11 de outubro festa de São João XXIII
“A
justiça se defende com a razão, e não com as armas. Não se perde nada com a
paz, e pode perder-se tudo com a guerra” Papa João XXIII
João
XXIII, foi cardeal de Veneza na Itália, eleito papa em 28 de outubro de 1958;
aos 77 anos de idade; foi o Papa que convocou ao Concílio Vaticano II e sentou
as bases para a reforma da Igreja. João Paulo II disse que o Vaticano II foi “a
primavera da Igreja”.
Ao
ser eleito, já idoso, dizia-se que o Patriarca de Veneza (Cardeal Angelo
Giuseppe Roncalli), seria um “Papa de transição”.
Sua
grande obra foi o Concílio Vaticano II, anunciado em 25/1/1959 (festa da
conversão de São Paulo) e aberto quase 4 anos depois de preparação: o mais
importante evento da Igreja no século XX.
O
Concílio reuniu por três anos (1963-65) cerca de 2600 bispos do mundo todo em
Roma. João XXII faleceu no meio do Concílio, em 3 de junho de 1963, substituído
por Paulo VI.
Por
seus gestos e palavras extraordinariamente populares se converteu no “Papa
bom”. A bondade e a santidade de João XXIII foram consenso. Era um papa
simples, alegre e brincalhão. Um dia, visitando uma paróquia de Roma, ouviu uma
senhora dizer: “Nossa, como ele é gordo!”; simplesmente lhe respondeu: “Minha
senhora, o conclave não é um concurso de beleza”.
João
XXIII conviveu com a modernidade sem a temer. Esforçava-se por contatar com
todos os homens seus contemporâneos. O Vaticano passou a ser a “casa paterna”.
Um
dia ele escreveu: “Nada há de heroico em tudo o que me aconteceu e em tudo o
que julguei que tinha de fazer. Uma vez que se renunciei a tudo, (…) qualquer
audácia resulta a coisa mais simples e natural do mundo”. Por ocasião do
falecimento de Pio XII escreveu no seu Diário: “Estamos na Terra não para
guardar um museu, mas para cultivar um jardim cheio de vida e destinado a um
futuro glorioso”.
Como
Papa (1958-1963), João XXIII valorizou o ministério de bispo de Roma. Na
Itália, procurou a autonomia da Igreja. A decisão de colocar o Evangelho acima
dos partidos políticos explica o respeito com que foi acolhida a sua atuação
durante a séria crise dos mísseis de Cuba, em outubro de 1962.
Para
João XXIII a mudança e a novidade do mundo exigiam a realização de um concílio,
um novo Pentecostes capaz de reanimar a riqueza interior da Igreja. Daqui o
perfil do Concílio Vaticano II (1962-1965). Na oração de abertura ele pediu a
Deus “um novo Pentecostes para a Igreja”; e isto aconteceu.
Através
das suas oito encíclicas, João XXIII dirigiu-se a todos os “homens de boa
vontade”. Sobre o Concílio Vaticano II, ele disse:
“A
ideia do Concílio não amadureceu como fruto de prolongada consideração, mas
como o florir espontâneo de uma inesperada primavera” (Alocução de 09/8/1959).
“Consideramos
inspiração do Altíssimo a ideia de convocar um Concílio Ecumênico, que desde o
início de nosso pontificado se apresentou à nossa mente como o florir de uma
inesperada primavera” (Alocução de 05/6/60).
“A
ideia mal surgiu em nossa mente e logo a comunicamos com fraternal confiança
aos senhores cardeais, lá na Basílica Ostiense de São Paulo Fora dos Muros,
junto ao sepulcro do Apóstolo dos Gentios, na festa comemorativa de sua
conversão, a 25 de janeiro de 1959” (Alocução de 20/6/62).
No
dia 13 de setembro de 1960 ele explicou em linhas gerais qual deveria ser o
objetivo do Concílio Ecumênico. Disse então João XXIII:
“A
obra do Concílio Ecumênico é verdadeiramente concebida para restituir ao
semblante da Igreja de Cristo todo o esplendor dos seus traços mais simples e
mais puros das suas origens, a fim de apresentá-la tal como o seu divino
fundador a criou”.
Fonte: CLÉOFAS