FREI GALVÃO É O RELIGIOSO NO QUAL O CORAÇÃO É DE DEUS, MAS AS MÃOS E OS PÉS SÃO DOS IRMÃOS. TODA A SUA PESSOA ERA CARIDADE, DELICADEZA
E BONDADE: TESTEMUNHOU A DOÇURA DE DEUS ENTRE OS HOMENS. ERA O HOMEM DA PAZ, E
COMO ENCONTRAMOS NO REGISTRO DOS RELIGIOSOS BRASILEIROS: "O
SEU NOME É EM SÃO PAULO, MAIS QUE EM QUALQUER OUTRO LUGAR, OUVIDO COM GRANDE
CONFIANÇA E NÃO UMA SÓ VEZ, DE LUGARES REMOTOS, MUITAS PESSOAS O VINHAM
PROCURAR NAS SUAS NECESSIDADES".
O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi
estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da
beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. Com a canonização do primeiro
santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil, a 11 de maio de 2007, o Papa Bento
XVI manteve a data de 25 de outubro.
Conhecido como "o homem da paz e da
caridade", Antônio de Sant'Anna Galvão, nasceu no dia 10 de Maio de 1739,
na cidade de Guaratinguetá, São Paulo.
Filho de Antônio Galvão,
português natural da cidade de Faro em Portugal e de Isabel Leite de Barros,
natural da cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo. O ambiente familiar era
profundamente religioso. Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica,
pois seus pais gozavam de prestigio social e influência política.
O pai, querendo dar uma formação humana e cultural
segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio, com a idade de 13 anos,
à Bahia a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas.
Em 1760 ingressou no noviciado da Província
Franciscana da Imaculada Conceição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na
Capitania do Rio de Janeiro. Foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762,
sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo.
Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da
Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz,
das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição.
Cheio do espírito da caridade, não media
sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Por isso o povo a ele recorria
em suas necessidades. A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como
fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo
que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que tratam
da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a
vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do
"recolhimento".
Às 10 horas do dia 23 de dezembro de 1822, no
Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os Sacramentos, adormeceu
santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. Foi sepultado
na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura, ainda hoje
continua sendo visitada pelos fiéis.
Sobre a lápide do sepulcro de Frei Galvão está
escrito para eterna memória: "Aqui jaz Frei Antônio de Sant'Anna Galvão,
ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em
suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de
1822". Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz
que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote
de Cristo, a continuar, ainda depois da morte, a residir na casa de sua Senhora
ao lado de seu Senhor Sacramentado.
Em 1998, Frei Galvão foi beatificado pelo Papa
João Paulo II, dele recebendo os títulos de Homem da Paz e da Caridade e de
Patrono da Construção Civil no Brasil. De seu processo de beatificação constam
27.800 graças documentadas, além de outras consideradas milagre.
Aconteceu em 1990 em São Paulo, com a menina
Daniela, que aos 4 anos de idade teve complicações bronco-pulmonares e crises
convulsivas. Foi então internada na UTI do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo,
com diagnóstico de encefalopatia hepática por consequência da hepatite causada
pelo vírus A, insuficiência hepática grave, insuficiência renal aguda,
intoxicação por causa de metocloropramida e hipertensão. Os sintomas acima a
levaram a uma parada cardio-respiratória que evoluiu com epistaxe, sangramento
gengival, hematúria, ascite, broncopneumonia, parotidite bilateral, faringite,
e mais duas infecções hospitalares.
Após 13 dias de UTI, os familiares, amigos,
vizinhos e religiosas do Mosteiro da Luz rezaram e deram a menina as pílulas de
Frei Galvão. Em 13 de junho de 1990, a menina Daniela deixou a UTI e, em 21 de junho teve
alta do hospital considerada curada. O pediatra que a acompanhou atestou
perante o Tribunal Eclesiástico que: "atribuo à intervenção divina, não só
a cura da doença, mas a recuperação total dela".