Em
27 de junho, temos uma das festas mais antigas e belas de Nossa Senhora: “Nossa
Senhora Mãe do Perpétuo Socorro”. Jesus é o Perpétuo Socorro. E esta festa é
celebrada no mesmo dia do grande S. Cirilo de Alexandria (330-442), bispo e
doutor da Igreja, que presidiu o importantíssimo Concílio de Éfeso que no ano
de 431 proclamou solenemente Nossa Senhora como Mãe de Deus (Theotókos), diante
da heresia de Nestório, patriarca de Constantinopla, que negava esta verdade.
A
devoção à Nossa Senhora Mãe do Perpétuo Socorro é uma devoção universal,
conhecida e venerada em todos os continentes do mundo, talvez a mais ampla e
conhecida devoção de Nossa Senhora, especialmente no Oriente. No mundo todo são
realizadas as famosas Novenas Perpétuas em honra de Nossa Senhora Mãe do
Perpétuo Socorro. Esta novena começou em 11 de julho de 1922 nos EUA.
O
famoso e conhecido quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi pintado em
estilo bizantino e representa Nossa Senhora, Mãe de Deus, a Senhora das Dores,
que socorre seu Filho ainda Menino assustado diante da visão de S. Miguel com o
vaso de vinagre à esquerda e S. Gabriel com a Cruz à direita. A Criança divina
assustada diante desses instrumentos de sua Paixão se refugia nos braços de sua
Mãe, agarra em suas mãos e deixa cair a sandália do pé direito. A Mãe a acolhe
e a prepara para um dia viver a Paixão redentora da humanidade.
Nossa
Senhora tem o semblante coberto de tristeza e resignação e traz na cabeça a
coroa de Rainha.
O
quadro tem origem desconhecida; segundo um antiga tradição teria sido pintado
por S. Lucas, o que não é garantido. Mas com certeza se sabe que desde 1499 é
venerado em Roma. Em 1866, o Papa Pio IX o entregou aos Padres Redentoristas
para que divulgassem essa devoção, o que eles fazem ainda hoje. Ela é a Patrona
dos Redentoristas. Atualmente o quadro original se encontra na igreja de S.
Afonso de Ligório em Roma.
Maria
é a Senhora que nos apresenta Jesus, o Perpétuo Socorro da humanidade. Cada
cristão precisa te-la como mãe. Aos pés da Cruz Jesus a entregou ao discípulo
amado João, que representa toda a humanidade, cada um de nós, amados de Jesus.
“Mãe, eis ai o teu filho; filho, eis ai a tua Mãe”. E o evangelista S. João diz
que “ele a levou para a sua casa” (Jo 19, 25s).
S.
João levou Nossa Senhora para morar com ele naquela casinha no alto das
montanhas de Éfeso que existe ainda hoje, na Turquia. Eu já tive a oportunidade
de estar ali em peregrinação. Éfeso era a capital da Província Romana da Ásia;
ali havia cerca de 300 mil pessoas no tempo em que Nossa Senhora viveu com S.
João.
Cada
um de nós precisa também “levar Maria para sua casa” como Mãe, como Jesus
mandou. Se Jesus no-la deu aos pés da Cruz, com lábios de sangue, é porque nós
precisamos dela para nos ajudar na difícil caminhada da vida em busca da nossa
salvação. Desprezar Nossa Senhora como mãe, seria, então, uma ofensa muito
grave a Jesus; seria desprezar a última dádiva que Ele nos deixou antes de
morrer por nós.
Prof.
Felipe Aquino