domingo, junho 28, 2015

SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO, DIA DO PAPA E ANIVERSÁRIO DE 101 ANOS DA IGREJA SÃO CONRADO


Pedro disse com acerto: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”; Paulo exclamou com verdade: “Para mim, viver é Cristo. Minha vida presente na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”.
Dois homens, um amor apaixonado: Jesus Cristo! Duas vidas, um só ideal: anunciar Jesus Cristo!
HOMILIA DE PADRE MARCOS BELIZÁRIO
O primeiro olhar que dirigimos para São Pedro e São Paulo diz respeito ao modo de serem cristãos; o jeito como viveram sua fé cristã. 
 Estamos tão acostumados a olhar para os santos com um olhar vertical, de baixo para cima, que perdemos aquilo que é mais importante: o exemplo de suas vidas. 
Os santos e santas, diz a doutrina da Igreja, são exemplares na vivência da fé cristã. Por isso, convido todos a olhar para Pedro e Paulo de modo horizontal, como quem olha cara a cara, na mesma altura dos olhos, como nos olhamos em nossos encontros. 
É preciso considerar, por exemplo, que eles são pessoas humanas como nós e só foram declarados santos porque viveram o Evangelho de modo radical, até as últimas conseqüências. Aprender de Pedro, por exemplo, o amor para com Cristo, a ponto de nada impedi-lo de evangelizar, nem mesmo as ameaças de morte.
 Aprender de Paulo a dedicação ao Evangelho, a ponto de oferecer sua vida como um sacrifício agradável a Deus. Se eles, pessoas humanas como nós, se uniram tanto a Jesus, também nós, que somos pessoas humanas como eles, podemos viver a mesma união para alcançar a mesma santidade que eles alcançaram.
O segundo olhar que convido a dirigir é para o chamado “poder das chaves". Este poder deriva da entrega das chaves do Reino a Pedro. 
Jesus entrega as chaves do Reino a Pedro dizendo: “Tudo que ligar na terra, será ligado no céu e tudo que desligar na terra, será desligado no céu.” 
Entendemos bem que se trata de um poder de ligar e de desligar; o acento está em ligar e desligar, não no abrir e no fechar, que é, na prática a função de uma chave. Mas, devido à função das chaves de abrir e fechar, em muitos momentos da história prevaleceu o poder de proibir (fechar). 
Criou-se assim a imagem de uma Igreja proibidora. Essa prática tem colaborado para se criar uma concepção (em alguns casos um preconceito) de Igreja retrograda.
  São pessoas e ideologias que vêem a Igreja como aquela que fecha (impede) novas possibilidades e novos modos de viver na sociedade. A função das chaves precisa ser reconsiderada na Igreja em vista da proteção do rebanho. Mas, na prática, como isso acontece?
O contexto celebrativo que estamos propondo favorece compreender o poder das chaves de modo positivo, não como alguém que fecha possibilidades, mas abre condições para novos caminhos e novas experiências de vida. 
Em todas as leituras aparece, direta ou indiretamente, uma chave para libertar quem vive na prisão. Pedro é libertado da prisão com uma chave da intervenção divina e, Paulo, é libertado com a chave da fé e da esperança. 
Paulo, por exemplo, tinha tudo para se ansiar, para entrar em estado de desespero e maldizer sua conversão, já que estava na cadeia unicamente por causa de Jesus e do Evangelho. A chave da fé e da esperança, contudo, ofereceram um novo modo de considerar sua morte, privilegiando sua vida a ser oferecida em sacrifício a Deus. 
São duas considerações muito simples que nos ajudam compreender como existem chaves que fecham vidas e existem chaves que abrem portas para se viver livre, de modo libertado e totalmente voltado a favor da vida livre. 
Esta é a principal função das chaves, no ministério petrino, em todos os tempos e, principalmente, para os nossos dias. Usar chaves para libertar e jamais para fechar a vida; para aprisionar vidas.
PEDRO DISSE A JESUS: “TU ÉS O CRISTO, FILHO DO DEUS VIVO”. JESUS LHE RESPONDEU: “TU ÉS PEDRO E SOBRE ESTA PEDRA EDIFICAREI A MINHA IGREJA”.
Nesta solenidade de São Pedro e São Paulo, em que também celebramos o dia do Papa, somos convidados a rezar pelo Santo Padre, o Papa Francisco. Cada vez mais, multidões vêm ao seu encontro nas audiências das quartas-feiras e no Angelus dos domingos. Que Deus o proteja, assim como a Bento XVI.

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