“Jesus acolhe as crianças, defende-as e abençoa-as. As
crianças são um contraponto ao orgulho e arrogância com que os fariseus se
apresentam a Jesus, bem como à dificuldade que os discípulos revelaram, nas
cenas precedentes, para acolher a lógica do Reino…
As crianças são simples, transparentes, sem
calculismos; não têm prestígio ou privilégios a defender; entregam-se
confiadamente nos braços do pai e dele esperam tudo, com amor. Por isso, as
crianças são o modelo do discípulo. O Reino de Deus é daqueles que, como as
crianças, vivem com sinceridade e verdade, sem se preocuparem com a defesa dos
seus interesses egoístas ou dos seus privilégios, acolhendo as propostas de
Deus com simplicidade e amor.
Quem não é “criança”, isto é, quem percorre caminhos
tortuosos e calculistas, quem não renuncia ao orgulho e auto-suficiência, quem
despreza a lógica de Deus e só conta com a lógica do mundo (também na questão
do casamento e do divórcio), quem conduz a própria vida ao sabor de interesses
e valores efêmeros, quem não aceita questionar os próprios raciocínios e
preconceitos, não pode integrar a comunidade do Reino.”