PAPA FRANCISCO DIANTE DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA DA CARIDADE DO COBRE, NO SANTUÁRIO NACIONAL, NA CIDADE DE SANTIAGO. A MARIA, O PONTÍFICE CONFIOU O FUTURO DE CUBA E DO SEU POVO.
Depois dos encontros e celebrações em Havana e Holguin, o Papa Francisco viajou até Santiago de Cuba. E foi dali, que no entardecer do dia 21 de setembro, o Santo Padre se dirigiu ao Santuário da Virgem da Caridade na localidade de Cobre a cerca de 30 quilómetros de Santiago.
Neste Santuário está conservada a Imagem de Maria com o Menino Jesus encontrada em 1612 na Baía de Nipe por três jovens pescadores: dois índios e um menino negro que viviam em estado de escravidão.
A Virgem do Cobre foi proclamada Padroeira de Cuba por Bento XV em 1916 e é venerada por todos os cubanos.
A PÁTRIA CUBANA NASCEU E CRESCEU AO CALOR DA DEVOÇÃO À VIRGEM DA CARIDADE
Aqui vemos Maria, a primeira discípula. Uma jovem talvez nos seus 15 a 17 anos, que, numa aldeia da Palestina, foi visitada pelo Senhor anunciando-lhe que seria a mãe do Salvador. Longe de «Se imaginar sei lá quem» e pensar que todo o povo deveria vir assisti-la ou servi-la, Ela sai de casa e vai servir. Sai para ajudar sua prima Isabel. A alegria que nasce de saber que Deus está conosco, com o nosso povo, desperta o coração, põe em movimento os pés, «tira-nos para fora», leva-nos a partilhar a alegria recebida como serviço, como entrega em todas as possíveis situações «grávidas» que os nossos vizinhos ou parentes possam estar a viver.
O Evangelho diz-nos que Maria partiu apressada, com passo lento mas constante, passos que sabem aonde vão; passos que não correm para «chegar» rapidamente nem vão demasiado lento como se nunca quisessem «chegar». Nem agitada nem dormente, Maria vai com pressa fazer companhia a sua prima que ficou grávida em idade avançada. Maria, a primeira discípula, visitada saiu para visitar. E, desde aquele primeiro dia, foi sempre a sua característica singular. Foi a mulher que visitou tantos homens e mulheres, crianças e idosos, jovens. Soube visitar e acompanhar nas dramáticas gestações de muitos dos nossos povos; protegeu a luta de todos os que sofreram para defender os direitos dos seus filhos. E ainda agora, Ela não cessa de nos trazer a Palavra de Vida, seu Filho, Nosso Senhor.
Também estas terras foram visitadas pela sua presença maternal. A pátria cubana nasceu e cresceu ao calor da devoção à Virgem da Caridade. «Ela deu uma forma própria e especial à alma cubana – escreveram os bispos destas terras –, suscitando no coração dos cubanos os melhores ideais de amor a Deus, à família e à pátria».
Neste santuário, que guarda a memória do santo povo fiel de Deus que caminha em Cuba, Maria é venerada como Mãe de Caridade. Daqui Ela guarda as nossas raízes, a nossa identidade, para não nos perdermos nos caminhos do desespero.
A alma do povo cubano, como acabamos de escutar, foi forjada por entre dores e privações que não conseguiram extinguir a fé; aquela fé que se manteve viva, graças a tantas avós que continuaram a tornar possível, na vida diária do lar, a presença viva de Deus; a presença do Pai que liberta, fortalece, cura, dá coragem e é refúgio seguro e sinal de nova ressurreição.
Avós, mães e tantas outras pessoas que, com ternura e carinho, foram sinais de visitação, de valentia, de fé para os seus netos, nas suas famílias. Mantiveram aberta uma fenda, pequena como um grão de mostarda, por onde o Espírito Santo continuou a acompanhar o palpitar deste povo.
E «sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afecto» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 288).
FAMÍLIA, UMA RESPOSTA PARA O MUNDO DE AMANHÃ - PAPA FRANCISCO
Encontro com as famílias na Catedral de Nossa Senhora da Assunção e bênção da cidade de Santiago
Uma cereja sobre o bolo. Foi assim que o Papa considerou o seu encontro com as famílias na Catedral de cidade de Santiago última etapa da sua visita a Cuba. O Papa agradeceu por lhe terem feito sentir em família, em casa, ao longo destes dias. Agradeceu também ao cardeal, Dionísio Garcia, arcebispo de Santiago e ao casal cubano que disse – teve a coragem de partilhar com todos os seus anseios e esforços de viver o lar como uma igreja doméstica.
Depois referiu-se ao Evangelho de São João que apresenta uma festa em família: as bodas de Caná. As bodas – disse – são um momento especial, em que sempre se une o passado que herdamos e o futuro que nos espera, é uma abertura à esperança. E não é por nada que Jesus começa a sua vida no seio duma família, de um lar; é nos lares que Ele continua a inserir-se, a fazer parte, Ele gosta de se meter na família – disse o Papa. E quando há uma dificuldade, um litígio, Ele está lá para nos mostrar o amor de Deus.
Com efeito, é em casa que aprendemos a fraternidade, a solidariedade, a não ser prepotentes, a pedir perdão e a ser perdoados, a nos deixarmos transformar, a procurar, sem máscaras, o melhor para os outros.
É por isso que a comunidade cristã designa a família como “Igrejas domésticas”, porque é nela que a fé permeia, é nela que se começa a descobrir o amor concreto e operante de Deus.
“Sem família, sem o calor do lar, a vida torna-se vazia; começam a faltar as redes que nos sustentam na adversidade, alimentam a vida quotidiana e motivam na luta pela prosperidade. A família salva-nos de dois fenômeno atuais: a fragmentação ou seja a divisão e a massificação”
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