Evangelho (Jn 3,13-17): “Naquele
tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu
do céu: o Filho do Homem. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim
também será levantado o Filho do Homem, a fim de que todo o que nele crer tenha
vida eterna. De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para
que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou
o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja
salvo por ele”.
TODA A NOSSA GLÓRIA ESTÁ NA CRUZ DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. N’ELE
ESTÁ A NOSSA SALVAÇÃO, VIDA E RESSURREIÇÃO. POR ELE FOMOS
SALVOS E LIVRES.
Era necessário mostrar a gravidade do nosso pecado, da nossa
loucura de querer construir nossa existência sem Deus. Era necessário também
mostrar até que ponto Deus nos leva a sério, até que ponto sofre conosco, até
que ponto nos é solidário: ele não explica o sofrimento; silenciosamente,
toma-o sobre os ombros, sofre conosco até o mais baixo da humilhação, da
solidão e da dor: “Ele esvaziou-se de si mesmo, assumindo a condição de escravo
e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto de homem, humilhou-se a
si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,7).
No seu
Filho único e querido, o Pai se condói com nossa dor, “com-sofre” conosco, como
Deus de “com-paixão”. Ninguém, contemplando a cruz, pode pensar que Deus é
indiferente e frio ante o sofrimento do mundo. Ele não nos explica o
sofrimento; toma-o sobre os ombros, silencioso e cheio de dolorido amor e
piedade!
Contemplar o mistério da cruz é levar a sério que existe dor e miséria
no mundo; é deixar-se tocar por todo sofrimento humano… mas é também
compreender que Deus assumiu tudo isso em Jesus crucificado e venceu tudo isso
na ressurreição.
Contemplar o
mistério da cruz é levar a sério que existe dor e miséria no mundo; é deixar-se
tocar por todo sofrimento humano… mas é também compreender que Deus assumiu
tudo isso em Jesus crucificado e venceu tudo isso na ressurreição.
Contemplar a
cruz dá-nos a graça de nunca perder a esperança, mesmo diante dos maiores percalços.
Quem contempla a cruz, não perde a confiança em Deus, não se desespera, não se despedaça: “Do mesmo modo que Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos aqueles que nele crerem (que o contemplarem), tenham a vida eterna” (Jo 3,16).
Quem contempla a cruz, não perde a confiança em Deus, não se desespera, não se despedaça: “Do mesmo modo que Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos aqueles que nele crerem (que o contemplarem), tenham a vida eterna” (Jo 3,16).
A cruz, portanto,
joga-nos na realidade da vida e do mundo – realidade crua…. mas, cheios de
esperança, pois sabemos que Cristo fez dela, da cruz, um sinal de amor e
ressurreição.
Por isso a cruz
era necessária; por isso Paulo não queria gloriar-se a não ser na cruz de nosso
Senhor Jesus Cristo; por isso hoje louvamos o mistério da cruz; por isso nos
dispomos a não só traçar o sinal da cruz sobre nós com devoção, mas a viver
nossa cruz unidos a Cristo, invencíveis na esperança da ressurreição.
“Do Rei avança o
estandarte,
fulge o mistério da cruz,
onde por nós foi suspenso
o Autor
da vida, Jesus.
Ó cruz feliz,
dos teus braços
do mundo o preço pendeu;
balança foste do corpo
que ao
duro inferno venceu!
Árvore
esplêndida e bela,
de rubra púrpura ornada,
de os santos membros tocar
digna, só tu foste achada.
Salve, ó cruz,
doce esperança,
concede aos réus remissão;
dá-nos o fruto da graça,
que
floresceu na Paixão”.
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