse a Moisés: “faremos tudo o que o Senhor disse e lhe obedeceremos”. Se em cada Missa celebramos e renovamos a Aliança com Deus, então em cada Missa também nos comprometemos com o projeto divino. Em cada Missa nós nos tornamos mais parceiros de Deus para que seu projeto cresça e aconteça em nossa sociedade.
 AÇÃO DE GRAÇAS
A segunda palavra que aparece nas leituras é “ação de graças”. Está presente mais especialmente no salmo responsorial. Esta é outra palavra que ouvimos muito em nossas celebrações Eucarísticas. Desde nossa catequese, inclusive, aprendemos que a palavra “Eucaristia”, de origem grega, significa “ação de graças”, atitude de agradecimento. Quem celebra a Eucaristia, portanto, vem aqui para agradecer, assume em sua vida e no seu coração uma atitude de agradecimento. O salmista faz uma pergunta que todos deveríamos fazer, no início da Santa Missa: “que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em meu favor?” Nós chegamos um pouco mais cedo na igreja e, antes da Missa começar, poderíamos rever nossa semana e nos perguntar: o que o Senhor fez em meu favor na semana que passou, para que eu possa agradecer? A ação de graças não remete ao futuro, mas ao passado, consagra o passado ao reconhecer o bem que o Senhor fez em nosso favor. A “ação de graças” ajuda-nos a entender que não se vem à Missa somente para pedir, mas também para agradecer e reconhecer a ação divina na vida da gente.
OFERTA
A terceira palavra é “oferta”. Encontra-se na 2ª leitura. O autor faz referência às antigas ofertas feitas a Deus, feitas com animais e frutos da terra. Desde que Jesus ofereceu o seu corpo, no altar da Cruz, a oferta que fazemos a Deus é o próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus. Este é um fato que gostaria de acentuar para que possamos compreender mais profundamente o sentido da Eucaristia. Na Missa, a nossa oferta, a oferta que a Igreja oferece a Deus, é o próprio Jesus. O autor da 2ª leitura esclarece que a oferta é colocada diante do Pai pelas mãos do próprio Jesus, o sacerdote eterno. É o que ouvimos na 2ª leitura, quando dizia: “Cristo se ofereceu a si mesmo como vítima sem mancha”. Nós, portanto, viemos à Missa para oferecer a vida de Jesus ao Pai, por meio do próprio sacerdócio de Jesus. Ele é oferente e oferta. O bonito disso é que podemos colocar nossa vida na vida de Jesus e, deste modo, nossa existência torna-se uma oferenda agradável a Deus Pai. Nós nos oferecemos juntamente com Jesus.
PARTILHA DA VIDA
Por fim, a quarta palavra, presente no Evangelho, é a “partilha da vida”. O Evangelho desta celebração repete a cena da Quinta-feira Santa, na instituição da Eucaristia. Antes de se fazer oferta viva, no altar da Cruz, Jesus celebrou o oferecimento de sua vida ceando, celebrando a Páscoa com seus discípulos. A Missa, portanto, é a celebração da oferta da vida de Jesus ao Pai e, também, a oferta da vida divina a quem comunga seu Corpo e seu Sangue. Foi para isso que ele entregou sua vida: “tomai e comei, isto é meu corpo; este é o meu sangue”. Sempre que celebramos a Eucaristia, Jesus partilha sua vida conosco; entrega a nós a sua vida no pão e no vinho consagrados.

CONCLUSÃO 
Fiz, nesta homilia, uma síntese do que celebramos na Eucaristia. Celebramos o compromisso com o projeto divino, pois na Eucaristia renovamos a Aliança com Deus; celebramos o agradecimento a Deus por tudo que dele recebemos; celebramos o oferecimento a Deus da vida de Jesus e, celebramos a partilha da vida divina entre nós pela comunhão do Corpo e Sangue de Jesus. Que o Senhor nos ajude a compreender este grande Mistério, para sempre melhor poder celebrá-lo e assim alimentar-nos com a sua vida divina. Amém! liturgia.pro

ORAÇÃO
"Boa noite Pai.
Termina o dia e a ti entrego meu cansaço.
Obrigado por tudo e...perdão.
Obrigado pela esperança que hoje animou meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças.
Obrigado pelo exemplo que recebi daquele meu irmão.
Obrigado também por isso que me fez sofrer...
Obrigado porque naquele momento de desânimo lembrei que Tu és meu Pai.
Obrigado pela Luz, pela noite, pela brisa, pela comida, pelo meu desejo de superação...
Obrigado, Pai porque me deste uma Mãe!
Perdão, também Senhor!
Perdão por meu rosto carrancudo; 
Perdão porque não me lembrei que não sou filho único, mas irmão de muitos; 
Perdão, Pai, pela falta de colaboração e serviço e porque não evitei aquela lágrima, aquele desgosto;
Perdão por ter guardado para mim tua mensagem de amor;
Perdão por não ter sabido hoje entregar-me e dizer: "sim", como Maria.
Perdão por aqueles que deviam pedir-te perdão e não se decidem.
Perdoa-me, Pai, e abençoa os meus propósitos para o dia de amanhã, que ao despertar, me invada novo entusiasmo, que o dia de amanhã seja um ininterrupto "sim" vivido conscientemente.
Boa noite, Pai. Até, amanhã".
Padre Marcos Belizário Ferreira 

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