A vida da santa Teresa de Lisieux,
(1873-1897) ou santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, seu nome de
religiosa e como o povo carinhosamente a prefere chamar, marca na história da
Igreja uma nova forma de entregar-se à religiosidade.
No lugar do medo do "Deus duro e
vingador", ela coloca o amor puro e total a Jesus como um fim em si mesmo
para toda a existência eterna. Um amor puro, infantil e total, como deixaria
registrado nos livros "Infância espiritual" e "História de
uma alma", editados a partir de seus escritos. Sua vida foi breve, mas
plena de dedicação e entrega. Morreu virgem como Maria, a Mãe que
venerava, e jovem como o amor que vivenciava a Jesus, pela pura ação do
Espírito Santo.
Teresinha nasceu em Alençon, na
França, em 2 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca
Martin e desde então destinada ao serviço religioso, assim como suas quatro
irmãs. Os pais, quando jovens, sonhavam em servir a Deus. Mas
circunstâncias especiais os impediram e a mãe prometeu ao Senhor que cumpriria
seu papel de genitora terrena, mas que suas filhas trilhariam o caminho da
fé. E assim foi, com entusiasmada aceitação por parte de Teresinha desde a
mais tenra idade.
Caçula, viu as irmãs mais velhas, uma
a uma, consagrando-se a Deus até chegar sua vez. Mas a vontade de segui-las era
tanta que não quis nem esperar a idade correta. Aos quinze anos, conseguiu
permissão para entrar no Carmelo, em Lisieux, permissão concedida especial e
pessoalmente pelo papa Leão XIII.
Ela própria escreveu que, para servir
a Jesus, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista,
mártir... Mas ao perceber que o amor supremo era a fonte de todas essas
missões, depositou nele sua vida. Sua obra não frutificou pela ação
evangelizadora ou atividade caritativa, mas sim em oração, sacrifícios,
provações, penitências e imolações, santificando o seu cotidiano enquanto
carmelita. Essa vivência foi registrada dia a dia, sendo depois editada,
perpetuando-se como livro de cabeceira de religiosos, leigos e da elite dos
teólogos, filósofos e pensadores do século XX.
Teresinha teve seus últimos anos
consumidos pela terrível tuberculose, que, no entanto, não venceu sua paciência
com os desígnios do Supremo. Morreu em 1° de outubro de 1897, com vinte e
quatro anos, depois de prometer uma chuva de rosas sobre a Terra quando
expirasse. Essa chuva ainda cai sobre nós, em forma de uma quantidade
incalculável de graças e milagres alcançados através de sua intervenção em
favor de seus devotos.
Teresa de Lisieux foi beatificada em
1923 e canonizada em 1925 pelo papa Pio XI. Ela, que durante toda a sua vida
teve um grande desejo de evangelizar e ofereceu sua vida à causa missionária,
foi aclamada, dois anos depois, pelo mesmo pontífice, como "padroeira
especial de todos os missionários, homens e mulheres, e das missões existentes
em todo o universo, tendo o mesmo título de são Francisco Xavier".
Esta "grande santa dos
tempos modernos" foi proclamada doutora da Igreja pelo papa João Paulo
II em 1997.