Jean-Gabriel (João Gabriel) nasceu em Perboyre-Mongesty perto de Cahors no sul da Françano dia 06 de janeiro de 1802 em uma família que deu à Igreja três vicentinos e duas Filhas de Caridade. Em tal ambiente ele respirou na fé e compreendeu o significado da vida como um dom de Deus.
A pedido de seus pais, acompanhou seu irmão mais novo que entrava no seminário. Iria acompanhá-lo no período de adaptação à vida de seminarista. Devia ficar por lá por pouco tempo, no entanto, a graça divina tinha outros planos. Tocado por ela, também decidiu servir ao Senhor no sacerdócio.
A pedido de seus pais, acompanhou seu irmão mais novo que entrava no seminário. Iria acompanhá-lo no período de adaptação à vida de seminarista. Devia ficar por lá por pouco tempo, no entanto, a graça divina tinha outros planos. Tocado por ela, também decidiu servir ao Senhor no sacerdócio.
A Igreja da França acabava de sair da experiência da Revolução Francesa, com vestes roxas do martírio de alguns e com o sofrimento da apostasia de um bom número. O panorama nos primeiros anos do século XIX foi “decepcionante”, com a destruição de muitos edifícios da Igreja. Saquearam conventos e mosteiros; seminários foram fechados; padres mortos ou exilados... Muitas almas ficaram sem pastores. Portanto, não foi por acaso que, à primeira vista, ser sacerdote para o jovem Jean-Gabriel não soou como um bom estado de vida, mas, como o destino de verdadeiros heróis.
Seus pais, surpreendidos, aceitaram a escolha de seu filho, o acompanharam e o incentivaram. Isso explica porque em 1818 o ideal missionário de Jean-Gabriel aflorou…“À cette époque la mission signifiait principalement la Chine”. Ir para a China era o "ideal" ou o "sonho" de muitas almas que se sentiam inclinadas à missão católica. Muitas missões estavam focadas na China.
Mas a China era uma "miragem" distante… Pareceu-lhe natural escolher a Congregação da Missão (Padres Lazaristas) fundada por São Vicente de Paulo em 1625 com a finalidade de evangelizar os pobres, formar bem o clero e, sobretudo, motivar seus membros à santidade. De 1818-1835 ele foi um missionário em seu próprio país. Durante o período formativo no seminário foi um seminarista modelo… Depois de sua ordenação sacerdotal (em 1826), foi encarregado da formação dos seminaristas. Denota-se, portanto, a boa fama da qual gozava, pois, sendo ainda um jovem sacerdote, havia sido escolhido para o tão importante cargo de formador.
Um fato novo e, certamente, não acidental, veio para mudar o rumo de sua vida. O protagonista era mais uma vez o seu irmão Louis. Ele também entrou na Congregação da Missão e pediu para ser enviado para a China, onde, um filho de São Vicente havia sido martirizado, na pessoa do Padre Francisco Régis Clet (assassinado no dia 18 de fevereiro de 1820). No entanto, durante a viagem para a China, o jovem Louis, que tinha apenas 24 anos, foi chamado ao Céu.
Jean-Gabriel chegou à China em agosto de 1835. No Ocidente, na época, não se sabia quase nada do “Império Celestial”. Havia uma ignorância mútua. Os dois mundos foram atraídos um pelo outro, mas o diálogo era difícil.
Duas coisas que, aparentemente independentes, vieram perturbar o horizonte em 1839. Primeiro, é o início da perseguição, depois que o imperador Manchu Quinlong (1736-1795) proibiu o cristianismo.
Segundo, é o foco da guerra Sino-Britânica, conhecida como a “Guerra do Ópio” (1839-1842). O fechamento das fronteiras da China e a reivindicação do governo chinês de exigir um ato de lealdade dos embaixadores estrangeiros haviam criado um "clima interno" muito instável. O estopim veio com o confisco das transferências de ópio em barcos ancorados no porto de Cantão, em detrimento dos comerciantes, em grande parte ingleses.
Eles relataram a presença de uma coluna de uma centena de soldados que se aproximava da região onde estava os missionários. Talvez eles estivessem indo em outra direção, alguém poderia ter pensado... E em vez de serem cautelosos, eles continuaram o trabalho missionário despreocupadamente. No entanto, quando não se tinha mais dúvida sobre a direção dos soldados, já era tarde demais. Perboyre escolhe se esconder no vale entre as montanhas vizinhas cobertas com florestas de bambu e cavernas escondidas. No entanto, os soldados, utilizando-se de ameaças, forçaram um noviço a revelar o local onde o missionário estava escondido.
O prisioneiro não tinha direito, não era protegido por lei… Ele estava sujeito aos caprichos de seus guardas e seus juízes. Como ele foi preso, assumiu-se que ele era culpado e se ele era culpado, ele poderia ser punido.
As respostas do mártir eram admiráveis:
– Você é um sacerdote cristão?
– Sim, eu sou um padre e eu professo essa religião.
- Você pode renunciar a sua fé?
– Eu nunca vou desistir da fé em Jesus Cristo.
Pediram-lhe para entregar a seus irmãos na fé e dizer por que ele havia violado as leis da China. Na verdade, eles queriam a vítima como culpada. Mas uma testemunha de Cristo não é um informante.
O prisioneiro foi depois transferido para Siang-Yang. O interrogatório tornou-se mais brutal. Puseram-no de joelhos, por várias horas, sobre as cadeias de ferro enferrujado; foi suspenso por seus polegares e os cabelos com um feixe (hangtzé de punição); foi espancado com bastões de bambu. Porém, mais do que a violência física, foi atacado e ridicularizado no tocante aos valores em que acreditava: a esperança de vida eterna, o valor dos sacramentos e a fé.
Em Wuchang. Foi mencionado antes dos quatro tribunais e foi submetido a 20 interrogatórios. Às perguntas foram adicionados à tortura e ser ridicularizado de forma ainda mais cruel. Processaram o missionário… Entre as falsas acusações que inventaram contra o inocente missionário, destacou-se uma terrível: a de ter tido relações imorais com uma garota chinesa, Anna Kao, que tinha feito voto de virgindade. Le martyr se défendit. O mártir defendeu-se. Negou peremptoriamente qualquer desrespeito a essa mulher, em virtude de suas fortes convicções cristãs e a seu voto de castidade, que respeitam a mulher. O cristianismo e sua atividade missionária jamais poderiam ser acusados nesse ponto. Essa foi a essência da resposta de Jean-Gabriel Perboyre. No entanto, o santo ficou muito triste, porque pessoas inocentes estavam sofrendo por causa dele.
Durante o interrogatório, foi forçado a usar o ornamento da Missa. Eles queriam o acusar de se servir do ministério sacerdotal para atender a seus interesses pessoais. Mas o missionário, vestindo paramentos, impressionou tanto em sua postura, serenidade e, diria, autoridade, que alguns cristãos que ali estavam, bem como dois assistentes, aproximaram-se e, entre lágrimas, lhe pediram a benção e a absolvição.
O juiz era o iníquo vice-rei, praticamente determinado a executá-lo. O missionário se tinha tornado um frágil "cordeiro" cercado por "lobos famintos". A ira do homem sem escrúpulos desencadeou-se sem tréguas contra este ser frágil. Cego pelo poder que possuía, queria a todo custo arrancar do missionário uma confissão e o reconhecimento das falsas denúncias. Mas, se seu corpo estava fraco, sua alma tinha se fortalecido. Ele esperava ardentemente por seu encontro com Deus, desejo esse havia aumentado dia após dia.
Quando foi a última vez a ser interrogado, Jean-Gabriel disse: “Eu prefiro morrer a negar a minha fé"! Cheio de ódio, o juiz pronunciou a sentença. Esta seria a morte por estrangulamento.
Depois veio um período de espera para a confirmação da sentença pelo Imperador. Talvez nós pudéssemos esperar clemência do soberano. Mas, a guerra contra os britânicos proíbe qualquer possibilidade de um gesto de boa vontade. E assim, em 11 de setembro de 1840, um enviado imperial chegou a galope, com o decreto de confirmação da sentença.
Com sete bandidos, o missionário foi conduzido a uma colina chamada “montanha vermelha". Os bandidos foram os primeiros… e, em seguida, graças, sem dúvida alguma, a uma intervenção divina, deram ao Padre Perboyre uma pausa para que fizesse uma oração, fato esse que causou espanto aos espectadores.
Quando chegou sua vez, os carrascos o despojaram de sua túnica vermelha e o amarraram a um poste em forma de cruz. Passaram uma corda ao pescoço e, como um "torniquete", estrangularam-no. Era a hora sexta, isto é, 15 horas. Como Jesus, João Gabriel, morreu como um grão de trigo que cai no chão. Ele morreu, ou melhor, ele nasceu no céu, para descer à terra com o orvalho de bênçãos de Deus.
Embora as circunstâncias de sua detenção: foi traído, preso, condenado à morte e morto na mesma hora da Paixão de Cristo, toda sua vida foi uma imitação da vida do Mestre, pois, foi um discípulo e testemunha fiéis do Senhor. Santo Inácio de Antioquia, famoso mártir, um dia escreveu: “eu O procuro, a ele que morreu por nós e desejo imitar seu exemplo. Aproximamo-nos do momento em que eu sou dado ao nascimento para a vida. Tenha piedade de mim, irmãos, não impedir a ascensão para a vida”.
Jean-Gabriel nasceu para viver o dia 11 de setembro de 1840, porque ele sempre procurou aquele que morreu por nós. Por seu amor às terras chinesas, podemos certamente afirmar que “seu corpo encontra-se na França, mas, seu coração manteve-se em sua terra escolhida, a China”.
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