sexta-feira, setembro 18, 2015

JUBILEU DA MISERICÓRDIA - CALENDÁRIO OFICIAL


Cidade do Vaticano – O calendário dos principais eventos do Jubileu da Misericórdia foi publicado em 30/07/2015.

No site dedicado ao evento, disponível também em português, (www.iubilaeummisericordiae.va) é possível consultar todas as datas, começando com o dia 8 de dezembro de 2015, Solenidade da Imaculada Conceição, e abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro.

A Abertura da Porta Santa da Basílica de São João em Latrão e nas Catedrais do Mundo será feita alguns dias depois, em 13 de dezembro.
Já a abertura da Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior será feita no primeiro dia do ano de 2016, único evento previsto para o mês de janeiro.
“É um sinal que pretendemos dar para deixar claro que o Ano Santo é uma verdadeira peregrinação e deve ser vivida como tal. Pediremos aos peregrinos para fazer um percurso a pé, preparando-se assim para atravessar a Porta Santa com o espírito de fé e de devoção”, destacou o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella – responsável pela organização do evento.

Em fevereiro, destaque para o Jubileu da Vida Consagrada e encerramento do Ano da Vida Consagrada, e o Jubileu da Cúria Romana.
No mês de abril, o Papa convocou o Jubileu dos adolescentes, de 13 a 16 anos, no Domingo de Páscoa.

Em junho, será a vez de os Doentes e as Pessoas com deficiência celebrarem o seu Jubileu. Os jovens o viverão em Cracóvia, na Polônia, na Jornada Mundial da Juventude, em julho.
Setembro será o mês dos catequistas.
 Outubro, o Jubileu Mariano. A novidade, em novembro, é o Jubileu dos Presos, na Praça São São Pedro, no dia 6.

No dia 13, haverá o Encerramento da Porta Santa nas Basílicas de Roma e nas Dioceses. E no dia 20, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, o Encerramento da Porta Santa em São Pedro e conclusão do Jubileu da Misericórdia.
Em meio a essa programação, haverá sinais simbólicos por parte do Santo Padre para atingir as “periferias existenciais” e, assim, dar testemunho pessoal da proximidade e atenção aos que precisam de ternura. Bispos e padres são chamados a fazerem, em suas dioceses, o mesmo sinal em comunhão com o Papa, para que o sinal concreto da misericórdia e da proximidade da Igreja chegue a todos.
Pensando nos peregrinos que forem a Roma individualmente, a organização do Jubileu da Misericórdia vai destinar algumas igrejas do centro histórico para que eles sejam acolhidos e vivam momentos de oração e preparação para atravessar a Porta Santa.
“É PRÓPRIO DE DEUS USAR DE MISERICÓRDIA E, NISTO, SE MANIFESTA DE MODO ESPECIAL A SUA OMNIPOTÊNCIA”. 
Estas palavras de São Tomás de Aquino mostram que a misericórdia divina é, de modo algum, um sinal de fraqueza, mas a qualidade da omnipotência de Deus.

É por isso que a liturgia, numa das suas coletas mais antigas, convida a rezar assim:
“SENHOR, QUE DAIS A MAIOR PROVA DO VOSSO PODER QUANDO PERDOAIS E VOS COMPADECEIS…”
 Deus permanecerá para sempre na história da humanidade como Aquele que está presente, Aquele que é próximo, providente, santo e misericordioso.

“PACIENTE E MISERICORDIOSO” é o binômio que aparece, frequentemente, no Antigo Testamento para descrever a natureza de Deus. O fato de Ele ser misericordioso encontra um reflexo concreto em muitas ações da história da salvação, onde a sua bondade prevalece sobre o castigo e a destruição. Os Salmos, em particular, fazem sobressair esta grandeza do agir divino:
“É ELE QUEM PERDOA AS TUAS CULPAS E CURA TODAS AS TUAS ENFERMIDADES. É ELE QUEM RESGATA A TUA VIDA DO TÚMULO E TE ENCHE DE GRAÇA E TERNURA” (103/102, 3-4).

E outro Salmo atesta, de forma ainda mais explícita, os sinais concretos da misericórdia: “O SENHOR LIBERTA OS PRISIONEIROS. O SENHOR DÁ VISTA AOS CEGOS, O SENHOR LEVANTA OS ABATIDOS, O SENHOR AMA O HOMEM JUSTO. O SENHOR PROTEGE OS QUE VIVEM EM TERRA ESTRANHA E AMPARA O ÓRFÃO E A VIÚVA, MAS ENTRAVA O CAMINHO AOS PECADORES” (146/145, 7-9).

 E, para terminar, aqui estão outras expressões do Salmista: “O SENHOR CURA OS DE CORAÇÃO ATRIBULADO E TRATA-LHES AS FERIDAS. (...) O SENHOR AMPARA OS HUMILDES, MAS ABATE OS MALFEITORES ATÉ AO CHÃO” (147/146, 3.6).

Em suma, a misericórdia de Deus não é uma ideia abstrata mas uma realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo próprio filho até ao mais íntimo das suas vísceras. É verdadeiramente caso para dizer que se trata de um amor “visceral”. Provem do íntimo como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão.

“ETERNA É A SUA MISERICÓRDIA”: tal é o refrão que aparece em cada versículo do Salmo 136, ao mesmo tempo que se narra a história da revelação de Deus. Em virtude da misericórdia, todos os acontecimentos do Antigo Testamento aparecem cheios dum valor salvífico profundo. A misericórdia torna a história de Deus com Israel uma história da salvação. O fato de repetir continuamente “eterna é a sua misericórdia”, como faz o Salmo, parece querer romper o círculo do espaço e do tempo para inserir tudo no mistério eterno do amor. É como se  quisesse dizer que o homem, não só na história mas também pela eternidade, estará sempre sob o olhar misericordioso do Pai. Não é por acaso que o povo de Israel tenha querido inserir este Salmo – o “grande hallel”, como lhe chamam – nas festas litúrgicas mais importantes.

Antes da Paixão, Jesus rezou ao Pai com este Salmo da misericórdia. Assim o atesta o evangelista Mateus quando afirma que “depois de cantarem os salmos” (26, 30), Jesus e os discípulos saíram para o Monte das Oliveiras. Enquanto instituía a Eucaristia, como memorial perpétuo d’Ele e da sua Páscoa, Jesus colocava simbolicamente este ato supremo da Revelação sob a luz da misericórdia. No mesmo horizonte da misericórdia, viveu Ele a sua paixão e morte, ciente do grande mistério de amor que se realizaria na cruz. O fato de saber que o próprio Jesus rezou com este Salmo torna-o, para nós cristãos, ainda mais importante e compromete-nos a assumir o refrão na nossa oração de louvor diária: “eterna é a sua misericórdia”.

Com o olhar fixo em Jesus e no seu rosto misericordioso, podemos individuar o amor da Santíssima Trindade. A missão, que Jesus recebeu do Pai, foi a de revelar o mistério do amor divino na sua plenitude.

“DEUS É AMOR” (1 Jo 4, 8.16): afirma-o, pela primeira e única vez em toda a Escritura, o evangelista João. Agora este amor tornou-se visível e palpável em toda a vida de Jesus. 

A sua pessoa não é senão amor, um amor que se dá gratuitamente. O seu relacionamento com as pessoas, que se abeiram d’Ele, manifesta algo de único e irrepetível.
Os sinais que realiza, sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres, marginalizadas, doentes e atribuladas, decorrem sob o signo da misericórdia. Tudo n’Ele fala de misericórdia. N’Ele, nada há que seja desprovido de compaixão.
Vendo que a multidão de pessoas que O seguia estava cansada e abatida, Jesus sentiu, no fundo do coração, uma intensa compaixão por elas (Mt 9, 36). Em virtude deste amor compassivo, curou os doentes que Lhe foram apresentados (Mt 14, 14) e, com poucos pães e peixes, saciou grandes multidões (Mt 15, 37).

Nas parábolas dedicadas à misericórdia, Jesus revela a natureza de Deus como a dum Pai que nunca se dá por vencido enquanto não tiver dissolvido o pecado e superada a recusa com a compaixão e a misericórdia. Conhecemos estas parábolas, três em especial: as da ovelha extraviada e da moeda perdida, e a do pai com os seus dois filhos ( Lc 15, 1-32). Nestas parábolas, Deus é apresentado sempre cheio de alegria, sobretudo quando perdoa. Nelas, encontramos o núcleo do Evangelho e da nossa fé, porque a misericórdia é apresentada como a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão.

Neste Ano Jubilar, que a Igreja se faça eco da Palavra de Deus que ressoa, forte e convincente, como uma palavra e um gesto de perdão, apoio, ajuda, amor. Que ela nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente a confortar e perdoar. Que a Igreja se faça voz de cada homem e mulher e repita com confiança e sem cessar: "Lembra-te, Senhor, da tua misericórdia e
 do teu amor, pois eles existem desde sempre" (Sl 25/24, 6).

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