"QUE O GRITO DA PAZ SE ELEVE COM FORÇA POR UM MUNDO DE PAZ. GUERRA NUNCA MAIS!", FOI O VEEMENTE APELO LANÇADO PELO PAPA FRANCISCO AO MEIO-DIA DESTE DOMINGO NA PRAÇA SÃO PEDRO, NUM ANGELUS TOTAL MENTE DEDICADO À PAZ, EM ESPECIAL À SITUAÇÃO NA SÍRIA.
Hoje, queridos irmãos e irmãs,
queria fazer-me intérprete do grito que se eleva, com
crescente angústia, em todos os cantos da terra, em todos os povos, em cada
coração, na única grande família que é a humanidade: o grito da paz! É um grito
que diz com força: queremos um mundo de paz, queremos ser homens e mulheres de
paz, queremos que nesta nossa sociedade, dilacerada por divisões e conflitos,
possa irromper a paz! Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra! A paz é um dom
demasiado precioso, que deve ser promovido e tutelado.
Vivo com particular sofrimento e com preocupação as
várias situações de conflito que existem na nossa terra; mas, nestes dias, o
meu coração ficou profundamente ferido por aquilo que está acontecendo na
Síria, e fica angustiado pelos desenvolvimentos dramáticos que se preanunciam.
Francesco all'Angelus: mai più la guerra! Giornata di
preghiera e digiuno per la pace in Siria e nel mondo: appuntamento il 7
settembre in Piazza San Pietro
Dirijo um forte Apelo pela paz, um Apelo que nasce do
íntimo de mim mesmo! Quanto sofrimento, quanta destruição, quanta dor causou e
está causando o uso das armas naquele país atormentado, especialmente entre a
população civil e indefesa! Pensemos em quantas crianças não poderão ver a luz
do futuro! Condeno com uma firmeza particular o uso das armas químicas! Ainda
tenho gravadas na mente e no coração as imagens terríveis dos dias passados!
Existe um juízo de Deus e também um juízo da história sobre as nossas ações aos
quais não se pode escapar! O uso da violência nunca conduz à paz. Guerra chama
mais guerra, violência chama mais violência.
Apoiadores do
ditador sírio Bashar al-Assad marcham em Sanaa, no Iêmen, contra um possível
ataque dos EUA à Síria - Khaled Abdullah/Reuters
Com todas as minhas forças, peço às partes envolvidas
no conflito que escutem a voz da sua consciência, que não se fechem nos
próprios interesses, mas que olhem para o outro como um irmão e que assumam com
coragem e decisão o caminho do encontro e da negociação, superando o confronto
cego. Com a mesma força, exorto também a Comunidade Internacional a fazer todo
o esforço para promover, sem mais demora, iniciativas claras a favor da paz
naquela nação, baseadas no diálogo e na negociação, para o bem de toda a
população síria.
Mulheres
combatentes rebeldes protestam juntas erguendo armas em Aleppo, em ato
contrário ao recente ataque que teria usado armas químicas na região de Ghouta - Salah al-Ashkar/AFP
Que não se poupe nenhum esforço para garantir a ajuda
humanitária às vítimas deste terrível conflito, particularmente os deslocados
no país e os numerosos refugiados nos países vizinhos. Que os agentes
humanitários, dedicados a aliviar os sofrimentos da população, tenham garantida
a possibilidade de prestar a ajuda necessária.
Famílias
sírias cruzam a fronteira e entram na Turquia pela passagem de Cilvegozu para
se refugiar no país vizinho, com medo da tensão internacional que torna
iminente um conflito com os EUA.
O que podemos fazer pela paz no mundo? Como dizia o
Papa João XXIII, a todos corresponde a tarefa de estabelecer um novo sistema de
relações de convivência baseados na justiça e no amor.
(cf. Pacem
in terris, [11 de abril de 1963]: AAS 55 [1963], 301-302).
Possa uma corrente de compromisso pela paz unir todos
os homens e mulheres de boa vontade! Trata-se de um forte e premente convite
que dirijo a toda a Igreja Católica, mas que estendo a todos os cristãos de
outras confissões, aos homens e mulheres de todas as religiões e também àqueles
irmãos e irmãs que não creem: a paz é um bem que supera qualquer barreira,
porque é um bem de toda a humanidade.
REPITO EM ALTA VOZ: NÃO É A CULTURA DO CONFRONTO, A
CULTURA DO CONFLITO, AQUELA QUE CONSTRÓI A CONVIVÊNCIA NOS POVOS E ENTRE OS
POVOS, MAS SIM ESTA: A CULTURA DO ENCONTRO, A CULTURA DO DIÁLOGO: ESTE É O
ÚNICO CAMINHO PARA A PAZ.
Por isso, irmãos e irmãs, decidi convocar para toda a
Igreja, no próximo dia 7 de setembro, véspera da Natividade de Maria, Rainha da
Paz, um dia de jejum e de oração pela paz na Síria, no Oriente Médio, e no
mundo inteiro, e convido também a unir-se a esta iniciativa, no modo que
considerem mais oportuno, os irmãos cristãos não católicos, aqueles que
pertencem a outras religiões e os homens de boa vontade. No dia 7 de setembro, na Praça de São Pedro, aqui, das
19h00min até as 24h00min, nos reuniremos em oração e em espírito de penitência
para invocar de Deus este grande dom para a amada nação síria e para todas as
situações de conflito e de violência no mundo. A humanidade precisa ver gestos
de paz e escutar palavras de esperança e de paz!
Peço a todas as Igrejas particulares que, além de viver este dia de jejum, organizem algum ato litúrgico por esta intenção.
Peçamos a Maria que nos ajude a responder à violência,
ao conflito e à guerra com a força do diálogo, da reconciliação e do amor. Ela
é mãe: que Ela nos ajude a encontrar a paz; todos nós somos seus filhos!
Ajudai-nos, Maria, a superar este momento difícil e a nos comprometer a
construir, todos os dias e em todo lugar, uma autêntica cultura do encontro e
da paz. Maria, Rainha da paz, rogai por nós!
NA PRAÇA SÃO PEDRO, NO DIA 7, SERÁ
REALIZADA UMA VIGÍLIA DE ORAÇÃO PELA PAZ NA AMADA NAÇÃO SÍRIA E NO MUNDO
INTEIRO...
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