quinta-feira, outubro 31, 2019

A VIDA APÓS A MORTE







No próximo sábado, dia 2, faremos a comemoração de todos os fiéis defuntos, dos nossos falecidos, daqueles que estiveram conosco e hoje estão na eternidade, os “finados”, aqueles que chegaram ao fim da vida terrena e já começaram a vida eterna.

É tempo de reflexão sobre a vida após a morte, a vida eterna, e sua importância maior do que a vida presente, da qual ela depende. A nossa alma é imortal e levará consigo a responsabilidade dos seus atos na vida presente. Ademais, a morte nos leva a refletir sobre a humildade que devemos ter. Todos compareceremos diante de Deus. Ali não haverá distinção entre ricos e pobres, entre reis e súditos, entre presidentes, parlamentares e magistrados e os cidadãos comuns, entre Papa, Bispo, Padres e simples fiéis. Platão já dizia que no juízo as almas estarão nuas, sem nenhuma honraria. A distinção só será entre bons e maus, e isso não no sentir do povo, mas diante de Deus, que tudo sabe.

Mas olhemos a morte com os olhos da fé e da esperança cristã, não com desespero. Confiemos na misericórdia de Deus, que é nosso Pai, que nos enviou seu Filho, Jesus, que morreu por nós, para que não nos condenássemos, mas que tivéssemos a vida eterna.  “Deus não criou a morte e a destruição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou todas as coisas para existirem... e a morte não reina sobre a terra, porque a justiça é imortal” (Sb 1, 13-15). O pecado é que fez entrar a morte no mundo. Mas a esperança da ressurreição nos consola.

Os santos encaravam a morte com esse espírito de fé e esperança. Assim São Francisco de Assis, no cântico do Sol: “Louvado sejais, meu Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal, da qual nenhum homem pode fugir. Ai daqueles que morrem em pecado mortal! Felizes dos que a morte encontra conformes à vossa santíssima vontade! A estes não fará mal a segunda morte”. “É morrendo que se vive para a vida eterna!”. Santo Agostinho nos advertia: “Fazes o impossível para morrer um pouco mais tarde, e nada fazes para não morrer para sempre?”

Quantas boas lições nos dá a morte. Assim nos aconselha São Paulo: “Enquanto temos tempo, façamos o bem a todos” (Gl 6, 10). “Para mim o viver é Cristo e o morrer é um lucro... Tenho o desejo de ser desatado e estar com Cristo” (Fl 1, 21.23). “Eis, pois, o que vos digo, irmãos: o tempo é breve; resta que os que têm mulheres, sejam como se as não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem; os que usam deste mundo, como se dele não usassem, porque a figura deste mundo passa” (1 Cor 7, 29-31). Diz A Imitação de Cristo que bem depressa se esquecem dos falecidos. O dia de Finados foi estabelecido pela Igreja para não deixarmos nossos falecidos no esquecimento.

Três coisas pedimos com a Igreja para os nossos falecidos: o descanso, a luz e a paz. Descanso é o prêmio para quem trabalhou. O reino da luz é o Céu. E a paz é a recompensa para quem lutou. Que nossos falecidos descansem em paz e a luz perpétua brilhe para eles. Amém.

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan

segunda-feira, outubro 28, 2019

FESTA DE SÃO SIMÃO E SÃO JUDAS TADEU









Os apóstolos, que hoje celebramos, ocupam uma posição bastante discreta nos evangelhos. Simão é cognominado "zelote" por Lucas, talvez porque pertencia ao grupo antirromano dos zelotes. Mateus e Marcos qualificam-no como "cananeu" (10, 3; 3, 18). O apóstolo Judas, cognominado "Tadeu" por Mateus e Marcos (10, 3; 3, 18), é qualificado por Lucas como "filho de Tiago" (6, 16) e, portanto, primo do Senhor. É este Judas que, na última ceia, diz a Jesus: "Porque te hás-de manifestar a nós e não te manifestarás ao mundo?»" (Jo 14, 22). Uma das Cartas Católicas, na qual se previne os cristãos contra os falsos doutores que se haviam infiltrado nas comunidades, é-lhe atribuída. De acordo com uma tradição oriental, os dois apóstolos terão levado o Evangelho até ao Cáucaso, onde teriam sido martirizados. A sua festa, celebrada no Oriente desde o século VI, passou a ser celebrada em Roma no século IX.
A festa dos santos apóstolos Simão e Judas oferecem-nos ensejo para refletirmos e tornarmos mais clara consciência da Igreja, que é simultaneamente corpo de Cristo e templo do Espírito Santo. São duas dimensões imprescindíveis. Não se pode receber o Espírito Santo sem pertencer ao corpo de Cristo. A razão é clara: o Espírito Santo é o Espírito de Cristo, que se recebe no corpo de Cristo. A Igreja, todavia, tem um aspeto visível. Por isso, Cristo escolheu os Doze e continua a escolher os seus sucessores, para formar a estrutura visível do seu corpo, quase em continuação da Incarnação. Pertencendo ao corpo de Cristo, podemos receber o seu Espírito e ser intimamente unidos a Ele num só corpo e num só Espírito.
Um outro aspeto que esta festa nos permite colher é a relação entre a oração e a missão. Jesus demora-se em oração antes de decidir a escolha dos Doze. É preciso rezar para discernir o projeto de Deus. É preciso rezar em ordem às grandes decisões da vida pessoal e comunitária. Nesta perspetiva, a oração não é um momento separado do resto da vida, mas uma atitude prévia à nossa experiência de vida pessoal e eclesial. Rezar antes de iniciar a missão pessoal e/ou comunitária significa confiá-la Àquele que é o seu primeiro responsável, o dono da vinha, o pastor do rebanho, o Senhor do povo.
"Reconhecemos que da oração assídua depende... a fecundidade do nosso apostolado." (Cst 76). 

Fonte: Dehonianos

XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM











Este texto coloca, fundamentalmente, o problema da atitude do homem face a Deus. Desautoriza completamente aqueles que se apresentam diante de Deus carregados de autossuficiência, convencidos da sua "bondade", muito certos dos seus méritos, como se pudessem ser eles a exigir algo de Deus e a ditar-Lhe as suas condições; propõe, em contrapartida, uma atitude de reconhecimento humilde dos próprios limites, uma confiança absoluta na misericórdia de Deus e uma entrega confiada nas mãos de Deus. É esta segunda atitude que somos convidados a assumir.


Este texto coloca, também, a questão da imagem de Deus... Diz-nos que Deus não é um contabilista, uma simples máquina de recompensas e de castigos, mas que é o Deus da bondade, do amor, da misericórdia, sempre disposto a derramar sobre o homem a salvação (mesmo que o homem não mereça) como puro dom. A única condição para "ser justificado" é aceitar humildemente a oferta de salvação que Ele faz.

A atitude de orgulho e de autossuficiência, a certeza de possuir qualidades e méritos em abundância, acaba por gerar o desprezo pelos irmãos. Então, criam-se barreiras de separação (de um lado os "bons", de outro os "maus"), que provocam segregação e exclusão... Isto acontece com alguma frequência nas nossas comunidades cristãs (e até em muitas comunidades religiosas). Como entender isto, à luz da parábola que Jesus hoje nos propõe?

Nos últimos séculos os homens desenvolveram, a par de uma consciência muito profunda da sua dignidade, uma consciência muito viva das suas capacidades. Isto levou-os, com frequência, à presunção da sua auto-suficiência... O desenvolvimento da tecnologia, da medicina, da química, dos sistemas políticos convenceram o homem de que podia prescindir de Deus pois, por si só, podia ser feliz. Onde nos tem conduzido esta presunção? Podemos chegar à salvação, à felicidade plena, apenas pelos nossos próprios meios?

Este fariseu não é  nada simpático, olhando apenas os seus méritos, tomando-se por modelo de virtudes! Este publicano, que exemplo de humildade! Não se coloca à frente, baixa os olhos, reconhece-se pecador! Atenção! Não andemos demasiado depressa! O fariseu é um homem profundamente religioso, habitado pela preocupação em obedecer à Lei de Deus. Vai ao Templo para rezar e a sua fé impregna toda a sua vida. Mais ainda, dá à sua fé uma cor de ação de graças.

 E Jesus não havia dito "aquele que violar um dos menores preceitos da Lei será tido como o menor  no Reino"?

 O publicano, ao contrário,  fica à distância, porque lhe é proibido entrar no Templo. É um colaborador dos Romanos, contaminado pela impureza dos pagãos. E é um "ladrão profissional", como Zaqueu! Finalmente, o fariseu tem razão em experimentar um sentimento de desprezo para com este publicano que todo o mundo detesta.

Leiamos mais atentamente. O que está no centro da parábola não é o fariseu nem o publicano. É Deus. Deus deu a Lei a Moisés, mas nunca disse que Se identificava pura e simplesmente com os preceitos jurídicos. Pelo contrário, com os profetas, não pára de dizer que é um Deus que não faz senão amar o seu povo. É esse traço do rosto de Deus que Jesus veio não somente privilegiar, mas colocar à frente de todos os outros aspectos. O seu nome é Pai. Jesus dirá: "É a misericórdia que eu quero, não os sacrifícios". Com o fariseu, Deus não tem mais nada a fazer: ele é justo em si mesmo. O publicano, não tendo qualquer mérito a dar, só tem a receber. E justamente Deus quer dar, dar-Se, gratuitamente. Ele pode então "ajustar" o publicano ao seu amor. Finalmente, somos convidados, nós também, a perguntar em que Deus acreditamos. 









sábado, outubro 26, 2019

RELEMBRE OS MILAGRES RECONHECIDOS NO PROCESSO DE CANONIZAÇÃO DO PRIMEIRO SANTO BRASILEIRO









Em 1998, no processo de beatificação, o Vaticano, por unanimidade, reconheceu as suas virtudes. Dentre as 30 mil graças estudadas aprovou, ainda por consenso geral, o milagre que salvou a vida de Daniela Cristina da Silva, que em 1990, aos 4 anos, padecendo de hepatite aguda do tipo A, desenganada, foi internada na UTI. Os pais e uma tia, decidiram entregá-la à proteção de Frei Galvão, ministrando pílulas e iniciando uma novena. Vencendo a hepatite aguda A, uma broncopneumonia, uma parada cardiorrespiratória, meningite, faringite e dois episódios de infecção hospitalar com paralisação dos rins e do fígado, Daniela, semanas mais tarde, teve alta do hospital, já completamente curada.
Reconhecendo esse milagre, e declarando Frei Galvão “o homem da paz e da caridade”, São João Paulo II elevou à honra dos altares o filho que Guaratinguetá entregou para a glória dos céus.

O prazo entre a beatificação e a canonização de Frei Galvão foi de nove anos. O tempo não é considerado tão longo quanto se trata da santificação de um servo de Deus. Se não fosse um milagre ocorrido em São Paulo, talvez o Brasil ainda não tivesse o seu primeiro santo.


O milagre da canonização

O milagre foi relatado à Igreja em 2004, mas essa história começou cinco anos antes, em 1999.

A professora de química Sandra Grossi de Almeida, desde sua infância, sempre sonhou em ser mãe. Quando colocava as bonecas no colo, já imagina como seria quando fosse seu filho.

Porém, aos 29 anos, já havia sofrido três abortos espontâneos e praticamente tinha desistido da ideia de ter filhos. Devido à má formação do seu útero, levar qualquer gravidez adiante seria impossível segundo todos os obstetras que visitou.

Sabendo que seria dificílimo ter um filho por meios naturais, Sandra adotou Isabela, que hoje tem 23 anos. Entretanto, sem esperar, Sandra ficou grávida mais uma vez. Ás lembranças ruins da gravidez anterior voltaram a atormentá-la.

Aos dois meses de gestação, uma amiga da família, percebendo as dificuldades e a preocupação de Sandra, fez questão de ajudar. Levou até a casa dela uma novena de um Servo de Deus que havia sido beatificado um ano antes pelo Papa João Paulo II, Frei Galvão.

No dia seguinte, Sandra acordou sem nenhuma dor e um sangramento que tanto a preocupava, havia acabado.

A confiança no futuro santo brasileiro foi tão grande, que ela fez outra novena, desta vez pedindo para que o filho viesse ao mundo, se fosse da vontade de Deus.

Da mesma forma que a gravidez ia prosseguindo, os médicos iam desacreditando Sandra. Sua obstetra foi categórica: “Você deve conseguir segurar o bebê apenas até o quarto mês”.

Por isso, em todas as etapas da gestação Sandra começava uma nova novena e orava a Frei Galvão. Ela perdeu as contas do número de novenas que fez e de quantas pílulas tomou. E perdeu as contas também de quantas vezes a médica dizia que aquela gravidez não iria prosseguir.


O inesperado

Com a ajuda de Frei Galvão, Sandra surpreendeu os médicos. A gestação ultrapassou o quarto mês. A meta então era chegar ao sétimo mês, e com a ajuda dos recursos da medicina, poderia ser feito um parto prematuro e trazer o bebê ao mundo com chances de sobreviver com saúde.

A meta foi atingida. Quando Sandra chegou ao sétimo mês de gravidez, sua médica achou por bem interná-la até o momento certo de realizar o parto. Uma equipe com vários profissionais ficou a sua disposição, para o parto mais improvável daqueles profissionais.

Sandra e o filho insistiram em quebrar metas. A gravidez foi levada até a 32ª semana. No dia 11 de dezembro de 1999, com mais de 15 profissionais na sala de parto e num silêncio canônico, Sandra deu à luz a Enzzo. O primeiro grito do neném anunciava mais um milagre de Frei Galvão. O milagre em forma de vida.

Se não bastasse toda tensão durante a gravidez, Enzzo nasceu com um problema respiratório e teve que ficar entubado. No dia seguinte ao parto, Enzzo simplesmente arrancou sozinho o tubo que o ajudava a respirar e começou a respirar sem a ajuda de aparelhos.


A retribuição

No início de 2004, com o filho Enzzo já com quatro anos completos e vendendo saúde, Sandra começou a sofrer de insônia. Durante uma dessas noites maldormidas, Sandra ouviu uma voz que lhe disse o seguinte: “Você sabe muito pedir, mas na hora de você divulgar, você esquece”.

Assim que mãe de Enzzo ouviu a voz, ela levantou-se da cama e foi até a sala. Pensou qual seria sua dívida de gratidão e o que poderia ter deixado de divulgar. Porém, nem precisou ponderar muito. Pouco depois, ela já descobriu. “É claro, só poderia ser Frei Galvão.”

Quando o relógio da sala marcava 4h, Sandra pegou uma folha de papel e uma caneta e começou a escrever. A carta seria escrita para contar às freiras do Mosteiro da Luz, em São Paulo, onde eram fabricadas as pílulas de Frei Galvão, a quantidade de coisas boas que Frei Galvão havia lhe proporcionado. Depois que concluiu a carta, Sandra deitou-se novamente e dormiu como uma “pedra”. A insônia parecia ter dado sossego a ela.

Na manhã seguinte, ela foi até os correios para enviar ao mosteiro a sua história. Depois de alguns problemas com a caixa postal do mosteiro, a carta chegou às mãos de irmã Célia, que leu e respondeu na mesma semana.

O segundo contato foi feito por telefone. Irmã Célia interessou-se pela história de mãe e filho e contou a Sandra tudo sobre o processo de canonização de Frei Galvão que estava em andamento.

A freira comentou com Sandra que faltava um milagre para que o beato fosse canonizado. Ela perguntou se Sandra tinha como comprovar toda a história da carta com documentos e depoimentos de testemunhas para ajudar na canonização do primeiro santo brasileiro. “Eu tinha todos os exames e laudos médicos guardados, desde o primeiro aborto espontâneo que tive”, contou.

Então, Irmã Célia levantou o maior número de documentos e depoimentos de testemunhas possíveis e partiu para o Vaticano.

O processo durou mais três anos, pois em 2007, na visita do Papa Bento XVI ao Brasil, Antônio de Sant’ana Galvão foi oficialmente canonizado.

Sandra e Enzzo não só participaram da missa de canonização celebrada no Campo de Marte em São Paulo, como subiram até o altar e encontraram-se com o pontífice.

Hoje Enzzo está com 17 anos, completa 18 em dezembro. “Eu me sinto abençoada e privilegiada com tudo isso. De alguma forma, não sei porque, eu fui a escolhida. Eu ganhei meu filho e o Brasil ganhou um santo”, declara Sandra.


Devoção e pílulas milagrosas

Frei Galvão era um missionário e andava muito pelo interior. A devoção a ele começou pouco tempo depois de sua morte, em 1822, quando os devotos retiravam pequenos pedaços da sepultura.

Atualmente as pílulas do santo são confeccionadas da mesma maneira como foram criadas. Elas trazem uma pequena oração, que foi retirada do ofício de Nossa Senhora, de quem Frei Galvão era devoto: “Depois do parto, ó virgem, permaneceste intacta; Mãe de Deus, intercedei por nós”.

O processo de confecção é simples, mas exige muita oração e dedicação. Escreve-se várias vezes a oração jaculatória, faz-se um canudinho e picota-se à mão. As pessoas que trabalham com isso são orientadas para fazer em oração, com energia positiva e com muita higiene.

As pílulas são confeccionadas pelas irmãs concepcionistas, em função da dedicação que Frei Galvão tinha para o Convento da Luz, em São Paulo. A fabricação da pílula também acontece pelas mãos de religiosas e voluntários leigos ligados à Arquidiocese de Aparecida, onde está instalado o Santuário Frei Galvão.


Fonte:



sexta-feira, outubro 25, 2019

ORAÇÃO A SÃO FREI GALVÃO PEDINDO MILAGRES POR SUA INTERCESSÃO









Reze com São Frei Galvão e alcance a graça de que você precisa

A Igreja no Brasil celebra, dia 25 de outubro, o aniversário de São Frei Galvão. Faça a sua oração e peça seu milagre pela intercessão desse santo brasileiro.


Oração

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

“Deus, nosso Pai, que por Vosso amor imenso nos deste Frei Galvão e, por meio dele, realizastes obras admiráveis, nós Vos agradecemos por tão grande presente.

Obrigado, Senhor, pela sua vida, pela sua obra grandiosa, por lembrar-se de nós por meio de Vosso servo e nosso irmão Frei Galvão.

Que nossa vida seja palavra e sinal do Vosso Reino.

Ajuda-nos a crescer em sabedoria, idade e graça, a crescer, cada vez mais, na vivência concreta e histórica do amor fraterno, partilhando o que somos e o que temos, de modo especial com os mais necessitados.

Fazei-nos instrumentos de vosso amor: onde houver pobres, marginalizados e necessitados, que levemos, como Frei Galvão, o pão da presença amiga e solidária, que se traduz em gestos concretos de solidariedade e promoção à vida.

Senhor, dai-nos acolher, com o coração alegre, todos os irmãos que passam pela nossa vida, buscando paz, alegria, palavra de conforto e presença amiga.

Despertai-nos para o amor e para a devoção a Vossa Mãe Santíssima, ajudai-nos a venerá-la sempre como Imaculada a proclamá-la santa com nossa palavra, e principalmente com a nossa vida.

Fazei que sejamos sempre seus filhos, e que a ela recorramos sempre, agora e na hora da nossa morte.

Senhor, que derramastes Vosso Espírito Santo em Frei Galvão, e por meio dele operastes maravilhas, derramai sobre nós Vosso Espírito, reacendendo em nós o fogo do amor, do ardor missionário.

Aumentai nossa fé!

Fazei que nos coloquemos diante de Vós como Vossos fiéis servidores, obedientes à Vossa Palavra.

Peço-Vos, por tudo que fez e sofreu o Vosso servo Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, que aumenteis em mim a fé, a esperança e a caridade, e Vos digneis conceder-me a graça que ardentemente almejo.

Amém.”


Fonte: Canção Nova

quinta-feira, outubro 24, 2019

O PAPA










Diante de tantos ataques feitos ultimamente à Igreja e, especialmente, ao Papa, corroendo a sua autoridade, faz-se necessário explicar aos católicos o importante papel, dado por Jesus, daquele que ele constituiu o seu Vigário na terra, a cabeça visível da sua Igreja. Destruir a autoridade do Papa é corroer a autoridade da própria Igreja. Os inimigos externos sempre fizeram isso. O estranho é isso acontecer por parte de membros da Igreja.

No meu prefácio ao livro “O Cristo, o Papa e a Igreja’, do grande escritor Pe. Júlio Maria Lombaerde, publicado pela Editora Centro Santo Afonso de Ligório, fiz algumas observações sobre esses alicerces da nossa catolicidade, explicando que o Espirito Santo, enviado por Jesus à sua Igreja, completou a sua obra e realizou a sua promessa: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20).

Nenhuma sociedade humana sobreviveria a tantas perseguições, tantas heresias e cismas, tantos inimigos externos e internos, tanta gente ruim no seu seio (nós, por exemplo!), leigos, padres, Bispos e Papas ruins, tantos escândalos da parte dos seus membros, tantas dificuldades, se não fosse a ação do Espírito Santo que a mantém incólume no meio de todas essas tempestades, até a consumação dos séculos.    

Uma das provas de que a Igreja é indefectível, apesar das fraquezas humanas, e goza da assistência contínua e infalível do seu fundador, é a instituição do Papado, que nos dá a garantia da presença contínua dele na sua Igreja, através daquele que lhe faz as vezes, o seu Vigário. 

 Jesus escolheu como seu vigário (que lhe faz as vezes) na terra, Pedro, a pedra. E Pedro, primeiro Papa, é uma figura emblemática e paradigmática. Pedro se chamava Simão. Jesus lhe mudou o nome, significando sua missão, como é habitual nas Escrituras: “Tu és Simão, filho de João. Tu te chamarás Cefas! (que quer dizer Pedro - pedra)” (Jo 1, 42). Quando Simão fez a profissão de Fé na divindade de Jesus, este lhe disse: “Não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus (a Igreja): tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 13-19). Corajoso e com imenso amor pelo Senhor, sentiu também sua fraqueza humana, ao negar três vezes que o conhecia. “Simão, Simão! Satanás pediu permissão para vos peneirar, como o trigo. Eu, porém, orei por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos” (Lc 22, 31-32).  E Pedro, depois de ter chorado seu pecado, foi feito por Jesus o Pastor da sua Igreja.

São Pedro, fraco por ele mesmo, mas forte pela força que lhe deu Jesus, representa bem a Igreja de Cristo. “Cremos na Igreja una, santa, católica e apostólica, edificada por Jesus Cristo sobre a pedra que é Pedro... Cremos que a Igreja, fundada por Cristo e pela qual Ele orou, é indefectivelmente una, na fé, no culto e no vínculo da comunhão hierárquica. Ela é santa, apesar de incluir pecadores no seu seio; pois em si mesma não goza de outra vida senão a vida da graça. Se realmente seus membros se alimentam dessa vida, se santificam; se dela se afastam, contraem pecados e impurezas espirituais, que impedem o brilho e a difusão de sua santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por esses pecados, tendo o poder de livrar deles a seus filhos, pelo Sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo” (Credo do Povo de Deus).

“A infalibilidade da Igreja é como uma medida adotada pela misericórdia do Criador para preservar a (verdadeira) religião no mundo e para refrear aquela liberdade de pensamento que, evidentemente, em si mesma, é um dos nossos maiores dons naturais, mas que urge salvar dos seus próprios excessos suicidas”. “Reinos são fundados e desmoronam; nações se espraiam e desaparecem... Partidos, instituições, filosofias, seitas e heresias se fazem e desfazem. Elas têm o seu tempo, mas a Igreja é eterna” (São John Henry Newman, cardeal, novo santo da Igreja, canonizado pelo Papa Francisco em 13 de outubro de 2019).

Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan

terça-feira, outubro 22, 2019

SÃO JOÃO PAULO II






O pontífice polonês passou desta vida para a próxima em 2 de abril de 2005 e seu funeral foi realizada em 8 de abril.
Mas seu legado ainda vive. Muitos acreditam que uma de suas maiores contribuições ao mundo foram suas exortações sobre o amor e o sacrifício.

João Paulo II ensinou continuamente que o mal presente no mundo só poderia ser derrotado pela imitação do amor de Jesus e do seu sacrifício na cruz.

Era uma crença que ele manteve até o fim de sua vida, oferecendo seus numerosos sofrimentos físicos como um sacrifício de amor pelo mundo.

Aqui estão cinco citações de João Paulo II que destacam o poder escondido dentro do amor e do sacrifício:

1.)”O amor verdadeiro … é exigente. Mas sua beleza reside precisamente nas exigências que ele faz. Somente aqueles capazes de fazer exigências sobre si mesmos em nome do amor podem, então, exigir o amor dos outros “.

2.) “A questão sobre o valor da vida, sobre o significado da vida, faz parte do singular tesouro da juventude. Mais ainda, quando a juventude é testada pelo sofrimento pessoal, ou é profundamente consciente do sofrimento dos outros; quando se encontra face a face com o mistério do pecado e a iniquidade humana (mysterium iniquitatis). A resposta de Cristo é esta: ‘Somente Deus é bom; Só Deus é amor. ‘”

3.) “A escuridão só pode ser dispersada pela luz e o ódio só pode ser derrotado pelo amor.”

4.) “É sua a tarefa gigantesca de superar todo o mal com o bem, sempre tentando, em meio aos problemas da vida, confiar em Deus, sabendo que sua graça dá força à fraqueza humana. Você deve se opor a todas as formas de ódio com o poder invencível do amor de Cristo. “

5) “A oração unida ao sacrifício constitui a força mais poderosa da história humana.”






Fonte: Aleteia

segunda-feira, outubro 21, 2019

XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM










Começo pela seguinte observação: no versículo 8 temos uma partícula adversativa (mas) e propõe uma interrogação severa, que é deixada sem resposta: “Mas, quando o Filho do Homem volta, ainda há de encontrar fé sobre a terra?”
Observemos que o texto grego não usa o verbo no futuro “quando voltar”. Trata-se, pois, do retorno do Filho do Homem não no fim dos tempos, em sua glória, mas dia por dia da história presente, ou seja, na celebração da Eucaristia e diz demais sacramento, na recitação das Horas, na leitura da Bíblia e no recurso aos sacramentais. Encontra Ele fé dos cristãos que oram ? Esta pergunta final tem seu nexo lógico com a parábola. Com efeito; para que haja justiça sobre a terra. É necessário que haja oração, mas, para que haja oração, requer-se a fé nos cristãos. É a fé que leva a orar e é orar que obtém de Deus as graças de que a humanidade precisa.
A parábola, portanto, sugere ao leitor um sério exame de consciência sobre a sua vida de fé e de oração. Justamente o fato de terminar com uma interrogação aberta tenciona suscitar a resposta sincera e secreta de cada um. Pergunte cada qual a si mesmo: Tenho fé no valor da Santa Missa e da minha participação consciente na mesma? Tenho fé nos sacramentais da Igreja? Tenho fé nos demais sacramentais, entre os quais a leitura da Bíblia, a recitação do Rosário? Tenho fé no “sacramento” do irmão, através do qual Cristo vem e me interpela?
Por certo, todo cristão, poderá responder que tem fé. Mas repita com o pai do menino epilético endemoniado: “Creio, Senhor! Mas ajuda a minha incredulidade!” (Mc 9,24) ou com os Apóstolos: “Senhor, aumenta-nos a fé!” (Lc 17,5). Será sempre possível e necessário crer com mais coerência e firmeza.
Ó Deus, dá-me o teu amor, o teu Espírito Santo, para que Ele ajuste o meu coração e toda a minha vida ao teu amor. Perdoa os meus pecados". Esta oração, Deus atende-a sem tardar, como fez ao bom ladrão: "Hoje, estarás comigo no Paraíso". Esta oração, posso e devo fazê-la todos os dias, sem me cansar, sem me desencorajar, porque é todos os dias que preciso de ser ajustado ao amor de Deus.















sexta-feira, outubro 18, 2019

SÃO LUCAS: evangelista de Maria e de infância de Jesus e padroeiro dos médicos








Entre os 4 escritores do Evangelho, ele tem fascinantes peculiaridades que o tornam único

A Igreja celebra em 18 de outubro o evangelista São Lucas, autor do terceiro Evangelho e dos Atos dos Apóstolos. Dentre os 4 evangelistas, é ele quem mais dá destaque à infância de Jesus e à Santíssima Virgem Maria.
Ao contrário de São Mateus e São João, por exemplo, São Lucas não conheceu Jesus pessoalmente: ele começou a abraçar a fé cristã por volta do ano 40, quando Jesus já tinha sofrido a Paixão, ressuscitado e ascendido aos céus. No entanto, conheceu São Paulo, de quem foi discípulo direto, e é possível que tenha conhecido também Nossa Senhora. Ele é, de fato, o evangelista que mais dedica espaço em seu relato aos mistérios que envolvem diretamente a pessoa de Maria: a Anunciação do Arcanjo Gabriel, a Visitação à prima Santa Isabel e o Nascimento de Nosso Senhor em Belém.
São Lucas é ainda o único dos 4 evangelistas que não nasceu em Israel – aliás, no seu relato evangélico, ele se dirige prioritariamente aos cristãos de fora da Terra Santa, em especial aos gregos, como propagador da mensagem do Cristo. Já no prólogo do seu Evangelho, ele afirma que o escreveu para que os seguidores de Jesus conhecessem melhor a Sua revelação e os Seus ensinamentos, enfatizando com particular esmero a misericórdia de Deus e o Seu perdão aos pecadores que se convertem de coração.
Culto, versado em literatura e formado em medicina, São Lucas veio a se tornar padroeiro de todos os médicos, bem como dos solteiros e dos artistas da pintura e da escultura, entre outros trabalhadores, porque, segundo a tradição, ele retratou a imagem de Nossa Senhora não apenas ao falar dela em seu texto evangélico, mas também ao pintar o seu retrato.
Seus símbolos na arte cristã são o livro e o touro, às vezes representado alado, porque ele começa o seu Evangelho descrevendo o sacrifício do sacerdote Zacarias no templo em que eram imolados bois nos rituais judaicos.
A tradição conta que São Lucas teria morrido mártir dependurado em uma árvore na Acaia.

Fonte: Aleteia

quinta-feira, outubro 17, 2019

O ESPÍRITO SECTÁRIO









Seita é uma palavra que vem do latim ‘secta”, do verbo secare, separar, significando partido, causa, fileiras. O termo “seita” é geralmente aplicado a grupos que professam doutrina ou ideologia divergentes da correspondente doutrina ou sistema oficial ou dominante, ou seja, professam doutrinas e práticas novas e não ortodoxas. O que caracteriza a seita, ou seja, o seu “espírito”, é a separação ou divergência do grupo que considera hostil ou descrente. A seita procura se fechar em um corpo de doutrinas e vê o grupo do qual se separou como mau e pecador, desviado, considerando-se como os autênticos defensores da verdadeira doutrina.

A seita tem doutrina própria. A seita se considera como meio de salvação e refúgio da ortodoxia. A seita considera quem a abandona como um traidor, apóstata e infiel. Por isso, é difícil sair de uma seita, acarretando grandes problemas psicológicos e morais. A seita exerce um controle sobre o indivíduo que a ela adere, regulando seus pensamentos e ações. A seita estabelece uma reinvindicação de possuir acesso exclusivo e privilegiado à verdade e à salvação. A seita geralmente tem um líder, ao qual os membros aderem incondicionalmente e seguem sem a menor contestação, que seria considerada um pecado e uma desobediência.

A seita é imbuída de fanatismo: é cega, não consegue ver os próprios erros. Ninguém os convence. Não aceita contestação nem crítica. Normalmente os adeptos de uma seita negam que esta seja um grupo sectário, pois creem que a sua visão de mundo é a verdade única.

Geralmente as seitas têm um espírito apocalíptico e escatológico: falam sempre em castigos e numa grande punição que Deus enviará ao mundo, especialmente para os outros, pois pensam que eles serão preservados. Os membros da seita se consideram superiores a todos os outros que a ela não pertencem. Eles são “os santos”, “os que compreenderam realmente a reta doutrina e posição”, pois têm um conhecimento privilegiado (gnose). São moralistas rígidos e casuístas, criando escrupulosos entre seus adeptos. As seitas são proselitistas, procurando atrair a todo custo os outros para o seu grupo, usando o argumento da exclusividade, da sua pureza de doutrina, dos castigos e dos defeitos dos outros. Os de espírito sectário são altamente críticos dos outros grupos, especialmente do grupo de onde saíram, com argumentos às vezes sedutores, baseando-os em defeitos reais. Além de alarmistas, são também pessimistas, com zelo amargo, sempre olhando o lado ruim das coisas. E, defendendo rigidamente a própria posição, são rígidos e duros para com a posição dos outros. Querem a “fé”, sem a caridade.

Sem atribuir a ninguém essa pecha de seita, examinemo-nos a nós mesmos e os nossos grupos, para ver se, mesmo não sendo seita, não adquirimos algum espírito sectário. Há muitos grupos que rejeitam a denominação de seitas, mas cultivam o seu mau espírito.

O verdadeiro católico não é sectário: não tem doutrina própria, pois se guia pelo Magistério da Igreja; como cristão é otimista, pois confia em Deus e na sua Igreja: “alegres pela esperança” (Rm 12,12); cultiva a caridade, esforça-se por ser humilde, sem se achar dono da ortodoxia e da virtude; não se julga melhor do que ninguém, procurando não criticar os outros e respeitando a consciência alheia, o que não significa concordar com os erros; olha mais para as suas falhas e defeitos, como o publicano do Evangelho, que foi justificado, e não se compara com os outros, como o fariseu, que foi reprovado por Deus.



Fonte: Dom Fernando Arêas Rifan

quarta-feira, outubro 16, 2019

10 DADOS MARCANTES DA VIDA DE IRMÃ DULCE, FUTURA SANTA BRASILEIRA









“No amor e na fé encontraremos as forças necessárias para a nossa missão”, dizia a Bem-aventurada Dulce dos Pobres, que será canonizada no próximo dia 13 de outubro.

A seguir, apresentamos 10 dados marcantes da vida desta religiosa que será a primeira santa nascida no Brasil.



1. Desde criança, praticou a caridade
  
O amor pelo próximo e a prática da caridade fizeram parte da vida de Irmã Dulce desde a infância. Conta-se que, aos 13 anos, a menina começou a acolher em sua casa mendigos e doentes e transformou a sua residência em um centro de atendimento.

Muitos se aglomeravam na porta da casa para receber a ajuda da pequena e, por este motivo, o local ficou conhecido como “A Portaria de São Francisco”.



2. Era professora

Antes de ingressar na vida religiosa, Irmã Dulce se formou professora pela Escola Normal da Bahia, em 9 de dezembro de 1932. No ano seguinte, entrou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus e, sua primeira missão como freira foi ensinar em um colégio mantido pela sua congregação.



3. Adotou o nome Dulce em homenagem à sua mãe

Ainda muito cedo, quando tinha apenas 7 anos, Irmã Dulce (cujo nome de batismo era Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes) perdeu sua mãe, Dulce Maria, a qual tinha 26 anos.

Mais tarde, quando ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em 1933, e recebeu o seu hábito, adotou o nome Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.



4. Era devota de Santo Antônio

Após o anúncio da data da canonização de Irmã Dulce (que será em 13 de outubro deste ano), o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, contou que, no dia seguinte, ou seja, 14 de outubro, haverá uma Missa na Igreja de Santo Antônio dos Portugueses, em Roma.

O local foi escolhido devido à grande devoção que Irmã Dulce tinha por Santo Antônio. “Era realmente um amigo que ela tinha, um confidente, e ao mesmo tempo, a quem ela recorria em suas necessidades”, sublinhou o Prelado.

De fato, Santo Antônio sempre teve um lugar especial na vida da religiosa, desde sua infância. Era ao santo que ela recorria nos momentos de angústia, desespero e também para solicitar a concretização de algum projeto. Chamava-o, inclusive, de seu “tesoureiro”.

De acordo com o site da Arquidiocese de Salvador (BA), ainda na infância, ela costumava decorar o altar do santo.

Além disso, atualmente pertence ao acervo do Memorial Irmã Dulce uma imagem de Santo Antônio do século XIX, que pertenceu ao avô da religiosa, o advogado Manoel Lopes Pontes, diante da qual a família dela costumava fazer seus pedidos e orações.



5. Construiu o maior hospital da Bahia a partir de um galinheiro

Na década de 1930, Ir. Dulce começou um trabalho assistencial nas comunidades carentes, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe, em Salvador (BA).

Conta o site das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) que, em 1939, a religiosa invadiu cinco casas na Ilha dos Ratos, para abrigar os doentes que recolhia nas ruas de Salvador. Foi expulsa do lugar e precisou peregrinar durante uma década, levando os seus doentes por vários locais da cidade.

Em 1949, ocupou um galinheiro ao lado do Convento de Santa Antônio, após a autorização da sua superiora, com os primeiros 70 doentes. Hoje, no local, está o Hospital Santo Antônio, o maior da Bahia.

Segundo assinala OSID, esta iniciativa da religiosa “deu origem à tradição propagada há décadas pelo povo baiano de que a freira construiu o maior hospital da Bahia a partir de um simples galinheiro”.



6. Durante 30 anos, dormiu em uma cadeira de madeira

No Memoria Irmã Dulce também se encontra o quarto da religiosa, onde está a cadeira de madeira, na qual ela dormiu por cerca de 30 anos, em razão de uma promessa.

Em 1955, a irmã da futura santa brasileira, também chamada Dulce, passou por uma gravidez de alto risco e a religiosa rezou por sua saúde e recuperação. Assim, durante três décadas, dormiu na cadeira para pagar sua promessa e agradecer pela recuperação de sua irmã, mesmo enfrentando muitas dificuldades, devido a um enfisema pulmonar.

Irmã Dulce só deixou de dormir na cadeira de madeira em 1985, aos 71 anos, após ser convencida por seus médicos a voltar a ter seu descanso noturno na cama, devido ao seu estado de saúde.



7. Enfrentou graves problemas respiratórios

Conforme assinala OSID, nos últimos 30 anos de sua vida, a religiosa viveu com 70% da capacidade respiratório comprometida. Entretanto, isso “não impediu que ela construísse e mantivesse uma das maiores e mais respeitadas instituições filantrópicas do país, uma verdadeira obra de amor aos pobres e doentes”.



8. Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz

As obras da Irmã Dulce receberam diversos apoios e reconhecimentos. Tanto que, em 1988, a religiosa foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo então presidente do Brasil, José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia.



9. Teve dois encontros com São João Paulo II

Irmã Dulce encontrou com o Papa São João Paulo II em duas ocasiões em que o Pontífice visitou o Brasil. A primeira foi em 7 de julho de 1980, quando o então Papa visitou pela primeira vez o Brasil.

O segundo encontro aconteceu em 20 de outubro de 1991. Nesta ocasião, João Paulo II quebrou o protocolo de sua agenda e fez questão de visitar Ir. Dulce, que já estava com a saúde debilitada, no Convento Santo Antônio. Cinco meses depois desta visita, em 13 de março de 1992, o Anjo Bom da Bahia faleceu.



10. Sua canonização é uma das mais rápidas da história recente da Igreja

No último dia 13 de outubro, Irmã Dulce tornou-se a primeira mulher nascida no Brasil a ter seu nome inscrito no livro dos santos, apenas 27 anos após seu falecimento.

Segundo destaca o site Obras Sociais da Irmã Dulce (OSID), sua canonização será a terceira mais rápida da história recente da Igreja, “atrás apenas da santificação do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte) e de Madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento da religiosa)”.

Vale recordar que os mais rápidos da história dos santos lusófonos seguem sendo o de Santo Antônio de Lisboa (ou Santo Antônio de Pádua), canonizado 11 meses após seu falecimento no dia 30 de maio de 1232, e São Teotônio, canonizado 1 ano depois de sua morte ocorrida em 1162 pelo Papa Alexandre III.


Fonte: CLÉOFAS