“No
amor e na fé encontraremos as forças necessárias para a nossa missão”, dizia a
Bem-aventurada Dulce dos Pobres, que será canonizada no próximo dia 13 de
outubro.
A
seguir, apresentamos 10 dados marcantes da vida desta religiosa que será a
primeira santa nascida no Brasil.
1.
Desde criança, praticou a caridade
O
amor pelo próximo e a prática da caridade fizeram parte da vida de Irmã Dulce
desde a infância. Conta-se que, aos 13 anos, a menina começou a acolher em sua
casa mendigos e doentes e transformou a sua residência em um centro de
atendimento.
Muitos
se aglomeravam na porta da casa para receber a ajuda da pequena e, por este
motivo, o local ficou conhecido como “A Portaria de São Francisco”.
2. Era
professora
Antes
de ingressar na vida religiosa, Irmã Dulce se formou professora pela Escola
Normal da Bahia, em 9 de dezembro de 1932. No ano seguinte, entrou na
Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus e, sua
primeira missão como freira foi ensinar em um colégio mantido pela sua
congregação.
3.
Adotou o nome Dulce em homenagem à sua mãe
Ainda
muito cedo, quando tinha apenas 7 anos, Irmã Dulce (cujo nome de batismo era
Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes) perdeu sua mãe, Dulce Maria, a qual
tinha 26 anos.
Mais
tarde, quando ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada
Conceição da Mãe de Deus, em 1933, e recebeu o seu hábito, adotou o nome Irmã
Dulce, em homenagem à sua mãe.
4. Era
devota de Santo Antônio
Após
o anúncio da data da canonização de Irmã Dulce (que será em 13 de outubro deste
ano), o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, contou
que, no dia seguinte, ou seja, 14 de outubro, haverá uma Missa na Igreja de
Santo Antônio dos Portugueses, em Roma.
O
local foi escolhido devido à grande devoção que Irmã Dulce tinha por Santo
Antônio. “Era realmente um amigo que ela tinha, um confidente, e ao mesmo
tempo, a quem ela recorria em suas necessidades”, sublinhou o Prelado.
De
fato, Santo Antônio sempre teve um lugar especial na vida da religiosa, desde
sua infância. Era ao santo que ela recorria nos momentos de angústia, desespero
e também para solicitar a concretização de algum projeto. Chamava-o, inclusive,
de seu “tesoureiro”.
De
acordo com o site da Arquidiocese de Salvador (BA), ainda na infância, ela
costumava decorar o altar do santo.
Além
disso, atualmente pertence ao acervo do Memorial Irmã Dulce uma imagem de Santo
Antônio do século XIX, que pertenceu ao avô da religiosa, o advogado Manoel
Lopes Pontes, diante da qual a família dela costumava fazer seus pedidos e
orações.
5.
Construiu o maior hospital da Bahia a partir de um galinheiro
Na
década de 1930, Ir. Dulce começou um trabalho assistencial nas comunidades
carentes, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na
parte interna do bairro de Itapagipe, em Salvador (BA).
Conta
o site das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) que, em 1939, a religiosa invadiu
cinco casas na Ilha dos Ratos, para abrigar os doentes que recolhia nas ruas de
Salvador. Foi expulsa do lugar e precisou peregrinar durante uma década,
levando os seus doentes por vários locais da cidade.
Em
1949, ocupou um galinheiro ao lado do Convento de Santa Antônio, após a
autorização da sua superiora, com os primeiros 70 doentes. Hoje, no local, está
o Hospital Santo Antônio, o maior da Bahia.
Segundo
assinala OSID, esta iniciativa da religiosa “deu origem à tradição propagada há
décadas pelo povo baiano de que a freira construiu o maior hospital da Bahia a
partir de um simples galinheiro”.
6.
Durante 30 anos, dormiu em uma cadeira de madeira
No
Memoria Irmã Dulce também se encontra o quarto da religiosa, onde está a
cadeira de madeira, na qual ela dormiu por cerca de 30 anos, em razão de uma
promessa.
Em
1955, a irmã da futura santa brasileira, também chamada Dulce, passou por uma
gravidez de alto risco e a religiosa rezou por sua saúde e recuperação. Assim,
durante três décadas, dormiu na cadeira para pagar sua promessa e agradecer
pela recuperação de sua irmã, mesmo enfrentando muitas dificuldades, devido a
um enfisema pulmonar.
Irmã
Dulce só deixou de dormir na cadeira de madeira em 1985, aos 71 anos, após ser
convencida por seus médicos a voltar a ter seu descanso noturno na cama, devido
ao seu estado de saúde.
7.
Enfrentou graves problemas respiratórios
Conforme
assinala OSID, nos últimos 30 anos de sua vida, a religiosa viveu com 70% da
capacidade respiratório comprometida. Entretanto, isso “não impediu que ela
construísse e mantivesse uma das maiores e mais respeitadas instituições
filantrópicas do país, uma verdadeira obra de amor aos pobres e doentes”.
8. Foi
indicada ao Prêmio Nobel da Paz
As
obras da Irmã Dulce receberam diversos apoios e reconhecimentos. Tanto que, em
1988, a religiosa foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo então presidente do
Brasil, José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia.
9.
Teve dois encontros com São João Paulo II
Irmã
Dulce encontrou com o Papa São João Paulo II em duas ocasiões em que o
Pontífice visitou o Brasil. A primeira foi em 7 de julho de 1980, quando o
então Papa visitou pela primeira vez o Brasil.
O
segundo encontro aconteceu em 20 de outubro de 1991. Nesta ocasião, João Paulo
II quebrou o protocolo de sua agenda e fez questão de visitar Ir. Dulce, que já
estava com a saúde debilitada, no Convento Santo Antônio. Cinco meses depois
desta visita, em 13 de março de 1992, o Anjo Bom da Bahia faleceu.
10.
Sua canonização é uma das mais rápidas da história recente da Igreja
No
último dia 13 de outubro, Irmã Dulce tornou-se a primeira mulher nascida no
Brasil a ter seu nome inscrito no livro dos santos, apenas 27 anos após seu
falecimento.
Segundo
destaca o site Obras Sociais da Irmã Dulce (OSID), sua canonização será a
terceira mais rápida da história recente da Igreja, “atrás apenas da
santificação do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte) e de Madre Teresa de
Calcutá (19 anos após o falecimento da religiosa)”.
Vale
recordar que os mais rápidos da história dos santos lusófonos seguem sendo o de
Santo Antônio de Lisboa (ou Santo Antônio de Pádua), canonizado 11 meses após
seu falecimento no dia 30 de maio de 1232, e São Teotônio, canonizado 1 ano
depois de sua morte ocorrida em 1162 pelo Papa Alexandre III.
Fonte: CLÉOFAS