Santa
Teresa de Jesus nasceu em Ávila, Espanha, no ano de 1515. Entrou no Carmelo da
Incarnação em 1535. Depois de um longo período de tibieza, começou a sua
"conversão", com uma intensa vida mística em contato com Cristo, que
a levou ao forte desejo de servir a Igreja do seu tempo, dilacerada pela
Reforma protestante. Em 1562, fundou o Carmelo de S. José, em Ávila, onde deu
início à reforma da Ordem. Seguiram-se diversas fundações de conventos
reformados em Castela e na Andaluzia. A reforma estendeu-se também aos
conventos carmelitas masculinos, graças à colaboração de S. João da Cruz, seu
diretor espiritual, a partir de 1567. No leito de morte declarou-se feliz por
morrer "filha da Igreja". Faleceu a 4 de Outubro de 1582. Foi
canonizada por Gregório XV, em 1623, e declarada Doutora da Igreja por São
Paulo VI, em 1970.
Teresa de Jesus deixou-nos um precioso
testemunho da sua caminhada de fé no livro da sua Vida, onde revela uma
infância religiosamente precoce, uma juventude vivida na crise, uma recuperação
vocacional aos vinte anos, seguida ainda por uma experiência de vida religiosa
com altos e baixos, até à "conversão" definitiva, quando já se
aproximava dos quarenta anos. É a lenta caminhada de uma história de salvação
que, desde os limites do pecado, se desenvolve numa conversão sincera e total,
com uma determinada determinação, com uma opção total e definitiva pelo Senhor,
que dá azo a uma experiência mística em que Deus opera maravilhas. A vida de
Teresa testemunha o processo de transformação da sua pessoa, o desejo de
salvação, a efetiva mudança de vida, a graça do Espírito Santo que a penetra e
conduz a uma intensa experiência de fé cristã. Nela notamos a graça mística
como iluminação interior e como experiência de salvação e de transformação, a
presença de Deus, a força da Palavra e dos Sacramentos, a revelação de Cristo
Ressuscitado, na sua santa humanidade, a efusão do Espírito Santo e dos seus
dons. A experiência da inabitação trinitária, da comunhão total com Cristo
esposo, orientada para o serviço da Igreja, meta ideal da santidade cristã,
coroou a sua caminhada. Foi um itinerário em que a oração interior, divina
amizade com Deus, foi a chave de compreensão. Tudo desembocou na mística do
serviço, numa forte unidade de vida vivida e ensinada pela santa, num grande
amor pela Igreja, demonstrado concretamente na promoção da santidade da vida e
no serviço da vida contemplativa para renovação da Igreja.
Fonte
: dehonianos de Portugal